quinta-feira, 31 de julho de 2008

HAGGARD - Novo álbum a 29 de Agosto


Após sucessivos atrasos, o próximo álbum dos alemães Haggard, Tales of Ithiria, será lançado a 29 de Agosto pela Drakkar Records. Entretanto já é possível escutar duas novas faixas (Tales of Ithiria e Hijo De La Luna) no Myspace oficial da banda.

Tales of Ithiria é, à semelhança do que este colectivo nos tem habituado, um álbum conceptual, que incide sobre o tema universal da batalha do bem contra o mal, travada no mundo fantástico de Ithiria. Desta vez, Haggard contaram com a participação o baterista Mike Terrana, que já trabalhou com nomes como os Rage, Yngwie Malmsteen ou Tarja Turunen.


quarta-feira, 30 de julho de 2008

A LOUD! não vai morrer!

Foi com grande alegria que as Senhoras do Metal leram o último editorial da LOUD! Após um fim anunciado em Abril, parece que, afinal, teremos a revista a assombrar as bancas portuguesas durante muitos e bons anos. Podemos ser mais ou menos críticos em relação a algumas decisões editoriais desta publicação – que já vai em 90 edições! – mas é inegável que estamos perante um projecto jornalístico de qualidade, num nicho tão complicado de gerir como é o da imprensa especializada. As Senhoras do Metal reconhecem o esforço hercúleo da equipa da LOUD! para nos trazer, todos os meses, mais Metal em forma de Revista. Por isso, o nosso Muito Obrigada. Ride Free!




REVIEW - Midnattsol - Where Twilight Dwells e Nordlys



Colectivo germânico-norueguês composto por seis elementos, os Midnattsol nasceram em 2002, pelas mãos e mentes criativas de Carmen Elise Espenaes e do guitarrista Chris Hector. A estes juntaram-se um segundo guitarrista Daniel Droste, o baterista Chris Murzinsky, o teclista Daniel Fischer e a segunda Senhora do Metal desta banda, a baixista Birgit Öllbruner. Em 2003 a banda grava uma demo auto-intitulada, obtendo rápida atenção dos apreciadores do estilo e da imprensa especializada, o que resultou no acordo com a proeminente Napalm Records. É assim que em 2005 sai o registo de estreia Where Twilight Dwells, primeira afirmação da sonoridade dos Midnattsol. Quatro anos depois sai o sucessor deste trabalho, Nordlys.

Mais conhecida como a banda liderada por duas beldades nórdicas ou ainda mais pelo facto de uma delas ter apelido Espenaes, há mais nos Midnattsol do que estas etiquetas que tentam colar-lhes. O facto de ter, não apenas uma, mas duas Senhoras do Metal na sua formação é só mais uma originalidade do colectivo, entre muitas outras. É notável a sonoridade folk metal que estabeleceram à sua maneira e mais notável ainda é a voz que lidera o colectivo, uma voz versátil, em mutação. Para muitos, o apelido de Carmen não deixa dúvidas e não será necessária uma pesquisa intensa para ficar a saber que se trata da irmã mais nova de Liv Kristine Espenaes (ex-THEATRE OF TRAGEDY, LEAVES' EYES). As semelhanças entre ambas poderiam ir até ao tom de pele e cabelos, mas não mais longe, já que as duas têm hoje o seu lugar próprio na cena metal de influências nórdicas. Aqui ficam algumas razões pelas quais estas etiquetas vão deixar rapidamente de se aplicar. As outras podem descobri-las ao ouvir as duas obras musicais que apresentamos em seguida.


Where Twilight Dwells - 2005


Tracklist:
1. Another Return
2. Lament

3. Unpayable Silence
4. The Haunted
5. Desolation
6. Enlightenment
7. Tårefall
8. Infinite Fairytale
9. Pa Leting
10. Dancing With The Midnight Sun



À primeira vista a voz de Carmen poderia não ter nada de especial - é isto que poderíamos pensar ao escutar este Where Twilight Dwells (WTD). Timbre pouco elaborado, de quem fala em vez de cantar, de quem conta uma história numa noite escura, baixinho. Essas histórias são assim contadas porque em redor delas impera o silêncio de quem escuta e que apenas as palavras vêm quebrar suavemente, provocando arrepios e transportando-nos para os cenários de contos de fadas ou de terror. Se pensarmos que, em vez deste silêncio, há antes música, mas mais do que isso, se pensarmos em todo o peso dos instrumentos associados ao metal, guitarras pesadas e sinuosas e baterias insistentes e se, ainda assim, essa voz persistir, começamos a pensar que há algo de errado. O silêncio é substituído pelo peso de riffs de guitarra, mas a voz continua, doce, falando, narrando, contando as mesmas histórias - contos de fadas e de terror. Se imaginarmos este cenário, estaremos o mais próximo possível da sensação que é ouvir a música dos Midnattsol. E se em vez de imaginarmos, o fizermos mesmo, estamos perante uma experiência que primeiro se "estranha e depois se entranha", como já dizia o poeta. A singularidade da voz de Carmen e a qualidade do som dos Midnattsol forma uma combinação desconcertante e o mais provável é nem sequer gostarmos à primeira audição (confesso-me culpada) – tudo depende do quanto o nosso ouvido e principalmente a nossa mente está habituada a ser submetida a experiências musicais deste tipo. Já a nossa alma, essa, acho que nunca deixa de se surpreender.

O som dos Midnattsol estabelece-se com este disco de estreia, como um corpo heterogéneo, que ora é metal pesado e forte, com as guitarras imbricando-se com uma bateria previamente gravada e que, por isso mesmo, imprime um ritmo quase alucinante às composições, ora os Midnattsol se revelam calmos, românticos, com as guitarras acústicas a deleitarem os nossos ouvidos e a voz de Carmen a tornar-se um rio suave que escorre montanha gelada abaixo, revelando toda a força da componente folk. WTD é esta paisagem metal folk, em que o peso e a melodia se duelam numa estranha harmonia e a voz de Carmen parece sobrevoar as composições como se se tratasse de uma criatura do Outro Mundo. Este duelo metal folk não poderia ser mais adequado para expressar as letras cantadas e escritas por Carmen que se baseiam nas tradições e lendas nórdicas e respectiva mitologia, temática que continuará a ser explorada, de forma ainda mais intensa, no posterior Nordlys.

Em WTD o som de guitarras atinge-nos imediatamente na faixa de abertura, Another Return, uma enchendo de peso, outra guiando numa melodia e o som da bateria é seco e rápido. A voz de Carmen entra doce e suave e os Midnattsol a levam-nos numa arrebatadora viagem pelas frias paragens nórdicas.

Lament segue-se, com um dos riffs mais rápidos de todo o álbum, sendo provavelmente a faixa mais pesada e ritmada do mesmo. Apesar da estonteante velocidade dos instrumentos, a voz de Carmen ergue-se em melodias lentas no refrão, rapidamente substituídas pela insistência das guitarras, numa faixa que se pode considerar a metáfora do som dos Midnattsol em 2005, alternando entre o peso e a melodia, entre os ritmos rápidos e os momentos de calmaria.

Segue-se Unpayable Silence, fazendo jus ao nome numa composição liderada por guitarras acústicas e a voz doce de Carmen, uma composição cujo peso se vai intensificando e que termina suavemente como começou.

The Haunted trás novo momento de peso e rapidez intensos, com guitarras e teclados a liderarem e a voz de Carmen a seguir logo atrás, tudo isto a grande velocidade, sendo que esta é sempre interrompida por momentos de menos peso, apenas com a rápida bateria a pontuar.

A abrir o single Desolation [tema que bateu records de downloads mal foi disponibilizado online] ouvimos a voz agora fria de Carmen sobre uma paisagem gelada e silenciosa, sem quaisquer instrumentos, sozinha no seu tom grave e melódico. Guitarras acústicas abrem caminho suavemente, estabelecendo uma paisagem de melodias que suportam momentaneamente a voz de Carmen na entrada da brevemente fustigante bateria, e as duas guitarras iniciam uma tecidura de peso que vai suportar o tema até à sua conclusão.

Segue-se a cadenciada Enlightment, rápida e saltitante, suportada por melodias estáveis e solos de guitarra. O destaque aqui vai mesmo para o trabalho dos dois guitarristas Chris Hector e Daniel Droste.

Novo momento acústico com Tårefall, que apesar do título em norueguês é integralmente cantada em inglês, na composição mais reveladora da alma folk/romântica do colectivo. O som é tipicamente originário de paragens do norte da Europa e a voz de Carmen surge grave e suave, contando tristes histórias.

Infinite Fairytale entra com ritmos de bateria, levando-nos numa viagem por mundos fantásticos. O peso das guitarras arrasta-nos para dentro da música e a voz de Carmen eleva-nos do mundo mortal, sobrevoando todo aquele peso, cantando-nos por entre os espaços cadenciados.

Mas o momento mais belo da voz de Carmen (na minha opinião) surge com a lindíssima Pa Leting, integralmente cantada na sua língua materna. De novo imperam as guitarras acústicas, sem que, no entanto, o peso das eléctricas ou mesmo o ritmo da bateria se ausentem.

Dancing With The Midnight Sun, último tema do disco, arranca com uma melodia sincopada por guitarras, lançando-nos na composição mais envolvente e excitante de WTD. Mais uma vez, destaque para as melodias das guitarras e a voz de Carmen que revela aqui o princípio de um icebergue de capacidades imensas que se vão evidenciar plenamente em Nordlys. O seu tom mais poderoso e forte intercala-se harmoniosamente com o seu timbre mais terno e doce e até sussurrado, nas poucas passagens cantadas em norueguês.

Com WTD os Midnattsol apresentam as premissas do que pretendem fazer. A voz de Carmen surge incontornável neste contexto, um tom lindíssimo na sua riqueza, suave mas forte, uma voz jovem que lhe parece sair com toda a naturalidade, ainda sem qualquer vício de cantora ou qualquer subterfúgio e verdadeiramente única por isso. Quem admira, como eu, diversos tipos de vozes femininas há-de compreender o que quero dizer. WTD foi o princípio auspicioso da carreira dos Midnattsol,

Destaques: Another Return, Tårefall, Pa Leting, Dancing With The Midnight Sun


16.5 valores


Nordlys - 2008

Tracklist:
1. Open your eyes
2. Skogens lengsel
3. Northern light
4. Konkylie
5. Wintertime
6. Race of time
7. New horizon
8. River of virgin soil
9. En natt i nord
10. Octobre (Edição Limitada)



Este ano os Midnattsol regressaram em força, oferecendo-nos Nordlys. Se escutar pela primeira vez WTD foi, para mim, uma experiência algo estranha, a estranheza limitou-se a aumentar exponencialmente ao escutar este Nordlys. Primeira coisa a registar: os Midnattsol cresceram e o seu som é intensamente revelador disso mesmo. Segunda coisa a registar: de quem é esta voz?
É nisto que pensamos quando ouvimos pela primeira vez Open Your Eyes, o tema de abertura de Nordlys. Para ser exacto, o título deveria ser antes "Open Your Ears", já que são estes que vão ser submetidos à experiência de escutar a voz de Carmen completamente metamorfoseada e transfigurada. Se antes o seu tom suave parecia sobrevoar as composições, despindo-as do seu peso quase opressivo e levando-nos para longe da própria música em outras melodias, agora ela parece ter descido à terra, talvez ao mais profundo abismo, imbricando-se com os instrumentos, solidamente construída e trabalhada.

O peso dos Midnattsol pode ser uma experiência avassaladora, se pensarmos que esse peso era já assim no WTD e a naturalidade da voz de Carmen procurava aí sobreviver e suportar a música no seu tom característico. A combinação da sua naturalidade com o peso é, inicialmente, muito estranha de se ouvir (ainda mais estranho é o facto de essa mesma estranheza ser viciante) e a sua voz podia por vezes perder-se entre o peso dos instrumentos. Em Nordlys, isso definitivamente não acontece e a voz de Carmen lidera acima de qualquer peso, ela própria mais pesada do que todas as guitarras e o ritmo forte da bateria. Torna-se evidente o caminho que o colectivo escolheu percorrer, com o reforço majestoso da componente metal - o peso está lá e ainda por cima reforçado pelo timbre de Carmen, a raiar o grave e rasgando-se em tons quase líricos. Por isso, logo numa primeira audição, uma coisa sabemos certa - o segundo registo dos Midnattsol é definitivamente mais pesado, coeso e homogéneo que o disco de estreia e a essa mudança não é alheia a evolução sublime que se deu na voz de Carmen. A esta mudança também não são alheios outros importantes factores, que vão desde o processo de composição (desta vez, podemos escutar uma verdadeira bateria e foram utilizadas guitarras e baixo analógicos), terminando na própria concepção do disco, gravado em quatro estúdios e com diferentes produtores (Markus Stock, nos estúdios E, Alexander Krull nos estúdios Mastersound, Tue Madsen nos estúdios Antfarm e Mika Jussila nos estúdios Finnvox), uma verdadeira maratona em busca de uma sonoridade mais pesada. Nordlys representa um enorme salto qualitativo na sonoridade dos Midnattsol em todos os sentidos.

No meio desta onda de grandes definições na sonoridade da banda, a inspiração dos Midnattsol continua a localizar-se em paragens nórdicas, referência mais do que explicita logo no título do álbum – Nordlys, que significa Luz do Norte – tema recorrente na mitologia e lendas nórdicas. Música, letras e até mesmo o belo design gráfico deste registo submetem-se a este tema. Nas palavras da própria Carmen, Nordlys é o «fenómeno energético que se dá pelo confronto entre dois pólos opostos, o sol e a terra e que é simbolizado por mim e pela Birgit, cada uma de nós representando um desses pólos». A vocalista aponta ainda o valor metafórico do termo, considerando esta “Luz do Norte” como «a verdadeira beleza do mundo, longe de bens materiais desnecessários que nos afastam cada vez mais do real significado da vida».
Interpretações à parte, a música fala por si.

Open Your Eyes é, como já referi, o tema bombástico de abertura e será porventura o refrão mais catchy composto pelos Midnattsol. Uma audição basta para ficarmos com ele na cabeça. Com ele e com a força da voz de Carmen, que se ergue, irreconhecível, forte e dominadora.

O primeiro tema em norueguês chega logo a seguir - Skogens Lengsel. É aqui que reconhecemos a vocalista que havíamos ouvido em WTD, porque Carmen vai alternar entre o seu tom suave e falado e os momentos elevados e graves. No final desta composição temos a oportunidade de reencontrar a antiga voz doce e suave de Carmen, de que tanto gosto. Mas as suas vocalizações abandonaram quase totalmente este seu registo doce, que ao longo de muitos CD’s poderia, entendo e até aceito, tornar-se cansativo. A sua voz é agora trabalhada e forte, grave e poderosa, com laivos quase líricos e operáticos que ela encaixa habilmente, com a mesma anterior naturalidade. Sem dúvida, um tom absolutamente único entre as Vocalistas do Metal.

O peso dos Midnattsol é entrecortado por lindíssimos momentos acústicos, com a presença fundamental da guitarra, que se constituiu, para mim, como uma marca da sua sonoridade folk nórdica. É em Northern Light que voltamos a enredar-nos em ambiências mais folk, mas o peso jamais nos abandona. Nem a melancolia. Este tema alterna entre uma rapidez moderada e o caminho de fantasia expresso pela melodia dos teclados. Destaque mais do que merecido para o trabalho dos guitarristas nos solos trabalhados que podemos aqui ouvir.

Konkylie arranca com as guitarras tecendo uma história de peso e melodia com mais de 8 minutos de duração. Novamente, os instrumentos de cordas são o grande destaque do tema, muito presentes e versáteis, criando complexas melodias e riffs sobre riffs, contribuindo para o tornar um dos temas mais pesados de todo o registo.

A sonoridade acústica regressa, naquela que é para mim a composição mais bela do registo. Wintertime. Equilíbrio mais que perfeito entre melodia e peso, entre velocidade e solenidade. Carmen sussurra insistentemente aos nossos ouvidos, mas não se trata aqui dos suaves murmúrios encantatórios de WTD, mas de uma voz insistente e perturbadora que nos quer levar a perder num local escuro e longe de tudo. Os murmúrios terminam num grito e somos lançados para o meio do peso das guitarras, que partem numa cavalgada comandados por uma senhora bateria e suportados pelo trabalho de Birgit no baixo. Este contribui em grande parte para a sensação de coesão das músicas, funcionando como fio condutor, elemento que suporta o peso imenso sobre ele.

Race of Times, arranca apropriadamente em corrida e os ritmos alternam-se diversas vezes ao longo da música, mas a velocidade nunca parece diminuir. Assinalável a prestação da bateria e de toda a secção rítmica, já para não falar das conversas entre as duas guitarras, espraiando-se ao longo de todo o tema.

É-nos permitido descansar em New Horizon, uma pequena composição folk que nos fala de um mundo destruído, entregue à secção acústica e à voz de Carmen, que aflora por momentos o tom de WTD.

River of Virgen Soil começa suavemente como se de um rio se tratasse efectivamente, despertando na fonte e começando a escorrer montanha abaixo. As guitarras entram momentos depois, agitando as águas do rio e fazendo com que estas corram mais velozes. A alternância entre os dois timbres de Carmen, que ora nos fala gravemente num, ora salta para o outro, subindo e entranhando-se na própria música é algo de absolutamente espantoso. Sem dúvida, o meu tema preferido em todo o registo.

Chegamos ao fim com En Natt I Nord. Por entre sons da natureza, ouvimos a voz de Carmen crescer em melodia. O peso entra pelos nossos ouvidos adentro, contendo tudo aquilo a que os Midnattsol nos souberam habituar neste Nordlys. Guitarras lideram na linha da frente, a bateria é veloz, o baixo constrói uma linha coesa e a voz de Carmen sai à cabeça desta canção que parece de saída de uma qualquer batalha deste mundo.

A faixa bónus Octobre arranca em velocidade e trás com ela uma surpresa - uma voz masculina grave toma conta de toda a composição, a voz do guitarrista Daniel Droste, que nos faz sonhar com futuros duetos que combinem o seu tom bastante invulgar com o de Carmen.

Nordlys é um registo coeso, espesso, não facilmente absorvível, que exige muitas horas da nossa vida, para ser escutado, absorvido, entendido e sentido. Mas quando o conseguimos fazer, é sem dúvida memorável. A voz de Carmen atingiu um nível quase impensável no anterior registo, demarcando-se claramente de quase todas as prestações vocais entre as Senhoras do Metal e apesar de o meu gosto pessoal me inclinar mais para WTD, Nordlys é, de longe, um registo mais sólido e que revela o crescimento qualitativo da banda. Premissas estabelecidas em WTD, primeira tese defendida com sucesso em Nordlys, quem sabe onde os Midnattsol poderão ir agora. Mas isso não importa, desde que nos levem… Eu só tenho um desejo: que Carmen combine de forma majestosa os dois tons maravilhosos da sua voz.

Destaques: Open Your Eyes, Konkylie, Wintertime, En Natt I Nord

18 valores


Inês Martins (Lua Minguante)

sexta-feira, 25 de julho de 2008

Breves


Lyriel


Os alemães Lyriel disponibilizam o download gratuito dos seus seus dois álbuns - Autumntales (2006) e Prisonworld (2005) - no seu site oficial. Esta é uma excelente oportunidade para conhecerem esta jovem e promissora banda.




Site Oficial: http://www.lyriel.net/


Epica & Amberian Dawn

Os Epica anunciam que para a sua tourneé Europeia vão contar com os Amberian Dawn como banda de suporte. A banda finlandesa, formada em 2006, lançou o seu álbum de estreia, River of Tuoni, em Janeiro deste ano e descreve a sua música como “melodic, dramatic and powerful metal with female classical vocals".




Amanda Somerville está de volta como convidada especial dos Epica nos seus concertos na Roménia e Itália. Amanda é a vocal coach de Simone Simons (vocalista) e substituiu-a na tour norte americana em Abril/Maio. Podemos escutar a sua voz em diversos projectos musicais, sendo o mais recente o último álbum dos Avantasia, The Scarecrow.


Myspace Amanda Somerville: http://www.myspace.com/amandasomervillemusic
Site Oficial Epica: http://www.epica.nl/


Octavia Sperati

A banda norueguesa de gothic/doom metal Octavia Sperati decidiu fazer uma pausa após marcar presença no festival Lost Weekend na Noruega, acabando por cancelar o festival de Setembro, Dames of Darkness, no Reino Unido. Com esta pausa, os membros da banda pretendem ter mais tempo para outros projectos, tanto na música como nos estudos, e também para a família.




Sirenia

Os Sirenia informam no seu site oficial que as músicas do novo álbum estão prontas, e começaram a ser gravadas no presente mês, nos Sound Suite Studios em França, e nos Stargoth Studios na Noruega. O álbum estará completo em Setembro e será lançado no início do próximo. ano. Os Sirenia têm uma nova vocalista, Ailyn, que, desde Abril, substitui Monika Pedersen .

Myspace Sirenia: www.myspace.com/sirenia
Site Oficial: http://www.mortenveland.com/sirenia/


Créditos Cátia Alves




domingo, 20 de julho de 2008

Biografia - Angela Gossow pelas suas próprias palavras


Nasci em Cologne, na Alemanha, a meio de uma noite de 5 de Novembro, o que faz de mim uma nativa de Escorpião com ascendente em Caranguejo – por outras palavras, uma personalidade ambivalente que adora o que é extremo. Tive uma infância fantástica no campo, com os meus três irmãos, antes me tornar numa adolescente revoltada, que trocava os seus vinis dos Queen por LPs dos Carcass, Morbid Angel e Cannibal Corpse. Tinha 16 anos e consegui chatear os meus pais cristãos.

Entrei na minha primeira banda em 1991: Asmodina. Pouco depois, saí de casa (digamos que fugi. Tinha apenas 17 anos na altura). Num piscar de olhos, a minha infância tinha-se tornado num inferno adolescente. Os meus pais divorciaram-se e perderam o negócio. A casa foi hipotecada. Eu era uma outsider na escola, já que tinha um gosto muito diferente no que respeitava a música e roupas. Gostava de música extrema e ensaiava com a minha banda. Era um pouco problemática. Sofri de graves desordens alimentares, mas consegui ultrapassá-las completamente. Se sofres de anorexia ou bulimia procura ajuda! Quanto mais cedo, melhor!

Terminei a escola e comecei a trabalhar numa empresa de publicidade. Especializei-me em Marketing online e, ao mesmo tempo, comecei a estudar Economia na Universidade de Cologne. Nunca parei de berrar na minha banda durante estes anos. Em 1997 os Asmodina acabaram e eu formei os Mistress. Éramos bastante activos, dávamos concertos todos os fins-de-semana e gravávamos demos, mas não sonhava fazer nada disto profissionalmente, porque me parecia algo impossível. E depois comecei a trabalhar numa revista online, no secção do Rock e do Metal, onde conheci os Arch Enemy numa entrevista, durante a tour do Burning Bridges, em 1999. E, então, o destino pegou-me pela mão.

Tinha levado uma demo tape dos Mistress e dei-a ao Christopher Amott (estávamos sempre em busca de apoios). Os tipos dos Arch Enemy ouviram-na durante a tour e o Chris ficou com ela, porque estavam um pouco surpreendidos com a forma como eu cantava. Mantive-me em contacto com ele, já que, antes de mais, era uma fã. No Outono de 2000 recebi um telefonema do próprio Sr. Michael Amott, que me disse que o Johan Liiva tinha saído da banda e que estavam à procura de um novo vocalista. Perguntou-me se eu queria ir à Suécia para uma audição… Tinham encontrado a minha demo tape… FUCK YES!

Algumas semanas depois, estava aos berros na sala de ensaios deles. E, subitamente, estávamos nos Fredman Studios, à experiência. Depois de ter gravado a minha primeira música, Enemy Within, a decisão foi tomada: a Angela Gossow seria a nova vocalista dos Arch Enemy. O quê? O quê?? O quê??? A minha vida mudou muito desde aquele dia em Novembro de 2000. Aquele era o meu primeiro trabalho musical profissional, com uma banda a sério. Com os Arch Enemy, por amor ao Inferno! Larguei o emprego (Oh que dia feliz aquele. Entrar no gabinete do meu patrão e vê-lo a implorar-me para que ficasse. Eu a dizer “Não, vou ser uma música a tempo inteiro”. A expressão de espanto na cara dele foi demais). Também parei de estudar.

Não tinha compromissos. Queria ser livre. Estava muito, muito determinada em fazer aquilo acontecer. Ensaiávamos e ensaiávamos. Depois perdi completamente a voz antes da tour no Japão. Foram-me diagnosticados nódulos. Más notícias! Todos aqueles anos a berrar sem qualquer técnica tinham, finalmente, dado cabo das minhas cordas vocais, atingindo-me no pior momento possível. Levei seis meses a aprender tudo de novo: a falar, a respirar e a gritar – começar do zero, desta vez com conhecimentos e técnicas. Hoje estou contente por aquilo ter acontecido. Aprendi muito com os meus erros do passado, o que me ajudou durante situações problemáticas que tivemos em tour ou no estúdio. Por favor, dêem uma olhadela na minha secção de conselhos vocais em http://www.angelagossow.com se também estiverem com problemas.

O que não nos mata torna-nos mais fortes. Porque caíamos? Para nos levantarmos de novo. Os últimos anos não têm sido fáceis, mas têm sido os melhores! Dei a volta ao mundo várias vezes; estive nos 5 continentes. Toquei em pequenos e grandes palcos, em óptimas arenas e em buracos. Os nosso fãs, os nossos amigos… tenho recebido tanto amor, palavras gentis, presentes, flores… És esmagador e difícil de compreender. Mas está a acontecer-me e estou muito, muito grata! Dedico 100% do meu tempo aos Arch Enemy. Tenho hobbies, mas estes estão todos, de certa forma, ligados aos Arch Enemy.

Leio muito, sempre à procura de inspiração para as minhas letras. Pelo mesmo motivo, vejo muitos filmes. E, claro, oiço música. Faço exercício para estar em forma para cantar e estar em palco. Como e vivo de forma saudável para manter o meu corpo = instrumento em ordem. Adoro comida. Sou vegetariana, embora seja alérgica à maioria dos produtos à base de leite. Estou sempre a cozinhar quando estou em casa. Adoro amoras. E pão caseiro com uma grossa camada de manteiga. De marmelada caseira, de cajú, de queijo de cabra… E claro, de space cookies. Mas isso é outra história…

Porque sou vegetariana? Cresci sem carne. Não me agrada a ideia de comer um animal morto, um cadáver, uma carcaça. E não gosto da indústria da carne. É produção em massa e exploração dos animais.

Sou canhota. Toquei acórdão durante 6 anos e guitarra durante algum tempo.

O meus planos para o futuro e os meus sonhos: os Arch Enemy durante os próximos anos. Também comecei a receber treino vocal e vou trabalhar com a Melissa Cross (http://www.blogger.com/www.melissacross.com) no futuro. Depois disso, não sei. Talvez me mude para uma pequena ilha verde. Talvez algo completamente diferente. A vida dá voltas completamente inesperadas.

Que mais? Sou uma pessoa pragmática… Não acredito na religião organizada. Não estou certa acerca de Deus. Acredito que existe mais neste mundo do que aquilo que conseguimos ver. Acredito no amor. E na responsabilidade. Somos responsáveis pela nossa vida e pelos nossos actos. Somos responsáveis por este planeta e pelas suas criaturas. Estamos finalmente a acordar? Como ovelhas para o matadouro… E não acredito nos políticos. Mas voto. Para deixar bem claro, a Direita NÃO recebe o meu voto. Tenho medo da morte e da perda. Não quero que ninguém que eu amo morra antes de mim. Detesto apanhar uma constipação. Não tenho medo de aranhas. Mas tenho medo da guerra, do terror e do crime. Penso que este mundo é um lugar terrível e maravilhoso ao mesmo tempo. Gostaria que não existisse doença, pobreza, homicídios, violência, inveja, mentiras e ódio. Mas estas coisas existem e é por isso que o Metal também existe – as Sinfonias da Destruição. A minha e a VOSSA maneira de lidar com a frustração, com a raiva, com a dor, canalizando-as e retirando-as do nosso sistema. Não consigo viver sem música, porque ela faz-me sentir viva e forte, não importa o que aconteça. Espero que também vocês consigam sentir o poder da música!

Com amor,

Angela


E agora, uma aulinha de canto:

quinta-feira, 17 de julho de 2008

Senhora do Metal do Mês Julho/Agosto

Senhora do Metal feroz, ela é detentora de poderosos guturais de fazer inveja a qualquer metaleiro feio, porco e mau. Angela Gossow é desde 2000, a voz da banda de death metal sueca Arch Enemy. Considerada uma das melhores bandas da actualidade dentro do metal mais extremo, os Arch Enemy têm na sua vocalista uma poderosa frontwoman, que oferece performances explosivas em palco. Fã, desde muito cedo, dos estilos mais extremos do metal, Angela lançou-se em mares pouco navegados por mulheres e demarcou o seu lugar entre os vocalistas mais extremos.
Aliando o seu gosto às fenomenais capacidades vocais, esta Senhora do Metal contribuiu para tornar o som dos Arch Enemy ainda mais pesado e forte, sem abandonar, porém, a melodia. Aqui, no nosso cantinho à beira mar plantado, vamos poder vê-la e ouvi-la ao vivo no Alliance Fest que decorre entre 8 e 9 de Agosto, em Carcavelos. Por todas estas razões e muitas mais, ela é a nossa Senhora do Metal do mês de Julho/Agosto. Apresentamos Angela Gossow, dos Arch Enemy!

Site oficial Arch Enemy - http://www.archenemy.net/
Site oficial Angela Gossow - http://www.angelagossow.com/


Inês Martins (Lua Minguante)

E para começar bem o mês, deixamos uma amostra do que vamos ver e ouvir no dia 9 de Agosto!

EDITORIAL Julho/Agosto (3ª edição)


A tradição manda que cada nova edição das Senhoras do Metal tenha início no dia 15 de cada mês. No entanto, no mês de Julho/Agosto decidimos ser rebeldes e atrasar a edição um dia. Não, caros leitores, ainda não entrámos na silly season. A verdade, é que as Senhoras do Metal trabalham e estudam e, por vezes, seguir um plano à risca está para além das nossas forças. Mesmo esta Senhora do Metal que vos escreve está a esforçar-se ao máximo por manter os olhos abertos.

Por vezes, é difícil conciliarmos as nossas paixões com os nossos day jobs. É difícil, após um longo dia de trabalho ou de estudo, sentarmo-nos à frente do computador e pesquisar notícias, ou fazermos reviews… ou escrevermos o editorial do mês. Chega a ser desgastante e exige uma grande entrega, energia e força de vontade da nossa parte. No entanto, fazemo-lo por paixão e, no final, o esforço acaba por ser compensador.

Num mundo ideal, o nosso trabalho seria a nossa paixão e a nossa paixão seria o nosso trabalho. Claro que este é o sonho de quase todos aqueles que têm de acordar de manhã cedo para enfrentar a longa jornada diária. Vivemos num país em que ter um emprego de que se gosta é um privilégio de poucos.

Num destes dias, lá no meu posto de trabalho, mostrei o blog a uma colega. Embora ela não seja uma apreciadora de Metal, achou o projecto interessante. E disse: “um dia ainda hão-de ter a vossa própria revista”. Eu devo ter dado uma risada e dito uma piada. Uma revista. Pois sim. Claro que esse era o nosso sonho, mas reconhecemos é praticamente inatingível. A crise dos órgãos de comunicação é generalizada, e aqueles que se dedicam a cenas mais underground também não lhe escapam. A própria Loud! – a revista de referência do Metal em Portugal – já ameaçou encerrar. Felizmente existe a Internet, onde proliferam projectos interessantes e originais. No entanto, não são projectos profissionais porque as pessoas que trabalham neles, embora sejam empreendedoras, não têm a possibilidade de o fazer a tempo inteiro. Infelizmente.

Esse é o problema da cena em que estamos inseridos. Um dia, estava a ler uma entrevista dos My Dying Bride em que eles confessavam ter day jobs. E quando o jornalista os inquiriu sobre os seus empregos, os elementos da banda recusaram-se a revelar. O Aaron (vocalista) respondeu que preferia que os fãs continuassem a imaginar que eles vivem num castelo, no alto de um penhasco batido pelo mar, a beberem vinho enquanto, à luz de velas, compõem o próximo álbum. E não deixa de ser um pouco perturbador pensar que os My Dying Bride – uma das bandas mais importantes do Metal, co-fundadora de um subgénero – não vive exclusivamente da música. A verdade, é que poucas bandas conseguem sobreviver apenas com a música que criam. Temos alguns exemplos, como os After Forever ou os Within Temptation, mas tratam-se das excepções que só ajudam a confirmar a regra.

O sonho de qualquer músico é viver da sua arte. Mas alguns não conseguem, sequer, conciliar as suas bandas com os seus empregos. Outros têm de enfrentar sérios problemas financeiros. Estou-me a recordar dos Trail of Tears, em que os membros debandaram a meio de uma tour, deixando o líder e fundador a tentar tocar o barco sozinho. Problemas financeiros geraram discussões e desentendimentos no seio da banda. Em casa onde não há pão todos ralham e ninguém tem razão.

Outras bandas vêem-se confrontadas com a decisão de alargarem o seu espectro musical para se tornaram acessíveis a um público mais vasto. Foi o caso dos Nemesea, que após um início de carreira promissor, lançaram um álbum medíocre que, supostamente, teria um som mais “moderno”. In Control é um álbum pop. Não tenho nada contra a música pop – aliás, gosto de muitas bandas que caem neste género musical – mas o que aconteceu é que os Nemesea deixaram de fazer aquilo em que eram realmente bons para se lançarem numa aventura que se revelou um beco sem saída. A aventura chamou-se Sellaband – uma empresa que vende, online, “partes” de uma banda. Quando esta está totalmente “vendida”, pode finalmente gravar um álbum. E o que fazemos quando queremos que o maior número possível de pessoas nos compre? Tentamos agradar a toda a gente!

Isto não uma crítica à música comercial. Alguns colectivos fizeram esta passagem do underground para o estrelato sem macularem a qualidade do seu trabalho. Embora discutíveis, temos dois exemplos de grande monta: os Nightwish e os Within Temptation. Duas bandas que tiveram oportunidade de concretizar o sonho de viverem exclusivamente da sua arte, mas que, ainda assim, continuam a lançar excelentes álbuns.

No entanto, apesar de todas estas dificuldades, é admirável como o Metal continua a ser um género tão rico, com tantas bandas que atingiram um elevado nível de profissionalismo, embora os seus membros continuem a ensaiar apenas aos fins de semana, a enfrentarem diariamente as horas de ponta, os transportes públicos e, muitas vezes, empregos pelos quais não sentem qualquer paixão. Nós, aqui no blog, tentamos prestar tributo a este esforço, através do nosso trabalho quase diário para trazermos até aos nossos leitores notícias actuais, reviews pertinentes e curiosidades interessantes sobre as Senhoras do Metal e as suas respectivas bandas.

Mas, como todos os guerreiros, até as Senhoras do Metal deste blog precisam de descansar. Durante esta edição, algumas de nós estarão meio arredadas da Internet e não poderão postar com tanta frequência. Contudo, para garantir que este nosso cantinho continuará a ser actualizado com a mesma regularidade, chamámos reforços! Assim, teremos entre nós a Senhora do Metal Cátia Alves, que colaborará connosco durante o mês Julho/Agosto. Dêem-lhe as boas vindas!

Como sempre, teremos a rubrica Senhora do Metal do Mês que, desta vez ,será dedicada a uma grande senhora que actuará em Portugal em Agosto. Já adivinharam quem é?
Teremos também a primeira review de um álbum de uma banda portuguesa. E muito, muito mais!

Fiquem connosco, não se vão arrepender!

Cláudia Rocha
e
Ana Teixeira, Inês Martins e Milene Emídio

Elis - Der Letze Tag



Sabine, a tua voz permanecerá connosco. Canta com os anjos.
Até sempre.

segunda-feira, 14 de julho de 2008

Review Elis - Griefshire



Tracklist:

1. Tales From Heaven or Hell
2. Die Stadt (The Village)
3. Show Me The Way
4. Brothers
5. Salvation (MCD - Show me the way)
6. Seit dem Anbeginn der Zeit (Since The Beginning of Time)
7. Remember The Promise
8. Phoenix From Ashes
9. How Long
10. Innocent Hearts
11. Forgotten Love
12. The Burning
13. New Decade


Griefshire - É assim que em 2006 os Elis regressam com o seu terceiro album. É o primeiro então, até à altura, que aborda um conceito/história e o último antes da morte de Sabine Dunser.
Produzido por Alexander Krull e lançado pela Napalm Records, este album apresenta-nos assim, a história de dois irmãos (religiosamente fanáticos), a procura da salvação e o desejo da verdade e do amor num conjunto variado de estilos.
À medida que escutamos o album as várias personagens vão sendo apresentadas e por vezes quer queiramos quer não, somos forçosamente transportados para o cenário de dor, perda e dúvida onde os sons melodiosos e por vezes agressivos tornam tão fácil a visualização dos mesmos.

Sendo assim, passemos apresentação dos seis elementos que se juntam a nós nesta busca durante as 13 faixas deste projecto:

Mãe do narrador - uma sábia e bondosa mulher, que assume o papel de uma bruxa, onde dedicou toda a sua vida na ajuda de quem mais necessitava e na partilha dos seus conhecimentos pelos restantes sábios.
Narrador - o mais novo dos irmãos, apesar de inválido desde o seu nascimento, é um homem extremamente inteligente, que durante a sua jornada é constantemente confrontado com as suas dúvidas.
Irmão do narrador - este apresenta-nos uma personalidade fascinante, tem o dom natural de liderança, que no entanto corrompe todos aqueles que se atrevem a segui-lo.
Ao longo da história observamos como esta sua capacidade o transforma no líder da seita da própria aldeia.
Mulher do irmão - a paixão e o amor secreto do nosso narrador. Uma mulher inteligente que apesar de saber a verdade sobre o seu marido recusa-se abandona-lo.
Filha do Narrador - possui os poderes e a sabedoria da sua avô, foi criada pelo seu pai que sempre a ensinou a usar os seus poderes para o bem.
A seita - é composta por todos os aldeões corrompidos que se juntam ao Irmão. Acreditando que este lhes pode mostrar o caminho para a salvação…nunca desconfiam que tal é impossível.

Apresentações feitas e cenário montado. Está na altura de prosseguirmos viagem e entrarmos um pouco mais fundo na imaginação de cada um. Preparados?


Tales From Heaven and Hell é a nossa primeira paragem, a música começa com uns leves sons de chuva, trovoada, e um ligeiro barulho do vento que quase podemos sentir. Acompanhando estes eventos da natureza existe uma pequena melodia de uma caixinha de música. Devo dizer que não podia haver melhor intro para tal. No entanto não se deixem enganar pela suavidade com que somos confrontados.
A música desenvolve-se com um misto de guitarras, bateria, até à entrada da voz de Sabine, onde nos conta as dúvidas e nos mostra a dor da filha do narrador ao descobrir o diário do pai numa caixinha de música. Se de principio somos presenteados com suavidade o mesmo já não se pode dizer quando a música chega a mais de metade. É notável o trabalho do Pete e do Chris assim como o coro que entretanto se junta. Aliás, estes são os elementos chave que tornam este álbum diferente e rico.

Desembarcamos na aldeia onde a história é passada, é com Die Stadt que podemos ter um cheirinho das memórias do narrador e da descrição da própria. Uma aldeia abandonada, onde tudo parece vazio, desprovido de sentimentos alegres e sem cor. É assim que interpreto o começo desta música e a vocalização de Sabine. No entanto, tenho de dizer que acho a música extremamente aborrecida. O mesmo tom com que a própria é cantada e o acompanhamento instrumental tornam esta demasiado repetitiva, onde só nos refrões e mais para o fim conseguimos ver, neste caso ouvir, a evolução da mesma.
É-nos dito que se escutarmos bem conseguimos ouvir no sopro do vento as memórias perdidas e o rastio de esperança…é aqui que a inclusão do piano quebra um pouco esse ritmo e começa a fazer parte da história.

Caminhando mais um pouco, chegamos provavelmente à faixa mais banal do álbum que no entanto pode ser extremamente viciante: Show Me The Way.
Somos presenteados com a história da mãe do narrador, de como os seus poderes eram importantes e de como isso teve efeito na vida dele:

"Mind body and soul
Life love and healing
Connect be connected
Nine words to change your whole life"


Tal como a música anterior esta sofre da mesma constante repetição, é facil de memorizar e de cantarolar se tivermos a fim de…no entanto ao contrário da outra, a repetição desta não cansa e não aborrece (bem…a menos que a oiçam repetidamente e percam a conta de tal). Um elemento que achei crucial nesta faixa, foi mais uma vez o piano e como acompanha a voz da Sabine. A sonoridade deste vem mais uma vez quebrar um pouco a agressividade dos instrumentos e do todo em si.

A nossa história continua e à medida que vamos ouvindo mais um pouco vamos ficando a conhecer o que se esconde por detrás de cada personagem. É assim que a música Brothers nos dá a conhecer um pouco mais sobre os mesmos. O que os une, as suas diferenças e as suas cumplicidades.
Sinceramente não sei como hei-de explicar o efeito desta faixa. Ao princípio quando ouvimos a voz da Sabine podemos achar a dita sem força, talvez até um pouco fora do contexto instrumental da mesma…No entanto se ouvirmos com atenção e realmente entrarmos no espírito da história, pode ser vista como o simbolismo da fragilidade dos laços ou da promessa que nos é descrita.
O mesmo já não acontece quando somos invadidos pelos guturais de Tom que nos mostra esta mesma dualidade tão distinta.

A música seguinte, Salvation, apesar de ser uma continuidade desta história, só aparece no Maxi Single: Show me the way.
De todas as músicas, esta é uma das que nos remete mais facilmente para um espaço cénico quase teatral…um musical onde conseguimos ver exactamente o que se passa. Temos de um lado as vozes penetrantes dos habitantes, a angústia e a quase obsessão pelo perdão e pela salvação das suas almas. Novamente os sons guturais de Tom que se impõe tal e qual como um líder, ordenando respeito e medo.


É este mesmo medo que continua em Seit dem Anbeginn der Zeit. Chegamos então a um momento de paragem. É a primeira música do álbum em que desaceleramos o compasso. Não sendo a mais lenta, é certo, esta é como se fosse um respirar fundo e uma interiorização dos acontecimentos. Melhor parte? A forma suave como a Sabine nos conta e o contraste entre a própria melodia, que apesar de não ser tão pesada como as restantes também não é tão suave como se julga.

Promessas…é o que a nossa próxima música nos fala…quantas vezes as fizemos e quantas vezes as falhámos e as esquecemos?
O relembrar da infância e da promessa feita é o tema central destas duas faixa seguintes. Somos novamente confrontados com as três partes intervenientes na música Salvation. Basicamente entre a Remember The Promise e a Phoenix From Ashes assistimos à discussão entre os dois irmãos. Entre a ténue linha que divide o bem e o mal e qual destas o irmão do narrador pretende perseguir. Ambas as músicas conseguem montar um panorama dos sentimentos, da revolta e do resto que os separa.

Sendo assim e mudando radicalmente de cenário, How Long é a primeira balada do álbum, apresenta-nos pela primeira vez o ponto de vista da mulher do irmão e o eterno amor do narrador.
São contadas memórias e a descoberta da verdade, onde mais uma vez as dúvidas e angústia estão presentes assim como a tomada de uma decisão com o poder de mudar muita coisa.
A instrumentalização nesta faixa é divinal e a voz suave e doce da Sabine conseguem provocar um arrepio de satisfação, acaba por fazer parte de nós, não só pela própria letra como também a maneira com que consegue mexer com os nossos sentimentos.

A decisão é tomada com a Innocent Hearts e é aqui que voamos novamente para o ponto de vista do irmão do narrador. A chantagem emocional as ameaças perante a sua mulher são patentes e no entanto, estranhamente, quase podemos ainda ver o amor e a necessidade que ambos sentem em ficar juntos.
Quanto à música em si, penso que o ponto alto desta é mesmo a vocalização da Sabine e os papeis que assume ao longo da faixa, mas no entanto não encontro nada de novo para além disso.

Outra paragem…desta vez viajamos 1 ano no tempo e encontramo-nos novamente numa balada. A segunda deste album para ser mais exacta: Forgotten Love
Enquanto na primeira achei que a voz da Sabine tinha um papel principal, nesta o toque melancólico do violino rouba toda atenção, como se fosse um lamento da vida que o nosso narrador decidiu levar, das memórias e como se separou assim da aldeia e de todos.

Depois de andarmos um pouco aos saltos pelos sentimentos libertados pela faixa anterior, a seguinte de serenidade não tem nada. Talvez como a faixa mais marcante do álbum, The Burning é o ponto culminante de tudo.
A própria violência da música demonstra a acção e num jeito quase teatral a voz de sabine encara vários tons ao longo da música.
É aqui também que observamos o desenrolar o ‘quase’ fecho da história. É onde a verdade vem ao de cima, onde os habitantes da aldeia percebem finalmente que afinal quem seguiam não os pode levar a salvação quando ele próprio precisa dela.
Quanto ao resto do que se passa nesta música…não seria justo fazer um spoiler nesta parte.. ;)

New Decade…tem origem 10 anos depois, encontram-nos com a filha do narrador após ter lido o diário o pai.
Infelizmente como fecho da história a música é aborrecida, não como estava à espera, pelo menos a nível de ritmo e de instrumentalização assim como a participação de Sabine, que só melhora no refrão onde deixa de lado aquele sotaque esquisito, não natural e que por vezes tornar-se um pouco irritante…

O que este álbum tem de diferente? Ao ouvir o álbum completo sem paragens é notável a diversidade de melodias, a forma como o álbum não segue uma linha recta mas sim com vários desvios. A forma como este conceito consegue montar um palco e fazer de nós espectadores prontos a rumar viagem.
Nota-se uma grande evolução da própria banda, uma banda mais matura e mais ordenada que promete sempre mais alguma coisa e nos deixa na expectativa.
Devo dizer mais uma vez, que neste álbum, é marcante o trabalho do Pete e do Chris como guitarristas (sem tirar o mérito aos restantes!), os instrumentais são divinais e a forma como despertam adrenalina é gratificante. Mesmo nas partes mais repetitivas de algumas faixas há sempre um elemento que tenta modificar. Por vezes bem sucedido outras vezes não tão bem.

Por último, é obrigatório dizer que todo o conceito assim como as letras das músicas foram escritas pela Sabine, foi em memória desta que os restantes membros decidiram lançar o album…como um acto de amizade, de coragem…e que nos mostra que o tempo e a morte é um poço de saudade.

18 valores

Para mais informações sobre todo o conceito, da história, é recomendável que consultem: Griefshire Concept

Line up:
Sabine Dünser - Vocais
Pete Streit - Guitarra
Chris Gruber - Guitarra
Tom Saxer - Baixo, Guturais
Max Naescher - Bateria
Judit Biedermann (Nevertheless) - Violino na faixa "Forgotten Love"


Ana Teixeira (Lua Nova)

sábado, 12 de julho de 2008

REVIEW - Within Temptation - Optimus Oeiras Alive 11.07.08



No dia 11 de Julho, a espera demonstrou ser interminável para os fãs da banda holandesa Within Temptation (WT), naquele que foi o segundo dia do Festival Optimus Oeiras Alive 2008, dia praticamente dominado pelas sonoridades do reggae e por uma miscelânea tão grande de estilos e respectivos públicos e que, pela sua excessiva variedade, carecia claramente da coerência necessária a um bom festival e impedia alguns de fazer render os 45 euros do bilhete. Incoerências da organização à parte, os WT não desiludiram, apesar dos meros 60 minutos que a organização do festival havia reservado para a sua actuação e que originaram uma setlist de 11 temas, curta e composta maioritariamente de singles e temas do último álbum The Heart Of Everything (2007) e do anterior The Silent Force (2004). Apesar da necessária escassez, a banda liderada pelo guitarrista Robert Westerholt e a Senhora do Metal, Sharon den Adel deu um dos melhores concertos da noite em termos cénicos e de interacção com o público, com a energia contagiante que já é imagem de marca da banda. Os fãs foram elemento central para fazer deste um concerto inesquecível (apesar da sua duração mínima), incansáveis na sua espera, alguns desde as 10h da manhã, outros desde a abertura das portas, às 16h. As longas horas foram suportadas na linha da frente, segurando faixas de apoio à banda, até às 23.40h, hora em que o palco começou a ser montado para a actuação. Os WT distinguiram-se de imediato pela produção cénica que levaram ao palco, contrastando fortemente com os palcos despojados dos outros concertos do dia. Uma tela com gárgulas foi colocada ao fundo, quatro tochas ladeavam o palco, assim como dois anjos de negra beleza e dois grifos, um de cada lado. Às 23.55h, a espera terminara finalmente.






Os coros magistrais da Intro do álbum The Silent Force ecoaram na noite e os fãs responderam entusiasticamente. O teclista Martijn Spierenburg ocupava o seu lugar, Stephen van Haestregt sentava-se atrás da bateria, Jeroen van Veen entrava com o seu baixo. Os dois guitarristas Ruud Jolie e Robert Westerholt arrancaram os primeiros acordes de Jillian (I’d Give My Heart). Sharon den Adel entra em palco, sorridente e lindíssima num corpete branco e saia justa comprida e bordada no mesmo tom. É recebida em delírio por um público que canta cada palavra. A voz de Sharon esteve, como habitualmente, irrepreensível, alternando entre o seu tom angelical e os tons mais graves e rockeiros utilizados no álbum The Heart of Everything, sem incorrer em erros de afinação, apesar de se enganar aqui e ali nas letras. Após o segundo tema, a poderosa The Howling, havia uma surpresa para a Senhora do Metal dos WT que faz anos precisamente hoje, dia 12. Já passava da meia-noite e os fãs cantaram os parabéns para uma Sharon maravilhada e surpreendida.


A partir daí, a entrega foi ainda maior. A banda lançou-se no single What Have You Done, com o público a cantar a plenos pulmões as partes de Keith Caputo, que partilha as vocalizações com Sharon neste tema. Seguiu-se outro single, desta vez do álbum The Silent Force, Stand My Ground, com quase todos os membros da banda em forte interacção com o público. Robert demonstra ser infatigável nessa interacção e até o, habitualmente mais quieto, teclista Martijn, largou momentaneamente as teclas para bater palmas com o público. Chega a negra The Heart of Everything, que a vocalista parece sempre dedicar aos seus fãs. A voz de Sharon percorre diferentes tonalidades, indo desde o seu tom mais negro e grave aos tons mais elevados, sem a mais pequena desafinação.





Um dos momentos altos aproximava-se e a tela ao fundo mostrava imagens reais de um mundo em guerra. Our Solemn Hour limitou-se a ser aquilo que só por si é, uma música magistral e épica, um tema absolutamente incontornável com um refrão retumbante. Seguiu-se outro single de The Silent Force, Angels, tema em que brilha o tom angelical de Sharon den Adel que aponta para os seus fãs enquanto canta “I see the angels”.


Hand of Sorrow trás o momento alto da actuação, com banda e público aos saltos, seguindo o ritmo bombástico daquele que considero um dos melhores temas que os WT nos trouxeram com o seu álbum de 2007. O refrão viciante leva toda a gente atrás, sendo impossível fugir às palavras e à melodia das guitarras. A voz de Sharon atinge, com este tema, patamares de incrível beleza, e a sua presença em palco vem evidenciar claramente todas as razões pelas quais esta é uma das melhores Senhoras do Metal da actualidade.






A dois temas do fim apresenta-se o clássico Mother Earth e para esta não são necessárias quaisquer palavras. Quem já esteve num concerto dos WT sabe o que é sentir aquele arrepio pela espinha quando os acordes celtas se fazem ouvir e as guitarras entram atrás deixando-nos sem respirar. Sabe também que, depois, a voz de Sharon contará a história, erguendo-se no característico refrão que mais ninguém consegue cantar senão ela e que as mãos se levantarão no ar, bem altas, quando a música cessa e entra o coro masculino. Sabe que Sharon se afasta do microfone nesse momento e começa a sua conhecida “dança” e que depois a música recomeçará com aqueles acordes inesquecíveis. E sabe que tudo termina exactamente como começou. De forma épica e estrondosa.

A balada escolhida para a noite foi Memories, ao contrário da tão desejada Forgiven (do álbum The Heart of Everything), mas ninguém se deixou abater e todos cantaram em coro com Sharon que usava as letras para descrever o que estava a sentir na noite especial de aniversário que lhe tinham oferecido.





Chegara o fim da pequena hora que lhes fora reservada e a desilusão foi palpável quando os acordes da final Ice Queen se fizeram ouvir. Ainda assim, os WT entregaram-se com garra ao tema final, e os típicos “ohoh” foram gritados em uníssono pelo público, no tema-símbolo da banda. Terminara o minúsculo concerto, mas que não soube a pouco porque a banda e o público assim o quiseram. Os fãs gritavam “we want more” e Sharon dizia tristemente que também ela queria continuar. Mas o profissionalismo dos WT fê-los então abandonar o palco à hora certa, para não prejudicar a banda seguinte, não sem antes mandarem palhetas e baquetas, com Sharon a distribuir beijinhos, visivelmente emocionada.


Apesar da fraca originalidade da setlist, esta foi uma hora que provou o carisma, energia e qualidade de uma banda com 12 anos de carreira, que tocou num festival destinado maioritariamente a públicos de sonoridades reggae e que ainda assim soube dar um grande espectáculo e corresponder às expectativas de quem tudo suportou para os ver. A Senhora do Metal, Sharon den Adel, parecia não ser capaz de deixar de sorrir e a sua simpatia voltou, claro, a conquistar quem quer que ainda não se tivesse rendido anteriormente. Elogiou a noite, a beleza de Lisboa (redimindo-se, talvez, da gaffe geográfica do Super Bock Super Rock de 2006), e estendeu esses elogios ao seu incansável público, agradecendo comovida as flores, a prenda, as faixas de apoio e principalmente, os cânticos de parabéns, que considerou um momento muito especial que não esquecerá.


Resta esperar um regresso em grande e para breve, para um concerto com o dobro da duração e que percorra saudosos temas dos tempos Mother Earth (2003) e quem sabe dos ainda mais saudosos Enter (1997) e The Dance (1997). Será, certamente, mais um excelente espectáculo, como os WT nos têm habituado.

Inês Martins (Lua Minguante)

Setlist:
Intro + Jillian
The Howling
What Have You Done
Stand My Ground
The Heart of Everything
Our Solemn Hour
Angels
Hand of Sorrow
Mother Earth
Memories
Ice Queen


Créditos fotos - Blitz

quinta-feira, 10 de julho de 2008

BATTLELORE lança novo álbum

O novo album dos Battlelore, The Last Alliance, está terminado e pronto a ser apresentado ao público. Segundo a banda, o álbum irá conter temas grandiosos, épicos e atmosféricos, que transportarão o ouvinte numa jornada inesquecícel através da Terra Média.
The Last Alliance será editado em jewel case e em digipack. O digipack vai incluir um DVD com o concerto da banda no Metal Voices Festival de 2007.

Tracklist:
1. Third Immortal
2. Exile the Daystar
3. The Great Gathering
4. Guardians
5. The Voice of the Fallen
6. Daughter of the Sun
7. Green Dragon
8. Awakening
9. Epic Dreams
10. Moontower
11. The Star of High Hope

Tracklist do DVD bónus (Live at Metal Female Voices Festival 2007)
1. Ghân of the Woods
2. Ocean's Elysium
3. Into the New World
4. Buccaneer's Inn
5. We Are the Legions
6. House of Heroes
7. Beneath the Waves
8. Sons of Riddermark

Datas de lançamento:
24 de Setembro – Finlândia
26 de Setembro – Alemanha, Áustria, Suíça, Suécia, Benelux, Itália, França
29 de Setembro – Resto da Europa
7 de Outubro – EUA e Canadá

Site Oficial

Myspace

The Gathering - Downfall







Data Prevista - 15 de Setembro de 2008



Esta caixinha de surpresas que contém 2 cd's, é uma compilação de músicas mais antigas, demos gravados antes do sucesso de Always..., fotografias da banda (algumas delas raras) e músicas ao vivo.
Mas o melhor de tudo é que este novo projecto vai conter 7 novas faixas nunca antes editadas.

CD 1

1. Heartbeat Amplifier
2. Her Last Flight
3. On A Wave
4. The Illusionist
5. Passage To Desire
6. Of Pavilions And Fountains
7. In Sickness And Health
8. Gaya's Dream
9. Always...
10. Second Sunrise
11. Six Dead, Three to Go
12. Downfall
13. Another Day
14. Share The Wisdom

CD 2

1. Dethroned Emperor [Celtic Frost cover]
2. Subzero
3. Anthology in Black
4. Second Sunrise
5. Downfall
6. In Sickness and Health
7. Anthology In Black
8. Downfall
9. Subzero
10. Second Sunrise
11. Gaya's Dream
12. Stonegarden
13. Heartbeat Amplifier

Site Oficial: The Gathering

quarta-feira, 9 de julho de 2008

Elis - Show Me The Way Live (Live)

Aqui fica uma das raridades da banda que tem estado em destaque este mês no nosso blog - os Elis. Digo raridades porque é extremamente difícil encontrar material vídeo do tempo em que a Sabine, a nossa senhora do mês, era a vocalista.

Elis - Show Me The Way Live (Live)

REVIEW Elis - God's Silence, Devil's Temptation [2003]

Tracklist:
1.For Such a Long Time
2.Where You Belong
3.Sie Erfasst Mein Herz
4.Do You Believe
5.Engel der Nacht
6.God's Silence
7.Devil's Temptation
8.Come to Me
9.My Only Love
10.Child
11.Abendlied



O primeiro trabalho da banda sobre o signo de Elis fez-se com este God’s Silence, Devil’s Temptation [Napalm Records, 2003], que nos chega em suaves tons outonais, inspirado a nível gráfico, lírico e, de certa forma, também musicalmente, nas ambiências desta estação do ano. Juntamente com o nome Erben der Schöpfung, os Elis abandonaram os meandros de uma sonoridade de forte componente electrónica, embora esta influência não deixe de se sentir neste e nos subsequentes registos do colectivo. Com o seu disco de estreia, o som dos Elis trilha os caminhos do rock/metal gótico, combinando peso das guitarras, cuja sonoridade estabelece um estilo mais rock que propriamente metal e a melodia do piano e voz de Sabine, sem esquecer o esquema de vocalizações Beauty & The Beast. No entanto, os Elis demonstram a originalidade deste projecto, apresentando dois elementos que já referi e que não são propriamente comuns no estilo – um deles, o piano, em substituição dos mais típicos órgãos e sintetizadores e a característica voz de Sabine, que alterna habilmente entre um timbre mais directo e rockeiro e a melancolia elevada do seu tom soprano.

God’s Silence, Devil’s Temptation foi produzido entre os anos de 2002/2003 nos Mastersound Studios, pelo produtor e músico Alexander Krul (LEAVE’S EYES, ATROCITY). Liricamente, o registo de estreia dos Elis explora temas humanos como a traição, o amor e as memórias perdidas, ao mesmo tempo que mergulha no caótico questionamento sobre Deus e a condição humana, tacitamente implícito no título do mesmo. A composição fica maioritariamente nas mãos dos fundadores, Pete Streit e Sabine Dünser, com três temas integralmente cantados na língua materna do colectivo, o alemão.

Such a Long Time é a faixa de abertura. Melodias de timbre electrónico (reminiscências da fase Erben der Schöpfung) misturam-se com as guitarras rock e o som do piano. A voz de Sabine alterna entre o seu timbre mais rockeiro e o tom de soprano que se evidencia no refrão. Destaque para a presença das guitarras, em múltiplos solos trabalhados, que vão definir desde já a típica sonoridade Elis.

Where you Belong arranca com os grunts do baixista Tom Saxer, tão característicos da sonoridade gótica, logo depois interrompidos pela beleza melódica da voz de Sabine, na faixa mais emblemática do disco, com um refrão que se recusa a abandonar a nossa consciência – “It’s where you belong/don’t you see/when memories are gone/sent to be free”. Tão catchy e viciante como uma qualquer canção pop.

Sie Erfasst Mein Herz é o primeiro tema do registo integralmente cantado em alemão, no tom suave e triste de Sabine que se ergue numa apoteose melódica, trabalhada sobre os teclados e o peso de guitarras que surgem no refrão. A delicadeza suave da voz de Sabine nas vocalizações em alemão torna-as a minha especial preferência. Um momento alto do disco.

Piano abre o tema seguinte, Do You Believe, onde os Elis mostram todo o seu potencial musical, com um arranque misterioso e cadenciado, dando lugar a uma entrada de guitarras bem rock. Velocidade é impressa na sonoridade dos Elis, mas nunca em demasia, dando-se lugar ao preferível ritmo cadenciado que culmina com novo refrão viciante, sempre realçado por um piano discreto, mas indubitavelmente muito presente. Alterna-se aqui, entre a velocidade e o peso, a melodia e momentos de calma.

Engel der Nacht traz a excelência da voz de Sabine erguendo-se em todo o seu esplendor nas vocalizações na sua língua materna. Delicadeza coroa o peso, originando um apogeu da sonoridade gótica dos Elis, com a melancolia plenamente expressa na voz de Sabine e no, sempre presente, piano.

Chegamos a meio do álbum para ir de encontro ao duo de temas centrais, escolhidos para intitular o mesmo. God’s Silence e Devil’s Temptation são os ex-líbris do álbum. A primeira mais leve que a segunda, mas não menos perturbadora. Liricamente, o conceito toma, nestes dois temas, um peso e uma força maior e quase sinistra. A temática Beauty & The Beast é aqui jogada nas vozes de Tom Saxer e Sabine, em doses equilibradas. God’s Silence apresenta agradáveis pequenos solos de piano que se intercalam com as vocalizações de Sabine, encontrando-se estas a determinada altura com o tom negro de Saxer, para culminar num refrão melancólico. Sabine envereda por vocalizações sinuosas e inquietantes, com as guitarras a realçar a ambiência rock. Devil’s Temptation evoca ambientes do interior de uma catedral abandonada. A voz de Tom Saxer tem aqui uma maior predominância, conferindo o peso, que contrasta com as vocalizações mais líricas de Sabine em todo o álbum, que se desdobram em coros sobrepostos, conjugadas com um tom desesperado e mais frio. As guitarras também têm aqui o seu momento, já quase no final, desenrolando-se em solos interessantes.

Chega a primeira (e podemos considerar, única) balada – Come to Me. Como seria de esperar, o piano domina aqui a secção melódica, com evidente destaque para a prestação vocal de Sabine que dá mostras mais do que confirmadas da beleza da sua voz, desdobrando-se em múltiplas sobreposições.

A veia rock gótico dos Elis volta em força com My Only Love, um tema em que a harmonia e as guitarras se combinam com a voz de Sabine para criar aquilo que nunca falta num álbum do género, algo entre uma possível balada e uma canção rock. Destaque aqui para o timbre que a vocalista adopta na maior parte da composição – um tom directo e rockeiro.

Child é, para mim, a pérola deste registo - um tema lento e compassado, em que a voz de Sabine atinge a excelência nos tons elevados, absolutamente soberba e etérea. Child representa, para mim, aquilo que de melhor os Elis faziam em 2003 e é, ainda hoje, uma das músicas de que mais gosto. O piano apresenta uma composição envolvente, coordenada de forma perfeita com o peso dos restantes instrumentos, dando predominância ao tom inesquecível de Sabine.

Abendlied é o tema final, uma composição integral em piano, perfeita para escutar com toda a atenção a voz melancólica e doce de Sabine.

God’s Silence, Devil’s Temptation é um álbum para os apreciadores do rock/metal gótico interessante e de qualidade e uma peça mais do que indispensável para os apreciadores das vozes femininas do metal, as Senhoras do Metal. Em 2003, foi o começo promissor da carreira dos Elis.
16 valores
Formação:
Sabine Dünser (RIP) – voz
Pete Streit – guitarra
Jürgen Broger – guitarra
Tom Saxer – baixo e voz
Franky Koller - bateria
Inês Martins (Lua Minguante)

terça-feira, 8 de julho de 2008


Sabine Dünser
27 de Junho 1977 - 8 de Julho 2006

Dedicatória dos Leaves' Eyes

To Sabine:

Being you, Sabine,
made you shine
Caring, loving, a true friend
and a heart so warm

To your friends and family
you always gave strength
Hearing your voice, Sabine,
opened our hearts

In the dark, in rain, through tears
you held the light
A million stars will always shine for you
at night.


segunda-feira, 7 de julho de 2008

Breves

Violino de regresso aos My Dying Bride

Os Mestres do Doom Metal, MY DYING BRIDE, anunciaram o mais recente membro da banda: a teclista/violinista Katie Stone, que já está envolvida nas gravações do sucessor de A Line of Deathless Kings de 2006. A banda já prometeu mais informações sobre esta nova Senhora do Metal para breve.

Liv Kristine assina com a Napalm Records
Liv Kristine assinou contrato com a Napalm Records para os seus próximos álbuns a solo. “Estou muito satisfeita com a cooperação entre a Napalm Records e os LEAVES' EYES”, explica a vocalista. E acrescenta: “Ter o meu projecto a solo e os Leaves Eyes na mesma editora torna tudo mais fácil no que respeita ao planeamento e coordenação das produções, das tours, das campanhas promocionais, etc”.
Liv Kristine já conta com dois álbuns a solo, o último dos quais, Enter My Religion, foi lançado em 2006.




Within Temptation revelam capa de DVD

Os WITHIN TEMPTATION revelaram a capa de DVD Black Symphony, a ser lançado a 22 de Setembro.

domingo, 6 de julho de 2008

REVIEW Erben der Schöpfung – Twilight [2001]

Tracklist:
1. Elis
2. Sleep and Death
3. By my Side
4. Eine Rose für den Abschied
5. Niemand kennt den Tod
6. My Star
7. Ade
8. Alone
9. Doch sie wartet vergebens...


Os Erben der Schöpfung começaram por ser o projecto de um só homem, o teclista Oliver Falk que, inicialmente, procurava um vocalista masculino. O convite foi endereçado a Thomas Rainer dos L’Ame Imortelle, mas tendo este declinado, Oliver encontrou a voz perfeita na jovem Sabine Dünser. Mais tarde, Pete Streit foi convidado para tocar as guitarras do álbum Twilight, acabando por se tornar num membro a tempo inteiro.

Devido a desentendimentos no seio da banda, Pete e Sabine abandonaram os Erben der Schöpfung e fundaram os Elis. Oliver perdeu os direitos de Twilight – por esta razão, este é considerado o primeiro álbum dos Elis – mas manteve o nome Erben der Schöpfung e, em 2005, a banda voltou ao activo, com uma nova line-up. Em breve, a banda presentear-nos-á com um novo trabalho.

Há uma diferença notória entre este álbum e os posteriores trabalhos dos Elis. Para começar, Twilight é um híbrido, cuja paisagem musical se encontra algures entre o Gothic Metal, passando pelo Industrial, com alguns laivos de EBM e Electro Goth. As batidas electrónicas e os sintetizadores são uma presença constante, e as guitarras são simples e até um pouco repetitivas. Os mais puristas do Metal podem não apreciar este álbum, mas quem gosta de bandas como os L’Ame Imortelle, ou até da fase electrónica dos Theatre of Tragedy, pode encontrar aqui alguns pontos de interesse.

Um dos destaques de são os teclados de Oliver Falk que, sem dúvida, são os condutores de todo o álbum, sendo quase omnipresentes, mas sem se tornarem cheesy ou repetitivos. O outro destaque vai para a bela voz de Sabine. Embora este tenha sido o seu primeiro trabalho discográfico, brinda-nos com uma prestação quase sem mácula. Entre o peso das guitarras e os sons electrónicos, a sua voz limpa e clara que, em alguns momentos, faz lembrar a de Liv Kristine, espalha um pouco de luz na escuridão que permeia este Twilight.

Apesar dos ritmos dançáveis de uma boa parte das faixas, este é um álbum dark, que não cairia nada mal numa festa gótica. Uma vez mais, se comparamos com os Elis, os Erben der Schöpfung viajam por caminhos bem mais sinuosos e obscuros.

Este poderia ter sido um álbum brilhante dentro do seu género se – com a devida excepção de algumas faixas – conseguisse captar a atenção do ouvinte. Sim, este é um daqueles cds que, após as duas ou três primeiras faixas, se transforma rapidamente em música de fundo. A culpa deve-se, em grande parte, ao ritmo cadenciado e aos riffs simples que se repetem ad nauseum.

Ainda assim, e justiça seja feita, algumas faixas são muito interessantes, como é o caso do tema de abertura do álbum, Elis, completamente cantado em alemão, o que favorece a voz de Sabine (pessoalmente, sempre preferi escutá-la em alemão). Outra excelente faixa é a dançável Niemand kennt den Tod, que conta com a participação de uma voz masculina, e onde Sabine apenas faz os backing vocals. Ade e Alone são as minhas favoritas, com refrões eficazes, belos teclados, sobre as quais paira uma aura sinistra que me agrada muito – e claro, as lindíssimas vocalizações de Sabine.

Twilight é uma proposta interessante para quem gosta daquele Gothic Metal que pisca o olho à música electrónica. É também interessante para perceber o percurso dos Elis e para os admiradores de Sabine Dünser. É - e será sempre - um prazer escutá-la.

Destaques: Elis, Niemand kennt den Tod, Ade, Alone


14 valores

Cláudia Rocha, Quarto Crescente


Line-up: Sabine Dünser (voz), Oliver Falk (sintetizadores), Pete Streit (guitarra/baixo)