sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Magica - Novo álbum em Novembro!

Os Magica, banda de power metal natural da Roménia, já têm o seu novo longa duração pronto. Wolves and Witches é o título que verá a luz do dia no mês de Novembro, lançado pela AFM Records.

O registo segue o original de 2007 – Hereafter – e terá a duração de aproximadamente 51 minutos despendidos em 11 faixas que constituem, nas palavras dos músicos – “um pequeno conjunto de criaturas fantásticas que podemos encontrar no folclore romeno”.

A história dos Magica começa em 2002 na cidade de Constatia, na Roménia, com a banda a surgir pelas mãos e mente criativa do guitarrista Bogdan "Bat" Costea. O disco de estreia - The Scroll of Stone - viu a luz do dia no mesmo ano e apesar da fraca promoção, foi muito bem recebido pelos media. Lightseeker foi o sucessor, surgindo dois anos depois, em Outubro de 2004 e em 2006 a banda partiu em tour com os emblemáticos After Forever. Em 2008 voltamos a ouvir falar dos Magica, resta-nos ouvir este Wolfs and Witches.

Por enquanto, o colectivo que tem na voz, a Senhora do Metal Ana Mladinovici, revela desde já a tracklist do seu último registo, assim como uma pequena explicação de cada música, para atiçar curiosidades, que pode ser consultada aqui - http://www.magicaband.com/magicaexplorer.html#News%20-%20Find%20out%20whats%20new


Line-up
Ana Mladinovici - Voz
Bogdan "Bat" Costea - Guitarra
Valentin "IngerAlb" Zechiu - Baixo
Cristi "Beavis" Barla - Bateria
6Fingers - Teclados

Álbuns
The Scroll of Stone (2002)
Lightseeker (2004)
Hereafter (2007)
Wolves and Witches (2008)

Site Oficial - http://www.magicaband.com/magicaexplorer.html
Myspace - http://www.myspace.com/magicaband

quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Notícias

Angela à conversa com fãs dia 30 de Agosto!

A frontwoman da banda de death metal estará à conversa com os fãs este Sábado, 30 de Agosto, naquele que será o primeiro chat da vocalista com os fãs no fansite dos Arch Enemy - United Enemies. Por isso, fãs de Angela e de Arch Enemy, ou simplesmente curiosos ou fãs de boa música, não percam tempo e passem no site - WWW.FANSITEPRODUCTIONS.COM/ARCHENEMY.
It's fucking talk & metal!

Site Oficial - http://www.archenemy.net/


Chaoswave assinam pela Nightmare Records!


Os Chaoswave, banda de metal progressivo da Senhora do Metal Giorgia Fadda, assinou pela Nightmare Records, editora americana que irá lançar o segundo registo do colectivo – Dead Eye Dreaming – a sair para a luz do dia a 25 de Novembro. Na Europa a distribuição estará a cargo da SPV, com data de lançamento ainda por decidir. O álbum foi mixado por Andy LaRocque (King Diamond) e conta com a participação de Steve Smyth, ex-guitarrista dos Nevermore e Testament.

Ao mesmo tempo a banda está a organizar duas pequenas tours europeias que vão ter lugar entre os meses de Outubro e Novembro, com uma actuação prevista no MFVF Festival na Bélgica, a 19 de Outubro.
Enquanto esperamos já podemos, no entanto, dar uma espreitadela à capa e à tracklist daquele que é o último trabalho dos Chaoswave.

Tracklist:

1. 10 Years of Denial (4:55)
2. Fork Tongues and Foul Times (5:34)
3. How to Define a Race (5:26)
4. A March for the Dying (6:45)
5. Another Lie to Live in Vain (1:23)
6. Blind Eye Focus (4:46)
7. Dead Eye Dream (5:35)
8. Rise (5:07)
9. Picture Perfect (4:28)
10. Two Shadows (5:51)
11. The Evident (6:24)

Site Oficial: http://www.chaoswave.it/
Myspace: http://www.myspace.com/chaoswave
Cover Art: Dead Eye Dreaming

segunda-feira, 25 de agosto de 2008

Breves


Xandria



Depois de muitas demos ouvidas, pode-se dizer que a busca por uma nova vocalista terminou!Os Xandria esperam apresentar a nova voz para os seus trabalhos brevemente e enquanto isso não acontece, os preparativos para os novos concertos são feitos assim como planos para um novo trabalho.

Aos fãs, é recomendado que visitem o Royal Artist Club - Xandria para momentos mais privados com a banda e o seu novo membro.


Lacuna Coil




Enquanto os fãs aguardam ansiosamente o novo album da banda para princípios de 2009, os Lacuna Coil anunciam a data de lançamento do seu primeiro DVD: Visual Karma (Body, Mind and Soul) a 25 de Novembro de 2008.

Uma lista completa de todos os conteudos, assim como o 'Artwork' irão ser revelados em breve!



Kivimetsän Druidi



Depois de recentemente terem assinado com a Century Media, a banda de metal simfónico/folk Finlandesa, prepara-se para lançar o seu primeiro album: Shadowheart. A mesma afirma que a inspiração para a concepção do mesmo foi o Folklore Céltico, influência que é notada em todo album.

Datas de lançamento:
15.10.2008 Finlândia
17.10.2008 Alemanha, Austria, Suíça, Benelux, Itália
21.10.2008 Espanha, Portugal
22.10.2008 Suécia, Hungria

Site Oficial: Kivimetsän Druidi
Myspace: Kivimetsän Druidi - myspace


Flowing Tears


Thy Kingdom Gone, é assim que o novo album dos flowing Tears se intitula. A banda orgulha-se por revelar a artwork do album (concebida por Seth Siro Anton) assim como a tracklist final:

1. Orchidfire
2. Pain has taken over
3. Rain of a thousand years
4. Grey
5. Thy kingdom gone
6. Words before you leave
7. Miss Fortune
8. Colossal shaped despair
9. Kismet
10. For my enemies
11. Souls of the neon reign
12. The war we left behind

Data de Lançamento: 20 de Outubro


Adastreia


Alexandra Martin, vocalista dos Adastreia, fez o seguinte anúncio no Myspace da banda:

É como muita pena que decidi sair dos Adastreia. O tempo que passei com a banda significou muito para mim e estou incrivelmente orgulhosa da música que criámos e daquilo que alcançámos. No entanto, sinto que chegou o momento de explorar novas direcções musicais. Um muito obrigada a todos os que nos apoiaram, a mim e à banda. Isso significou muito para nós!
Desejo à banda todo o sucesso, qualquer que seja o caminho que decidam percorrer.

Site Oficial: Adastreia
Myspace: Adastreia - Myspace

sábado, 23 de agosto de 2008

Marcela Bovio - Entrevista

A entrevista que colocamos a seguir, data de Novembro de 2005. Apesar de já ter os anos que tem, esta dá-nos um parecer maior do que foi a carreira da Marcela. Como começou, quais os projectos que tinha em mente e os planos futuros.

MuzikMan: Fala-me da Marcela Bovio, a pessoa, a vocalista e a instrumentista.
Como foi o teu começo no mundo da música?

Marcela: Quanto eu tinha 5 ou 6 anos, frequentei uma escola de musica onde assisti a todo o tipo de aulas, desde as básicas de teoria da música, a canto e flauta.
Desde esses tempos que sempre me interessei na música e no canto. Mais tarde, já na minha adolescência, tive aulas de violino e presentemente estou a estudar canto clásssico e jazz.
Com o passar dos anos, o meu interesse por vários estilos musicais acabou por crescer: Comecei com o pop e o rock, depois metal, rock progressivo, jazz e música do mundo.

MuzikMan: Sei que entraste num concurso no site do Arjen Lucassen’s (Aryeon).
Tudo isso acabou contigo e com o Arjen numa banda, os Stream of Passion. Alguma vez esperaste que algo assim pudesse acontecer?

Marcela: Não, nem por isso. Quando eu mandei o CD ao Arjen, não tinha nenhuma expectativa para além de continuar a revelar a minha música; mas depois do convite, as minhas intenções foram apenas de fazer o melhor que conseguia para merecer aquele ‘spot’ entre os grandes e talentosos músicos. Acabámos por passar bons momentos enquanto trabalhamos juntos, tivemos uma química musical e todo este novo projecto acabou por surgir. Foi uma reviravolta interessante para mim!

MM: O album da banda é intitulado como Embrace The Storm. Consegues explicar o seu significado? Assim como o nome da banda que é deveras curioso. Eu olho para ele como se a banda estivesse a mostrar a sua própria força e pondo isso tudo na música.
Achas que isso é um bom começo?

Marcela: Sim, definitivamente! A música é muito intensa, muito emocional. Nós queríamos que o nome da banda fosse a imagem disso. Também pensámos que seria engraçado que o mesmo se relacionasse com a maneira como trabalhámos juntos neste album, mandando os ficheiros pela internet e trabalhando assim.
O nome do album transmite o ambiente do mesmo. Penso que é maioritariamente ‘dark’ e tempestuoso, mas com alguns veios de luz e esperança.
É uma espécie de metáfora: A tempestade representa a mudança e os tempos difíceis que todos nós temos e a maneira como lidamos e os aceitamos.

MM: A banda deve estar muito empolgada com o respeito dos fãs, da imprensa e das promotoras. O contracto com a BMG deve ter sido um choque ao início não?
Como é que isso vai funcionar? Vocês já estão com a Inside Out Music, como é que conseguem estar com duas promotoras ao mesmo tempo?

Marcela:
Na verdade, nós estamos com 3 editoras neste momento. Mas cada uma tem tarefas e responsabiliza-se por partes diferentes. Sony/BMG tem Benelux, InsideOut o resto da Europa assim como os EUA/Canada e há também a IronD que tem a Rússia a seu cuidado, Ucrânia e os Países dos Balcãs.
É extremamente excitante ter estas promotoras todas de volta do album. Mas é claro que ficámos empolgados quando assinamos o contracto com a Sony/BMG, permitiu-nos levar a nossa música a um público diferente e mais abrangente.

MM: Eu dou ao album 10 estrelas, merece. É um album incrível e vocês devem ter ficado extremamente contentes quando as gravações terminaram. Ter trabalhado com o Arjen deve ter sido divertido, ele é um músico brilhante com uma mente extremamente criativa. Para além de que é uma pessoa muito humilde e terra-a-terra. Foi assim que o encararam quando gravaram para o seu album, Human Equation?

Marcela: Antes de tudo, muito obrigado pelos elogios!
O Arjen é uma excelente pessoa para se trabalhar, é criativo, adora experimentar, faz coisas diferentes, assim como os arranjos.
Não tem medo de se aventurar em decisões dificeis. Acima de tudo é uma boa pessoa.
Foi assim que o encarei da primeira vez que nos conhecemos.
Penso que todos nós ficamos um pouco surpreendidos com o resultado do album, porque as canções mudaram imenso do que eram originalmente nas demos.
À medida que fomos trabalhando nos arranjos e o resto da banda contribuíu, a música foi-se transformando nesta mistura interessante de estilos. Estou muito orgulhosa com o resultado do mesmo.

MM: O que te levou ao rock progressivo? Crescer e viver no México fez com que tivesses exposta a vários diferentes estilos de música?

Marcela: Eu acho que as coisas são praticamente iguais como em qualquer parte do Mundo.
Tem-se a parte comercial, que se ouve no rádio e na televisão, mas se explorarmos um pouco mais, conseguimos encontrar música maravilhosa para além dessa.
Antes de entrar para o rock progressivo, estava mais virada para o metal, por isso, o metal progressivo foi o primeiro estilo pelo qual me interessei: bandas como Dream Theater e Ayreon, que têm o seu ‘q’ de pesado. Mais tarde, comecei a interessar-me por Rush, King Crimson, ELP, Pink Floyd…tudo recomendações de amigos penso eu…

MM: Quais são os cd’s que estão constantemente no teu leitor? Quais são as bandas que achas que estão a marcar a diferença?

Marcela: Vejamos, por agora tenho The 3rd and the Mortal, Muse, Interpol, John Coltrane, Pat Metheny. Eu vivo numa espécie de concha para ser honesta, por isso não sei quais são as bandas que hoje em dia estão a fazer a diferença; a música que ultimamente teve algum impacto em mim foram albuns antigos, tais como Ella Fitzgerald e Thelonious Monk.

MM: O Arjen disse-me que o album não seria lançado até Outubro, porquê esta espera tão longa em relação à data original de lançamento?

Marcela: Quando a Sony/BMG apareceu, a InsideOut já tinha combinado as datas para Setembro, mas para preparar melhor as coisas tiveram que adiar o mesmo para Outubro. É mau termos de esperar tanto, mas acho que vai valer a pena!

MM: Achas que os Stream Of Passion são uma banda que se vão prolongar e continuar juntos durante anos ou que será apenas um projecto em que depois cada um segue separadamente o seu caminho?
Podem acabar como os Dream Theater, continuam juntos mas entre os albuns, envolvem-se em diferentes projectos e carreiras a solo.
Achas que este tipo de projecto dava para ti?

Marcela: Pode ser. Acho que apenas o tempo pode responder, mas entretanto, estamos a passar por momentos muito bons ao trabalharmos juntos e todos estamos ansiosos pela Tour Europeia que começa no princípio do ano que vem.

MM: Para terminar, há alguma coisa que queiras dizer a todas as aspirantes a vocalistas que ainda não tiveram a oportunidade que tu tiveste?

Marcela: Aprendam tudo o que conseguirem, treinem a vossa voz e batam a todas as portas.
Trabalhem arduamente por aquilo que querem porque tudo é possível! Acho que sou a prova viva disso, he-he.

Agradecimentos:
© Keith "MuzikMan" Hannaleck- MuzikReviews

sexta-feira, 22 de agosto de 2008

Stream of Passion - Out in the Real World [LIVE]



Out in The Real World ao vivo, do DVD Live in the Real World.

As três Senhoras do Metal em palco: Marcela Bovio (voz), Lori Linstruth (lead guitar) e Diana Bovio (backing vocals)

quarta-feira, 20 de agosto de 2008

ELIS em estúdio


Os Elis entraram em estúdio (Mastersound Studio, Alemanha) para a gravação do sucessor de Griefshire, que contará uma vez mais com a produção de Alex Krull (Atrocity, Leaves' Eyes). O lançamento está previsto para o início de 2009, e será o primeiro trabalho de longa duracção com a nova vocalista, Sandra Schleret.

Sandra Schleret, emprestou a sua voz a várias bandas, entre as quais aos Dreams of Sanity, nos anos 90, e à banda de Epic/Viking Metal Siegfried. Fez parte dos Soulslide e fundou os Eyes of Eden com Waldemar Sorychta. Porém, teve de abandonar estes projectos devido a um grave problema de saúde. Já completamente recuperada, juntou-se aos Elis em Dezembro de 2006.

segunda-feira, 18 de agosto de 2008

Senhora do Metal de Agosto / Setembro - Marcela Bovio

Quando lhe perguntam se gosta de digressões, Marcela Bovio responde: «Definitivamente! Tocar ao vivo é uma das principais razões para se ser músico. Não só podes partilhar um momento especial com o público, mas também podes comunicar com os teus colegas de profissão de uma forma única». Esta é a visão da vocalista dos Elfonia (2001) e dos Stream of Passion (2005), bandas que ajudou a criar e das quais ainda hoje faz parte.

Em relação ao início destes últimos, Arjen Anthony Lucassen (Ayreon) refere que «a reacção de críticos e fãs à voz de Marcela no álbum dos Ayreon foi excelente. Contudo, quando ela já estava em estúdio para gravar este projecto, apercebi-me que ela tinha muitos mais talentos, que me arrependi de não lhes ter dado uso naquela altura. Assim, para evitar desperdiçar tanto potencial, decidi avançar com um projecto completamente centrado na sua voz, composição e escrita.»

A sua carreira musical começou em Monterrey, no México (onde ainda hoje vive) quando o seu padrinho recomendou que ela e a irmã (Diana) entrassem, ainda em tenra idade, para uma academia musical. A partir desse momento, Marcela encontrou-se sempre rodeada de música e interessou-se bastante por canto e actuação.

Durante a adolescência teve aulas de violino e de canto, e foi aí que despertou para as sonoridades de rock alternativo, progressivo e metal. «Sempre adorei música melancólica, por isso as bandas doom e góticas sempre me inspiraram. Mais tarde interessei-me por jazz, rock , música do mundo, e comecei a ter aulas de jazz. «Hoje em dia tento manter os meus ouvidos abertos para absorverem tantas influências musicais quanto possível.»

Aos 17 anos começou a tocar versões de alguns temas com amigos, mas não como vocalista. Marcela era a baixista da banda, mas não por muito tempo. Quando os seus colegas ouviram a sua voz pediram-lhe que assumisse o cargo de vocalista.

Fez também parte da banda Hydra (1999) – a sua primeira banda de originais. «Tocámos juntos por quatro anos e apenas lançámos um EP. Estávamos a experimentar coisas novas pela primeira vez, a correr riscos; ouvir o resultado final gravado foi excitante assim como foi ouvir “lluvia de rosas negras” na estação de rádio local pela primeira vez. Nunca o vou esquecer.»
Hoje em dia, Marcela toca violino e também flauta. Se for obrigada, ainda é capaz de tocar alguma coisa em guitarra e piano. «O meu preferido é o violino, embora não seja uma violinista dotada. Apenas adoro o som deste instrumento.»

Aos 28 anos de idade (17 de Outubro de 1979), esta cantora e violinista mexicana é uma consagrada senhora do metal, tendo tocado com diversos músicos, uns famosos, outros nem tanto, mas todos profissionais extremamente talentosos.


Discografia:

Hydra - Bosquejo (EP) 1999

Elfonía - self titled (CD) 2003
Elfonía - This sonic landscape (CD) 2005

Ayreon - The Human Equation (2CD) 2004
Ayreon - The Final Experiment reissue (2CD) 2005

Stream of Passion - Embrace the Storm (CD) 2005
Stream of Passion - Out in the Real World (EP) 2006
Stream of Passion - Live in the Real World (DVD, 2CD) 2006


Milene Emídio (Lua Cheia)

domingo, 17 de agosto de 2008

Senhora do Metal Agosto/Setembro - Marcela Bovio [Elfonia, Stream of Passion]


Vocalista e co-fundadora dos Elfonia e Stream of Passion e ainda artista convidada do projecto Ayreon, do grande Arjen Anthony Lucassen, Marcela Bovio é dona de um timbre excepcional e marcante, talentosa vocalista e violinista dos referidos projectos [Elfonia, Stream of Passion] dentro do espectro rock/metal doom, atmosférico e progressivo, com influências góticas. Uma voz e melodias que provêm desta Senhora do Metal, simultaneamente vocalista, compositora e violista. Apresentamos Marcela Bovio.

sexta-feira, 15 de agosto de 2008

EDITORIAL Agosto / Setembro (4ª Edição )


Sejam todos mais uma vez bem vindos à 4ª edição do Senhoras do Metal, e desta feita a tempo e horas!

Agosto, mês de férias, mas não para as Senhoras do Metal. Quer dizer, embora estejamos de férias (ou pelo menos algumas de nós), este é um projecto sem pausas. Queremos estar sempre em cima do acontecimento e dar-vos todas as novidades em primeira (ou segunda) mão. Foi nesta linha de pensamento (e acção) que o Projecto cresceu. Começou como uma ideia persistente da nossa Quarto Minguante (Inês) e cedo se tornou numa colaboração a quatro – o blog Senhoras do Metal tal como vocês o conhecem. No entanto, como já foi referido na 3ª Edição, estas senhoras, ou Luas, trabalham, estudam, têm vidas próprias e que nem sempre são conciliáveis com todo o trabalho que este nosso/vosso Blog implica.

Como já devem ter reparado, surgiram dois novos nomes associados a artigos por nós aqui postados. Se no passado editorial vos apresentámos a Cátia Alves, é com igual prazer que este mês vos damos a conhecer (e que lhe damos oficialmente as boas vindas) o nosso mais recente colaborador: Sérgio Almeida (temos de arranjar designação para eles também, já que a Lua só tem quatro fases, mas havemos de arranjar alguma coisa com muito estilo – aceitam-se sugestões).

Com o crescimento do Blog e a exigência e perfeccionismo de quem o faz, queremos ser um meio de referência, sempre actualizado e com crescente interesse para quem nos visita. Queremos afirmar-nos na web portuguesa como um projecto diferente e ao mesmo tempo interessante e relevante para (em primeiro lugar) a comunidade metaleira e (em segundo lugar) para os simpatizantes, interessados, amigos, e quem mais quiser. Volto a frisar a importância de todos vós neste projecto. Por isso mesmo, as Senhoras do Metal convidam-vos a enviarem notícias, críticas, pedidos, informações, reclamações, estados de alma... tudo o que quiserem e acharem relevante, para o nosso e-mail: senhorasdometal@gmail.com.

É realmente com grande orgulho que olho para trás e vejo o quanto cresceu este Blog e a grande aceitação que teve – o nosso muito OBRIGADO! Quatro meses passados desde os nervos que antecederam a estreia, as correrias em ter material pronto a ser postado no dia 15 de Maio, o Blog todo arrumadinho... Por tudo isto e por muito que há-de vir, agradeço pessoalmente a oportunidade de participar neste projecto, porque é com bastante orgulho que o faço, assim como sei que todos os outros nomes envolvidos também se orgulham dele! Quanto aos leitores, espero que aproveitem o nosso convite e que nos façam crescer mais e melhor com as vossas ideias, sugestões, colaborações...

Gostaríamos ainda de ter algum feedback de bandas de metal, com integrantes femininos, portuguesas. Uma forma de crescermos enquanto projecto e enquanto meio de comunicação de referência na área é conseguirmos entrevistas ou até mesmo material exclusivo e tal tarefa apenas se consegue com a colaboração das bandas ou com a boa vontade das editoras. É para nós extremamente importante divulgar o que de bom se faz em Portugal dentro do metal, em especial no feminino. Apelamos assim às bandas, às editoras ou amigos e conhecidos das mesmas, que nos enviem e-mails, deixem-nos comentários no Blog ou então adicionem-nos no myspace (http://www.myspace.com/senhorasdometal) - o espaço ainda está em “obras”, mas sintam-se à vontade para comunicarem connosco através dele.

No que respeita aos outros meios de comunicação que possam “tropeçar” em nós, sintam-se à vontade para perguntarem, colaborarem e divulgarem!

Milene Emídio (Lua Cheia)
e
Ana Teixeira, Cláudia Rocha e Inês Martins.

REVIEW Arch Enemy - Rise of the Tyrant [2007]

1. Blood on Your Hands
2. The Last Enemy
3. I Will Live Again
4. In This Shallow Grave
5. Revolution Begins
6. Rise of the Tyrant
7. The Day of Died
8. Intermezzo Liberté
9. Night Falls Fast
10. The Great Darkness
11. Vultures



2007 foi um ano muito forte em lançamentos de colectivos com mulheres nos vocais (não sendo por isso estranho que as Senhoras do Metal ainda estejam a fazer reviews de álbuns do ano passado). Foi neste contexto que Rise of the Tyrant – apesar de pertencer a um espectro muito diferente da maioria destas bandas – se destacou como um dos melhores lançamentos do ano.

O que senti eu quando quando escutei os primeiros segundo da primeira faixa deste Rise of the Tyrant, e quando os primeiros berros da Angela encheram os meus ouvidos? Para começar, alívio. Apreciei o Doomsday Machine pela proposta que faz, mas temi que os Arch Enemy criassem algo semelhante, uma espécie de Doomsday Machine II. Felizmente, os meus temores foram infundados. A banda sueca presenteou-nos com um dos álbuns mais poderosos da sua carreira, e o mais pesado da era da Angela. It’s pure fuckin’ metal!

Pode-se dizer que se redimiram de todos os “erros” que cometeram em Doomsday Machine, oferecendo-nos um trabalho muito genuíno, no qual a etiqueta Death Metal Melódico assenta que nem uma luva. As partes melódicas são realmente melodiosas, e as partes brutais extremamente intensas, criando-se um contraste portentoso. A produção já não é tão limpa como no álbum anterior e acabaram-se os efeitos omnipresentes sobre voz da Angela. E ela soa melhor do que nunca, cantando com uma tal agressividade que parece cuspir as palavras. Com muita malevolência.

Foi uma surpresa agradável verificar que Angela soa quase como se estivesse a cantar ao vivo e que, de facto, gravou de microfone na mão, como se estivesse em pleno concerto. A sua energia é uma das peças fundamentais que compõe um todo poderoso e coeso. Outra peça é, inevitavelmente, as guitarras.

Não é só a Angela que está no seu melhor. Os irmãos Amott também têm uma prestação irrepreensível, brindando-nos com riffs ferozes, belos, originais, sempre tocados com uma grande mestria – o que não surpreende, porque apesar de toda a atenção centrada na vocalista, os Arch Enemy sempre foram uma banda guitar-driven.

Outro aspecto interessante acerca deste sétimo álbum do colectivo (um número tão simbólico!) são as letras. Os Arch Enemy primam pelas boas letras, o que é algo que não se pode dizer de todas as bandas de Death Metal. Muito do conteúdo lírico tem um cariz político, falando sobre o poder e como este nos pode corromper. Quem é o tirano? Na faixa que dá título ao álbum ele é Calígula, o imperador romano conhecido pela sua crueldade e excentricidade; porém, quando lemos as letras com atenção não podemos deixar de pensar que os tiranos de hoje são menos óbvios, mas muito mais perigosos. De salientar, que cerca de 75% das letras foram escritas pela Angela.

O álbum abre com uma das melhores faixas do álbum: Blood on your Hands. De imediato, percebemos que estamos perante algo muito diferente de Doomsday Machine. A faixa é pesada e deliciosamente up tempo e Angela soa muito determinada. Mas ainda melhor é a senhora que se segue, The Last Enemy, com as suas variações de ritmo e um dos melhores refrões do cd, em grande medida devido à conjugação das linhas vocais de Angela com um riff que, convenhamos, fica ali a matar. A passagem para a I Will Live Again, é subtil, de tal forma que quase não percebemos que já entrámos na faixa seguinte. Esta é mais leve e acessível do que as duas anteriores, extramemte catchy, muito à semalhança da Revolution Begins, o primeiro single deste álbum.

Contudo, a calmaria não dura muito tempo. In This Shallow Grave está pejada de brutalidade e estamos novamente na presença de uma Angela terrível e assustadora: “Who is your master/ In this shallow grave?”. A sua melhor prestação neste álbum. E será que devo referir o solo de guitarra? Bem, por esta altura já os meus leitores devem estar fartos dos meus elogios aos solos de guitarra e também já devem ter percebido que eu sou uma fã dos irmãos Amott, em especial do senhor Michael Amott.

Revolution Begins é quase uma resposta à Nemesis. A temática é a mesma, e quando leio as letras destas faixas – letras que falam sobre a individualidade e a conquista da liberdade – chego à conclusão de que falam sobre nós, membros de tribos alternativas, neste caso, metaleiros. Fala sobre a liberdade de sermos quem somos, sem vergonhas, de não nos escondermos, de não nos deixarmos obliterar pelas exigências de uma sociedade que nos quer transformar em carneirada. Inspirador.

Segue-se a faixa-título, que tem início com um pequeno sample de um filme, no qual Calígula é elevado ao estatuto de deus. Outra grande malha, bem escolhida para título do álbum.

Os irmãos Amott têm o merecido destaque no instrumental Intermezzo Liberté. Confesso que não sou grande fã de instrumentais, tendo o costume de passá-los à frente. Geralmente, são aborrecidos e não acrescentam nada de especial. No entanto, este pequeno interlúdio é um dos grandes momentos do álbum. Outro destaque vai para a The Great Darkness, uma faixa muito “evil” e original, pontuada aqui e ali pelo sample de um coro que, conjuntamente com os vocais de Angela, enfatiza ainda mais esta aura de maldade.

Rise of The Tyrant não tem nenhum momento morto ou aborrecido. Nenhuma faixa, nem mesmo o instrumental, está ali para “encher chouriços”, o que só confirma a grande criatividade da banda. O único ponto negativo que encontrei prende-se com a bateria. As guitarras, a voz e até o baixo estão perfeitamente audíveis mas, de alguma forma, a bateria perdeu-se um pouco na mixagem.
Depois deste álbum, a fasquia subiu ainda mais, por isso fico à espera, ansiosa, de um novo trabalho destes suecos... talvez para 2009?

Destaques: Blood on your Hands, The Last Enemy, In This Shallow Grave, Intermezzo Liberté, The Great Darkness

18,5 Valores
Cláudia Rocha, Lua Crescente

Line-up: Angela Gossow (voz), Michael Amott (guitarra), Christopher Amott (guitarra), Sharlee D'Angelo (baixo), Daniel Erlandsson (bateria)
Myspace

REVIEW Arch Enemy - Doomsday Machine [2005]

1. Enter the Machine
2. Taking Back My Soul
3. Nemesis
4. My Apocalypse
5. Carry the Cross
6. I am Legend/ Out for Blood
7. Skeleton Dance
8. Hybrids of Steel
9. Mechanic God Creation
10. Machtkampf
11. Slaves of Yesterday

Datado de 2005, Doomsday Machine é o terceiro álbum que conta com a participação de Angela Gossow nos vocais. E em relação aos trabalhos anteriores da banda – pré e pós-Angela – apresenta algumas novidades que não foram do agrado de alguns fãs.

É verdade que neste jogo de melodia vs brutalidade a que os Arch Enemy nos têm habituado ao longo da sua já respeitável carreira, há aqui um ênfase claro na melodia. A produção é polida – segundo alguns, demasiado mainstream -, os refrães são bastante catchy assim como muitos dos riffs, e não houve qualquer pudor em utilizar efeitos sobre a voz da Angela que, na minha opinião, são completamente desnecessários.
No entanto, embora este seja, sem dúvida, um álbum relativamente mais acessível, os Arch Enemy não desiludem naquilo que são as suas trademarks: um excelente trabalho de guitarras (cortesia dos manos Amott) e, claro, a voz de Angela.

Após uma intro não muito interessante, passamos abruptamente para a primeira faixa a sério, Taking Back My Soul, que reúne as características que dão o mote para este Doomsday Machine: alguma brutalidade, mudanças de ritmo, um refrão catchy e solos de guitarras espectaculares. Segue-se uma das grandes malhas do cd, e talvez uma das mais marcantes dos Arch Enemy. Nemesis é já um clássico, uma daquelas músicas que são obrigatoriamente tocadas em todos os concertos, talvez porque incorpora tão bem o espírito da banda. O refrão é perfeitamente pegajoso, recusando-se a sair do ouvido. E temos um dos típicos interlúdios melódicos que desembocam num refrão final cheio de fúria.
Em My Apocalypse, há uma piscadela de olho ao Industrial, com uns pequenos apontamentos electrónicos no refrão, um pormenor que se encaixa bem. Uma novidade são os grunts profundos e graves de Angela, que se estendem à faixa seguinte: Carry The Cross – outra favorita. Será que posso afirmar que, nos parâmetros dos Arch Enemy, isto é quase uma balada? Angela soa muito melódica, recorrendo por vezes a um tom quase falado, surpreendendo no refrão com mais grunts cavernosos, quase irreconhecíveis. Mais um refrão catchy e um solo fabuloso. Bem, será preciso mesmo fazer referência a todos os solos espectaculares deste álbum?

I Am Legend/Out For Blood é a faixa mais pesada de Doomsday Machine. Dividida em duas partes – como é evidenciado pelo título – a primeira delas, I Am Legend, é um instrumental que dá lugar à Out For Blood, onde podemos escutar uma Angela muito feroz. A forma como ela grita “I am out for blood, out for your bloooooood”, conseguiu pregar-me à cadeira. Para além da sua agressividade, ela tem um veneno na voz que – desculpem-me os meninos – é muito feminino. Sem qualquer dúvida, a sua melhor prestação neste álbum. E será que posso fazer referência ao solo de guitarra? Claro que posso, já que é o melhor do cd, sobretudo graças ao momento estratégico onde foi inserido.
Infelizmente, após uma primeira metade bastante poderosa, há uma notável perda de força. Não que Skeleton Dance, Mechanic God Creation e Machtkampf não sejam boas faixas, mas falta-lhes… um pouco de variedade, mais diferenciação. No entanto, há uma recuperação em Slaves of Yesterday, que fecha com chave de ouro.

Doomsday Machine tem a qualidade a que os Arch Enemy nos habituaram ao longo dos anos. No entanto, a fasquia é muito elevada e, quando isso acontece, tendo a ser mais severa e rigorosa na minha avalição, precisamente porque sei que a banda em questão é capaz de muito melhor.

É o que acontece aqui. Considero muito positivo correr riscos e experimentar, e este é o álbum mais experimental deste colectivo. Porém, e repito, não me agradaram os efeitos constantes sobre a voz da Angela. Quem já a viu ao vivo sabe que tais artifícios não são necessários. Ela poderia ter brilhado muito mais se tivessem permitido que a sua voz natural fluísse. Por outro lado, aprecio o lado melódico dos Arch Enemy, mas este só é eficaz quando contrabalançado com peso, o que nem sempre acontece.
No entanto, e apesar destes aspectos menos positivos, Doomsday Machine é um excelente trabalho que não mancha a discografia dos Arch Enemy.

Destaques: Nemesis, Carry the Cross, I am Legend/Out for Blood, Slaves of Yesterday

16,8 Valores


Cláudia Rocha, Lua Crescente

Line-up: Angela Gossow (voz), Michael Amott (guitarra), Christopher Amott (guitarra), Sharlee D'Angelo (baixo), Daniel Erlandsson (bateria)
Myspace



segunda-feira, 11 de agosto de 2008

Alliance Fest 2008 – 09/08/2008



Quem disse que as mulheres são o sexo fraco?! Certamente alguém que não esteve no Alliance Fest a 9 de Agosto deste ano onde, quer Sofia Loureiro (We Are the Damned), quer Angela Gossow (Arch Enemy) tiveram pestações mais brutas e explosivas do que qualquer homem nessa noite.

Neste segundo dia do festival substituto do “Marés Negras” as mulheres estiveram presentes em duas das seis bandas que pisaram o palco do Pavilhão dos Lombos em Carcavelos. A primeira presença feminina foi às 18:15, depois dos Blacksunrise, e coube a Sofia Loureiro e aos seus We Are the Damned. A segunda coube aos suecos Arch Enemy, liderados pelo Senhor Guitarrista Michael Amott e com Angela Gossow na voz.

As duas primeiras sonoridades a ouvir-se no Pavilhão dos Lombos nessa tarde foram o Trash/Death metal dos Echidna, oriundos de Vila Nova de Gaia, e o Metalcore dos Blacksunrise.
Os We Are the Damned são originários de Lisboa e tocam Death Metal, embora seja de notar alguns laivos Hardcore, o que implica necessariamente um instrumental bastante violento e guturais rasgados. Foi exactamente o que os We Are the Damned fizeram e, embora o público não tenha aderido propriamente bem (compreenda-se que tocaram depois dos colossos Blacksunrise, em que até tivemos direito a uma Wall of Death), penso que ninguém pode ter ficado indiferente à prestação quer dos instrumentistas, quer da vocalista, que, além de arrancar grunts extremamente rasgados como se estivesse a ser submetida a uma intervenção cirúrgica sem anestesia, teve uma prestação e uma presença absolutamente explosivas em palco, igualando e chegando inclusivamente, em alguns aspectos, a superar a própria Angela Gossow, que actuaria às 23:00.

Seguiu-se a actuação dos Marduk, que subiu ao palco por volta das 19:45. A banda de Black Metal sueca teve uma actuação bastante efusiva e com uma adesão fabulosa por parte do público, embora, fosse de notar uma certa repetitividade nos temas e arrastar do concerto, ao ponto de, a certa altura, dar a sensação de que estavam a repetir faixas e já muitas pessoas suspirarem quando viam que eles nunca mais abandonavam o palco. Ainda assim é de frisar uma actuação muito boa, com uma enorme adesão por parte do público e cheia de carácter Black Metal.

Às 21:00 entraram em palco os britânicos Anathema numa actuação que, pela hora a que foi, só poderia ser dirigida a um público muito específico, pois as restantes pessoas não aderiram de uma forma propriamente efusiva; o que se compreende visto que foi uma quebra de violência musical bastante grande. Ainda assim, para os fãs de Anathema, foi um grande concerto e que, para delírio de muitos, incluindo não-fãs da banda britânica, teve direito a uma surpresa especial... Uma cover de Comfortably Numb dos Pink Floyd fabulosamente executada pelo guitarrista Danny Cavanagh com um solo espantoso no final.

Pouco depois das 23:00 entravam em palco os cabeças de cartaz. Havia quem dissesse que tinha esperado seis anos por aquele momento... Entrou em palco o baterista Daniel Erlandsson, seguido do genial guitarrista e líder do colectivo de Halmstad, Michael Amott, o seu irmão guitarrista Chris Amott, o baixista Sharlee D'Angelo e, por último, a grande estrela da noite, a vocalista Angela Gossow. O público percebeu logo às primeiras notas tocadas que os Arch Enemy se vinham redimir de nunca terem vindo a Portugal, e, de facto, fizeram-no.
Todos os membros da banda sueca estavam visivelmente emocionados com a forma como os fãs portugueses reagiram a malhas como Blood on your Hands, My apocalypse, Nemesis, The Last Enemy, Revolution Begins, Taking Back my Soul, Dead bury their dead, Dead eyes see no future, We will rise, entre outras... Um grande concerto que se pode resumir a um circulo vicioso de gratidão. Os fãs portugueses encantados por finalmente poderem ver os Arch Enemy e a reagir como se pede num concerto de Metal, com muito moche, muitos saltos, muito headbanging, muitos dedos e punhos no ar e, os membros da banda, ao verem toda esta adesão, intensificaram ainda mais a sua actuação individual. Angela Gossow com uma boa disposição fantástica para com o público. Imparável nos guturais e com o à-vontade, o feeling e a presença em palco a que sempre nos habituou; os irmãos Amott irrepreensíveis no seu virtuosismo e a dividir os magníficos solos característicos dos Arch Enemy; baixista e baterista a imporem o ritmo avassalador dos Arch Enemy de uma forma sublime e sem falhas...
Enfim, a estreia dos Arch Enemy em terras portuguesas não podia ter sido mais intensa. Além de se terem redimido de nunca cá terem actuado, ainda explicaram, para quem ainda não soubesse, o porquê de tantas vezes se verem as palavras Pure Fucking Metal no seu merchandise. De facto foi um concerto de Metal no seu estado mais puro: Melodia aliada a uma agressividade sem nome, ritmos avassaladoramente rápidos e muitos solos fabulosos, tudo misturado em verdadeiros Anthems of Rebellion...
No final, todo o público de “barriga cheia” e com a promessa de Angela ainda a ecoar nos ouvidos: “We will be back soon”


Agradecimentos: Sérgio Almeida

domingo, 10 de agosto de 2008

REVIEW Ava Inferi - The Silhouette (2007)

Tracklist:
1. A Dança das Ondas
2. Viola
3. The Abandoned
4. Oathbound
5. The Dual Keys
6. Wonders of Dusk
7. La Stanza Nera
8. Grin of Winter
9. Pulse of the Earth

Quando, em 2006, ouvi o primeiro álbum dos Ava Inferi, Burdens, não consegui evitar uma certa desilusão. Eu era uma fã do trabalho da Carmen nos Aenima, e o Sentient era para mim – e continua a sê-lo – um dos melhores álbuns dentro do seu género, em grande parte graças à voz magnífica desta sereia portuguesa, a senhora Carmen Simões. Vénias.

Contudo, escutá-la em vocalizações estranhas que, por vezes, lembravam as da Diamanda Galas (de quem sou uma admiradora), foi uma experiência bizarra. Desisti de imediato da banda e do seu primeiro álbum. Precipitei-me.

No final do ano passado, chegou-me às mãos o novo trabalho deste colectivo de Almada, que conta com a presença de Rune Eriksen, mais conhecido como Blasphemer na sua antiga banda: nem mais nem menos, os Mayhem. Apesar de não ter gostado do Burdens decidi arriscar, uma vez mais para ter o prazer de ouvir a voz da Carmen. E qual não foi a minha surpresa quando percebi que me tinha apaixonado por este álbum!

Dei por mim a pensar no que poderia explicar esta súbita passagem da indiferença a uma paixão que me levava a regressar a este The Silhouette com tanta frequência. Estaria assim tão diferente em relação ao debute album? Sim, existem algumas diferenças significativas, mas não tão radicais assim. Teriam os meus gostos musicais mudado? Talvez. Talvez se tenham refinado. Talvez os meus ouvidos se tenham aberto a novas sonoridades. Honestamente, a resposta a esta questão mantém-se em aberto.

Os Ava Inferi eram o projecto paralelo do guitarrista dos Mayhem, Rune Eriksen aka Blasphemer - isto até, há pouco tempo atrás, ter abandonado os Mayhem para se dedicar inteiramente aos Ava Inferi e a outros projectos ainda por revelar. Não deixa de ser curioso que tenha sido em Portugal que encontrou os músicos talentosos para darem vida à sua nova banda… ou talvez não. Com os colectivos que têm despontado por cá nos últimos anos, não temos grandes motivos para um baixa autoestima, pelo menos no que diz respeito ao nosso panorama metálico. Sobre Carmen Simões, embora esta Senhora do Metal já tenha uma carreira relativamente longa, talvez a reconheçam das The Crystal Mountain Singers, que abrilhantaram o último álbum dos Moonspell.

A música dos Ava Inferi pode ser catalogada como Doom Metal Atmosférico, embora a descrevam como “Metal Down Tempo”. E é mesmo disso que se trata: riffs de guitarra arrastados e chorosos, uma bateria lenta e cadenciada, e belos teclados que nunca tomam realmente a dianteira nem obliteram os restantes instrumentos.

Sendo Rune Eriksen o mastermind dos Ava Inferi, não tenho dúvidas de que Carmen Simões é a alma. O que posso dizer sobre a sua voz? Do ponto de vista técnico a sua prestação é perfeita, conseguindo alcançar notas graves ou extremamente agudas com igual facilidade. Aliás, quando a oiço tenho sempre a sensação de que o que ela faz é fácil, tal é a sua fluência. E a alma… há fado no seu canto, e beleza, e luz, e trevas. Uma espiral de sentimentos que pode tornar este The Silhouette difícil de digerir. A música não é catchy nem fica no ouvido. Não se trata de uma sonoridade fácil nem pretende sê-lo. Para mim foi amor à primeira vista, mas para outros pode ser um gosto adquirido, por isso não desistam se não compreenderam de imediato. Foi o que eu fiz com o Burdens, que acabei por aprender a apreciar.

The Silhouette abre com chave de ouro: nem mais nem menos, com uma das melhores e mais belas malhas do álbum. A Dança das Ondas é inteiramente cantada em português, com influências muito claras do fado. A voz de Carmen revela os seus vários cambiantes: grave, aguda, falada, sussurrada; e as guitarras chorosas acompanham os seus lamentos de saudade pelo amado perdido no mar. O som das ondas que se escuta no fundo acrescenta um toque especial.

Segue-se outra das minhas favoritas Viola, que considero a mais agressiva do álbum. Quando recorro à expressão "agressiva" não me estou a referir a uma agressividade literal e óbvia, até porque a música dos Ava Inferi nunca chega a ser brutal. A “agressividade” - à falta de melhor palavra - está presente na voz de Carmen, que tem uma capacidade perturbadora de interpretar desespero e loucura de uma forma tão sóbria. Viola (outra referência ao fado?) é, talvez, a faixa mais complexa alguma vez criada pelo colectivo. Ocorrem várias mudanças nas melodias e nos ritmos, e as linhas vocais são bastante originais. Há metal, há fado, há até uma pitada de jazz. Se querem realmente perceber a essência dos Ava Inferi, aconselho-vos a começarem por aqui.

The Abandoned é outra favorita, e a mais catchy devido ao seu refrão memorável e ao seu ritmo ligeiramente – atenção, apenas ligeiramente – mais rápido. Segue-se Oathbound, um dos momentos mais belos do álbum, em que Carmen canta acapella. A letra é uma declaração de amor e a voz de Carmen é um tímido raio de sol na escuridão.

The Dual Keys honra a sonoridade Doom, com os seus riffs graves, distorcidos e arrastados, enquanto que em The Wonders of Dusk são notáveis as influências avangard, em grande medida devido ao trabalho do teclado e das linhas vocais. A meio da faixa dá-se uma mudança de ritmo e a vocalista irrompe num cântico que termina abruptamente, deixando-nos com a sensação de que foi apenas um sonho. Magistral.
Em La Stanza Nera
as influências avantgarde regressam. A voz de Carmen desempenha um papel mais secundário, permitindo que os instrumentos assumam o protagonismo

A melancólica Grin of Winer, em que a vocalista utiliza um tom quase operático, cede a vez a um dos grande momento de The Silhouette. Esse momento chama-se The Pulse of the Earth, e quando, repentinamente, as percussões étnicas tomam a música de assalto, quase consigo sentir a terra a pulsar debaixo dos meus pés. É de destacar o excelente trabalho da bateria.

Com este álbum os Ava Inferi conseguiram surpreender-me pela positiva. Notam-se diferenças importantes em relação ao Burdens, que é um trabalho mais ambiental e experimental, enquanto este é mais metal, com guitarras mais fortes e distorcidas. Se em Burdens a voz de Carmen funciona sobretudo como mais um instrumento, aqui ela tem o destaque que merece, embora nunca se sobreponha demasiado aos instrumentos, especialmente às guitarras. E quem disse que os riffs no Doom Metal têm de ser repetitivos e monótonos? Em The Silhoutte temos uma grande variedade de riffs, todos eles muito belos. Porque é de beleza e de melancolia que falamos quando falamos dos Ava Inferi.

Entre os novos valores que têm surgido nos últimos anos – muitos deles projectos de grande qualidade –, este é um dos mais promissores. No momento em que estão a preparar um novo álbum, os Ava Inferi estão também a dar vários concertos fora de terras lusas. Infelizmente, ainda não têm nada agendado para Portugal mas acredito que, brevemente, teremos o prazer de ver, e ouvir, esta banda ao vivo. O público português merece.

Destaques: A Dança das Ondas, Viola, The Abandoned, Oathbound, The Pulse of the Earth



18,5 Valores

Cláudia Rocha, Lua Crescente


Line-up: Carmen Simões (voz), Rune Eriksen (guitarras e FX), Jaime S. Ferreira (baixo), João "Bandido" Samora (bateria e percussão), Marco Agostinho (guitarra)

Myspace: http://www.myspace.com/avainferi


sexta-feira, 8 de agosto de 2008

Breves


Stream of Passion


Desde 2006 que a banda holandesa não editava nada, sendo o último trabalho um CD e DVD gravados ao vivo, com temas do seu primeiro e único álbum de orginais – Embrace the Storm. Os Stream of Passion iniciam agora um novo capítulo na sua história ao assinarem contrato com a Napalm Records, editora que representa artistas como Liv Kristine e Leaves’ Eyes. Esperam anunciar em breve novidades sobre o novo álbum e respectiva tourné.

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Editora



Krypteria

Os Krypteria encontram-se em estúdio a gravar o seu mais recente álbum. A banda alemã de power metal liderada pela vocalista Ji-In Cho, conta com 3 álbuns e um EP gravados e espera que a sua mais recente criação seja apresentada ao público ainda este inverno.

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Myspace

Soulslide

A banda alemã Soulslide prepara-se para lançar um novo álbum ainda este ano. Os membros encontram-se atarefados em estúdio com a preparação do seu quarto trabalho, o primeiro que conta com Cynthia Knoch - a vocalista dos Soulslide desde 2007.

Site Oficial

Myspace

Trail Of Tears

Os noruegueses Trail Of Tears vão estar em estúdio, em Marselha, (França) com o aclamado produtor Terje Refsnes a partir de 3 de Novembro para gravarem o sexto álbum de originais. A banda espera conceber em seis semanas o trabalho ainda sem título em vista, mas que será lançado mundialmente no início de 2009 pela Napalm Records. Devido à preparação deste projecto, os Trail of Tears decidiram cancelar a tourné sul americana agendada para os meses de Setembro e Outubro.

Site Oficial

Myspace



Within Temptation

Os holandeses Within Temptation lançam o seu quinto single do álbum The Heart of Everything. O tema escolhido foi Forgiven, o último tema deste trabalho. O CD single conta com duas versões e ambas vão estar disponíveis a partir de 29 de Agosto.

Forgiven - Basic version
01. Forgiven (single version)
02. Forgiven (album version)

Forgiven - Premium version
01. Forgiven single version
02. Forgiven - album version
03. The Howling live
04. Hand of Sorrow live
05. The Heart Of Everything live

Site Oficial

Myspace