Como foi o teu começo no mundo da música?
Marcela: Quanto eu tinha 5 ou 6 anos, frequentei uma escola de musica onde assisti a todo o tipo de aulas, desde as básicas de teoria da música, a canto e flauta.
Desde esses tempos que sempre me interessei na música e no canto. Mais tarde, já na minha adolescência, tive aulas de violino e presentemente estou a estudar canto clásssico e jazz.
Com o passar dos anos, o meu interesse por vários estilos musicais acabou por crescer: Comecei com o pop e o rock, depois metal, rock progressivo, jazz e música do mundo.
MuzikMan: Sei que entraste num concurso no site do Arjen Lucassen’s (Aryeon).
Tudo isso acabou contigo e com o Arjen numa banda, os Stream of Passion. Alguma vez esperaste que algo assim pudesse acontecer?
Marcela: Não, nem por isso. Quando eu mandei o CD ao Arjen, não tinha nenhuma expectativa para além de continuar a revelar a minha música; mas depois do convite, as minhas intenções foram apenas de fazer o melhor que conseguia para merecer aquele ‘spot’ entre os grandes e talentosos músicos. Acabámos por passar bons momentos enquanto trabalhamos juntos, tivemos uma química musical e todo este novo projecto acabou por surgir. Foi uma reviravolta interessante para mim!
MM: O album da banda é intitulado como Embrace The Storm. Consegues explicar o seu significado? Assim como o nome da banda que é deveras curioso. Eu olho para ele como se a banda estivesse a mostrar a sua própria força e pondo isso tudo na música.
Achas que isso é um bom começo?
Marcela: Sim, definitivamente! A música é muito intensa, muito emocional. Nós queríamos que o nome da banda fosse a imagem disso. Também pensámos que seria engraçado que o mesmo se relacionasse com a maneira como trabalhámos juntos neste album, mandando os ficheiros pela internet e trabalhando assim.
O nome do album transmite o ambiente do mesmo. Penso que é maioritariamente ‘dark’ e tempestuoso, mas com alguns veios de luz e esperança.
É uma espécie de metáfora: A tempestade representa a mudança e os tempos difíceis que todos nós temos e a maneira como lidamos e os aceitamos.
MM: A banda deve estar muito empolgada com o respeito dos fãs, da imprensa e das promotoras. O contracto com a BMG deve ter sido um choque ao início não?
Como é que isso vai funcionar? Vocês já estão com a Inside Out Music, como é que conseguem estar com duas promotoras ao mesmo tempo?
Marcela: Na verdade, nós estamos com 3 editoras neste momento. Mas cada uma tem tarefas e responsabiliza-se por partes diferentes. Sony/BMG tem Benelux, InsideOut o resto da Europa assim como os EUA/Canada e há também a IronD que tem a Rússia a seu cuidado, Ucrânia e os Países dos Balcãs.
É extremamente excitante ter estas promotoras todas de volta do album. Mas é claro que ficámos empolgados quando assinamos o contracto com a Sony/BMG, permitiu-nos levar a nossa música a um público diferente e mais abrangente.
MM: Eu dou ao album 10 estrelas, merece. É um album incrível e vocês devem ter ficado extremamente contentes quando as gravações terminaram. Ter trabalhado com o Arjen deve ter sido divertido, ele é um músico brilhante com uma mente extremamente criativa. Para além de que é uma pessoa muito humilde e terra-a-terra. Foi assim que o encararam quando gravaram para o seu album, Human Equation?
Marcela: Antes de tudo, muito obrigado pelos elogios!
O Arjen é uma excelente pessoa para se trabalhar, é criativo, adora experimentar, faz coisas diferentes, assim como os arranjos.
Não tem medo de se aventurar em decisões dificeis. Acima de tudo é uma boa pessoa.
Foi assim que o encarei da primeira vez que nos conhecemos.
Penso que todos nós ficamos um pouco surpreendidos com o resultado do album, porque as canções mudaram imenso do que eram originalmente nas demos.
À medida que fomos trabalhando nos arranjos e o resto da banda contribuíu, a música foi-se transformando nesta mistura interessante de estilos. Estou muito orgulhosa com o resultado do mesmo.
MM: O que te levou ao rock progressivo? Crescer e viver no México fez com que tivesses exposta a vários diferentes estilos de música?
Marcela: Eu acho que as coisas são praticamente iguais como em qualquer parte do Mundo.
Tem-se a parte comercial, que se ouve no rádio e na televisão, mas se explorarmos um pouco mais, conseguimos encontrar música maravilhosa para além dessa.
Antes de entrar para o rock progressivo, estava mais virada para o metal, por isso, o metal progressivo foi o primeiro estilo pelo qual me interessei: bandas como Dream Theater e Ayreon, que têm o seu ‘q’ de pesado. Mais tarde, comecei a interessar-me por Rush, King Crimson, ELP, Pink Floyd…tudo recomendações de amigos penso eu…
MM: Quais são os cd’s que estão constantemente no teu leitor? Quais são as bandas que achas que estão a marcar a diferença?
Marcela: Vejamos, por agora tenho The 3rd and the Mortal, Muse, Interpol, John Coltrane, Pat Metheny. Eu vivo numa espécie de concha para ser honesta, por isso não sei quais são as bandas que hoje em dia estão a fazer a diferença; a música que ultimamente teve algum impacto em mim foram albuns antigos, tais como Ella Fitzgerald e Thelonious Monk.
MM: O Arjen disse-me que o album não seria lançado até Outubro, porquê esta espera tão longa em relação à data original de lançamento?
Marcela: Quando a Sony/BMG apareceu, a InsideOut já tinha combinado as datas para Setembro, mas para preparar melhor as coisas tiveram que adiar o mesmo para Outubro. É mau termos de esperar tanto, mas acho que vai valer a pena!
MM: Achas que os Stream Of Passion são uma banda que se vão prolongar e continuar juntos durante anos ou que será apenas um projecto em que depois cada um segue separadamente o seu caminho?
Podem acabar como os Dream Theater, continuam juntos mas entre os albuns, envolvem-se em diferentes projectos e carreiras a solo.
Achas que este tipo de projecto dava para ti?
Marcela: Pode ser. Acho que apenas o tempo pode responder, mas entretanto, estamos a passar por momentos muito bons ao trabalharmos juntos e todos estamos ansiosos pela Tour Europeia que começa no princípio do ano que vem.
MM: Para terminar, há alguma coisa que queiras dizer a todas as aspirantes a vocalistas que ainda não tiveram a oportunidade que tu tiveste?
Marcela: Aprendam tudo o que conseguirem, treinem a vossa voz e batam a todas as portas.
Trabalhem arduamente por aquilo que querem porque tudo é possível! Acho que sou a prova viva disso, he-he.
Agradecimentos:
© Keith "MuzikMan" Hannaleck- MuzikReviews
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