quarta-feira, 28 de maio de 2008

REVIEW Draconian - Turning Season Within [2008]

Tracklist:

1. Seasons Apart
2. When I Wake
3. Earthbound
4. Failure Epiphany
5. Morphine Cloud
6. Bloodflower
7. Empty Stare
8. September Ashes




Embora ainda pouco conhecidos, e reconhecidos, na cena metálica, os Draconian não são novos nestas andanças. Com catorze anos de existência e quatro álbuns editados, a banda tem construído uma carreira sólida, embora distantes dos palcos dos grandes festivais. No entanto, a sorte destes suecos pode estar prestes a mudar. Depois da participação na anterior edição do Female Metal Fest, os Draconian presenteiam-nos, em 2008, com este Turning Season Within.

O som dos Draconian não prima pela originalidade: é gothic metal, com fortes influências doom, coroado por possantes grunts masculinos, a cargo do vocalista e letrista Anders Jacobsson, e pelas vocalizações etéreas de Lisa Johansson. O contraste Beauty & the Beast, tão em voga nos anos 90, já não é novo, e tem sofrido uma certa saturação. Mas o objectivo aqui não é inovar, mas sim criar música poderosa e emotiva. E se gostam de música com estas características, e de bom gothic/doom metal, então este é o vosso álbum.

Quando ouvimos Turning Season Within pela primeira vez, somos imediatamente capturados pela sua grandiosidade. A produção é cristalina, os instrumentos perfeitamente audíveis, e as vozes integram-se harmoniosamente com os restantes elementos sem se sobreporem demasiado. O som é maciço, coeso e pesado, criando um ambiente quase épico, que não está presente em nenhum outro trabalho dos Draconian. E desenganem-se aqueles que esperam mais música em marcha lenta – as faixas são mais uptempo do que é costume no som da banda.

Neste trabalho, os Draconian conseguiram unir os melhor dos seus dois álbuns de longa duração: o romantismo e melancolia do Where Lovers Mourn, e o peso e ambiências sombrias do Arcane Rain Fell. As letras falam de sentimentos e relações humanas: amor, dor, tristeza e desespero, porém não soam minimamente "lamechas". Há algo de muito genuíno na forma como a toda a banda interpreta a sua música, especialmente os vocalistas. O Anders e a Lisa cantam com tanta paixão e convicção, que, enquanto o fazem, eu acredito em tudo o que eles me dizem.

Mas embora estejam presentes todos os elementos a que os Draconian já nos habituaram, não houve medo de arriscar um pouco e acrescentar outros novos. Para além da incursão por um som mais pesado e mais uptempo, foram também incluídas guitarras acústicas e a presença de Lisa tornou-se mais dominante. Se em Arcane Rain Fell, surge quase como uma back vocal, aqui ela encontra-se no mesmo patamar de Anders. A sua voz amadureceu, transmitindo uma maior variedade de emoções, tornando esta a sua melhor prestação em estúdio até ao momento. Por sua vez, Anders brinda-nos com os seus fantásticos guturais que, na humilde opinião desta escriba, encontram-se entre os melhores do Doom Metal. Anders consegue, ao mesmo tempo, soar brutal, intenso e melódico. Os seus guturais são compreensíveis, não sendo necessário ir ler as letras para compreender o que ele está a dizer.

Seasons Apart é a primeira faixa, dando o mote para o resto do álbum. A abertura é bombástica, com guitarras imponentes, que dão lugar a um teclado delicado e à voz suave de Lisa. Anders entra logo de seguida, e o ritmo torna-se mais intenso. Esta dualidade entre violência e suavidade continua ao longo desta música, e faz-se sentir, de forma dinâmica, em todo o álbum.
Segue-se a When I Wake, talvez a faixa mais pesada do álbum. Aqui, Anders toma a dianteira, mas Lisa acompanha-o e a sua voz soa tão fria que, por momentos, é quase irreconhecível. Muitas mudanças rítmicas e uma bateria forte são outros pontos altos de uma faixa bastante atípica no estilo dos Draconian, mas que resulta muitíssimo bem.

Earhbound é a música mais longa e a minha favorita. Apesar dos seus oito minutos, em momento algum se torna monótona. É talvez a faixa mais variada, que mostra o melhor de que os Draconian são capazes. Uma vez mais, as vozes dos dois vocalistas vão-se intercalando, e intensidade vai crescendo até culminar numa comovente marcha fúnebre encabeçada por Lisa.
Not Breathing é outra favorita, e o refrão cantado por Lisa é o mais "catchy" do álbum. Failure Epiphany dá destaque às guitarras acústicas, sendo talvez uma das músicas mais originais dos Draconian. Outro grande refrão, cantado por Anders e Lisa.

Morphine Cloud é a faixa mais doom de TSW, e a mais tradicional, que conta com todas os elementos a que a banda sueca nos habituou. Lenta e melancólica, com riffs chorosos, poderia fazer parte do Arcane Rain Fell.
Bloodflower tem uma estrutura mais simples, e a melhor prestação de Lisa neste álbum. Por sua vez, Empty Stare é outro grande momento doom, onde estão presentes influências dos Novembers Doom, confirmadas pelo próprio Anders. O refrão cantado por Lisa é o mais melancólico do álbum.

Para fechar com chave de ouro, September Ashes é um epílogo com cerca de um minuto, em que Paul Kuhr, dos Novembers Doom, declama um pequeno poema, apenas acompanhado por um piano.

Ao longo dos anos, os Draconian têm apresentado trabalhos de inegável qualidade, e recebido excelentes reviews. Como tal, não deixa de ser surpreendente que o sexteto dê tão poucos concertos e não esteja presente nos grandes eventos. Espero que, com este álbum, a estação mude e possamos vê-los brevemente ao vivo, em Portugal. Enquanto esperamos, ficamos com este Turning Season Within, que já se conta entre os melhores álbuns de 2008.

Destaques: Earthbound, Not Breathing, Failure Epiphany, Bloodflower

19 Valores


Line-up: Lisa Johansson (voz), Anders Jacobsson (voz), Johan Ericson (guitarra), Jerry Torstensson (bateria), Frederik Johansson (baixo), Daniel Arvidsson (guitarra)

Cláudia Rocha - Quarto Crescente

terça-feira, 27 de maio de 2008

BLACKMORE'S NIGHT lançam novo álbum


Os BLACKMORE’S NIGHT lançam, no dia 30 de Junho, o seu novo álbum, Secret Voyage. De acordo com o comunicado de imprensa da SPV, neste trabalho, a banda de Renaissance/Folk Rock incorpora melodias tradicionais de toda a Europa, unindo o antigo ao contemporâneo, através da utilização de guitarras eléctricas e acústicas, assim como de instrumentos renascentistas genuínos.

Tracklist

1. God Save The Keg
2. Locked Within The Crystal Ball
3. Gilded Cage
4. Toast To Tomorrow
5. Prince Waldeck's Galliard
6. Rainbow Eyes
7. The Circle
8. Sister Gypsy
9. Can't Help Falling In Love
10. Peasant's Promise
11. Far Far Away

domingo, 25 de maio de 2008

LIV KRISTINE entrevista II

Once again, I read that you drove down to see your ex-mates at a German show and met the new girl Nell and everything went well. It's cool that you never had a grudge against her since she was the innocent party here. Could you ever see yourself working with her down the road in some capacity or just leave it alone?

I like Nell. We actually met twice. You mentioned our second time, however our first time was when I invited ToT to a LEAVES’ EYES concert when we played in Norway, where the band lives, but the guys didn’t turn up, only Nell. We had a long and interesting talk. I hope the guys of ToT will treat her better than they treated me. I wish her good luck.

How about the boys in T.O.T.? Is it all water under the bridge where you can all be friends again or will you all sever time from here on out?

The singer contacts me every now and then, but I guess that’s it.

Ler o resto aqui!

quinta-feira, 22 de maio de 2008

Morre MICHELLE MELDRUM

Michelle Meldrum [MELDRUM, ex-PHANTOM BLUE) morreu ontem, 21 de Maio, vítima de um tumor cerebral. No dia 18, a guitarrista deu entrada no St. Joseph’s Hospital em Burbank em estado muito grave.
Michelle deixou o próximo álbum da banda gravado, e os membros remanescentes esperam lançá-lo ainda este ano, em sua memória.

Michelle Meldrum nasceu a 28 de Setembro de 1968 em Detroit, numa família de actores e músicos. Aos 13 anos mudou-se para Los Angeles, onde iniciou a sua carreira nos WARGOD, com o baterista Gene Hoglan (DARK ANGEL, DEATH, e STRAPPING YOUNG LAD). Quando os WARGOD acabaram, Michelle fundou os PHANTOM BLUE.

Quando, após uma carreira de sucesso, esta banda terminou, Michelle mudou-se para a Suécia onde formou aquela que era a sua banda actual, os MELDRUM. Em 2006, Hoglan teve uma participação especial no álbum dos MELDRUM e tocou com eles em vários concertos. Esta colaboração, levou Michelle a mudar-se novamente para os Estados Unidos onde, juntos, compuseram o terceiro álbum da banda.

Michelle Meldrum deixou um filho de 3 anos, fruto do seu relacionamento com John Norum, guitarrista dos EUROPE.

Review - Nightwish - Concerto em Lisboa - 19 de Abril de 2008

Já fez um mês desde que os Nightwish estiveram no nosso país.
18 e 19 de Abril. Duas datas com lugar marcado no Coliseu do Porto e no Coliseu de Lisboa, respectivamente. Foi o regresso da banda finlandesa Nightwish a Portugal e a primeira passagem por estes lados já com a nova vocalista, a sueca Anette Olzon.

A qualidade dos músicos que compõem a banda seria mais que suficiente para diminuir qualquer cheiro de controvérsia, mas esta tende a implantar-se com uma firmeza nada subtil. Sentimento de expectativa que crescia já há muitos meses para os fãs mais dedicados, com bilhete adquirido imediatamente depois de estes terem sido postos à venda e que foi aumentando exponencialmente à medida que o tempo passava e Abril se aproximava.


A Longa Espera


Dia 19, faltam dez horas para a abertura das portas do Coliseu e o sentimento é de uma expectativa incontrolável. E nem o mau tempo pareceu afectar os mais dedicados fãs que se deslocaram a Lisboa, debaixo de uma chuva teimosa, de um vento frio e preparados para uma longa espera. Casacos escuros e roupa preta, sorrisos que nem o adverso clima perturba e olhos brilhantes, os fãs procuram abrigo de encontro às portas fechadas, debaixo de telheiros, atrás do camião do equipamento e aguardam ouvindo mp3, conversando, fazendo sinal aos amigos que chegam. Algum tempo depois (ora chovia, ora parava de chover) somos comprimidos entre uma grade e as portas ainda fechadas do hall do Coliseu. Apesar do espaço exíguo os ânimos não foram abalados. Mais uma hora de espera e as portas abriram-se finalmente. Os grupos ocuparam os seus lugares, sentados, encostados às paredes, outros às grades, encolhendo-se, dando espaço. A espera iria ser longa e fez-se quase sempre acompanhada dos sons dos mp3, tocando Nightwish. Jogou-se às cartas, conversou-se, conferiu-se mil vezes a possível setlist, houve quem trouxesse um livro para passar o tempo. A controvérsia era bastante inevitável e por muito que se queiram polémicas aparte, as atenções centravam-se, quase inevitavelmente, na prestação da vocalista que tinha, segundo alguns (ou se calhar, todos), provas a dar.

Nove horas depois a espera tinha-se tornado insuportável. Às 19.30h já ninguém jogava às cartas, muito poucos ainda escutavam a música nos seus phones. Ninguém estava já sentado e alguns engoliam em seco uma sandes qualquer. A ansiedade atingira o pico e quando as portas finalmente abriram, iniciou-se uma corrida louca para dentro da sala. A multidão comprimiu-se contra as grades em frente ao palco, onde o material silencioso da banda de abertura, os suecos Pain, aguardava.

O Concerto


Mais algum tempo de espera com toda a gente demasiado feliz para se sentir incomodada pela falta de espaço. Conversas em diferido espalhavam-se por todo o lado e pouco depois Peter Tägtgren e restante banda subiram ao palco, fazendo soar o seu metal industrial, com predominância dos temas do último álbum Psalms Of Extinction.


Alguns problemas técnicos a nível de som impediram-nos de usufruir em pleno da música, com a bateria a sobrepor-se em demasia aos outros instrumentos e soterrando a voz do versátil vocalista, que tanto se entrega a linhas melódicas como solta berros roucos. Apesar dos problemas técnicos, a simpatia dos membros dos Pain pareceu conquistar a audiência que os aplaudia com generosidade.



Esperava-nos uma surpresa no final, com a entrada dos Nightwish em palco, que se juntaram à banda para tocar o tema dos Pain, Shut Your Mouth. Com cerca de 10 pessoas em palco, Anette e Peter partilhando os vocais, os outros membros das duas bandas espalhando-se pelo espaço e assumindo os instrumentos respectivos e os restantes membros fazendo backing vocals no refrão, este momento foi o final mais que perfeito para a primeira parte de um concerto que seria memorável.

Meia hora depois e, felizmente, resolvidos os problemas a nível de som, o Coliseu de Lisboa encheu-se finalmente do power metal sinfónico dos Nightwish orquestrado pelo mestre-de-cerimónias Tuomas Holopainen, para aquela que seria uma noite em que nenhum desejo ficaria por cumprir.

Foi nesse espírito que a banda deu entrada em palco, após introdução de três minutos, com um dos recentes singles, Bye Bye Beautiful – tema de apologia de uma verdadeira nova era. A nova bela de Tuomas Holopainen e companhia entra no palco para os primeiros versos que se lançam depois, na companhia de Marco Hietala (baixista e vocalista), num intenso refrão.




Segue-se Dark Chest of Wonders e a prova de fogo para Anette, perante uma das composições de vocalização mais operática dos Nightwish. Anette toma conta do microfone oferecendo ao público a sua própria interpretação das vocalizações de Tarja Turunen e apesar de a música perder um pouco do seu peso, não deixa ainda de ser uma experiencia memorável com Anette a contornar as notas mais elevadas com a sua própria tonalidade vocal.


No momento seguinte volta-se a terreno seguro e a uma das melhores exibições de toda a banda e da nova vocalista. Whoever Brings the Night. Anette sofre autêntica metamorfose perante os nossos olhos e ouvidos, lançando olhares maliciosos e atrevidos à audiência numa interpretação directa da paisagem musical e da letra e numa das suas melhores prestações vocais.

Nova prova de fogo, desta vez muito mais bem sucedida, embora tivesse havido quem não gostasse. Ouve-se a melodia encantatória de The Siren e a voz doce de Anette oferece-nos uma performance de grande qualidade, mais uma vez numa interpretação própria e livre dos momentos mais operáticos, levando-nos estranhamente a descobrir que a música funciona muito bem sem eles. A combinação das vozes de Anette e Marco funciona na perfeição.


Amaranth explode no palco, a banda explode em energia e a voz de Anette surge bombástica num dos novos singles, provando este ser um tema especialmente feito à imagem e semelhança da sua capacidade vocal.




O primeiro momento mais calmo da noite segue-se, trazendo consigo a emoção de The Islander. Entram as guitarras acústicas, Marco senta-se numa cadeira e os acordes da música enchem uma noite já bem aquecida. Primeiros versos de uma bela história sobre um velho do mar e Anette entra novamente em palco, trazendo uma coroa na cabeça, qual princesa na torre de que nos falam as letras. Suavidade e beleza, excelente combinação de ambas as vozes e um dos momentos altos da noite.

Eis senão quando chega o momento porque muitos esperavam (senão todos) - os coros de entrada da magistral obra-prima The Poet and the Pendulum, ex-líbris de Dark Passion Play, fazem-se ouvir na escuridão. O tema de 13 minutos é tocado na íntegra, reflectindo a força simbólica e mestria dos Nightwish de hoje. Tuomas Holopainen é maestro e encenador e a peça desenrola-se perante os nossos olhos. Somos levados ao rubro nos refrões e aos abismos angustiantes e negros da história, com a voz de Anette a levar-nos da emoção ao delírio, do delírio à dor, da dor à acalmia, sussurrando e murmurando, envolvendo-nos com doçura, conduzindo-nos ao céu para nos fazer despenhar em seguida. É com emoção na voz e nos olhos claros que a vocalista interpreta a quarta e última parte desta composição – Mother & Father. Muito perto do público, olha cada um nos olhos e faz render uma plateia já extasiada pela poderosa música dos Nightwish.

O refrão de entrada de Dead To The World faz-se ouvir logo em seguida, sem nos dar tempo sequer para respirar. O diálogo entre Marco e Anette desencadeia-se na perfeição do encontro destas duas vozes e a música leva a plateia à completa loucura. Momento alto na exibição incrível dos músicos Jukka na bateria e Emppu nos solos de guitarra, que voltam neste tema a dar provas da sua qualidade já mais que comprovada.

Seguiu-se o tema While Your Lips Are Still Red, luzes apontadas ao teclista e ouvidos deleitados na voz tão característica de Marco Hietala fazendo uso do seu tom mais melódico e doce, atingindo notas incrivelmente altas, uma voz que lhe faz valer claramente o estatuto assumido de segundo vocalista da banda. Resultado: um momento emocionalmente único.




As luzes em palco passam a um tom alaranjado e os acordes de Sahara fazem-se ouvir preparando-nos para um dos temas mais bombásticos do novo álbum. Momento a solo do guitarrista Emppu e loucura dos restantes membros da banda. A meio surge em palco uma figura vestida de Bin Laden (suspeita-se, Peter, vocalista dos Pain) distribuindo fruta e garrafas de água pelo público que aceitou mais do que alegremente a preciosa dádiva, já que o calor na plateia se começava a assemelhar a um autêntico deserto. Grande exibição da parte de todos os membros, com destaque para Anette que deu largas a todo o seu poder vocal neste tema, interagindo intensamente com o público. No final do tema, novo momento divertido com os membros dos Pain a surgirem em palco, com toalhas pousadas nos braços à garçon e copinhos que serviram aos membros dos Nightwish.

Anuncia-se a suposta última música da noite. Nemo. Tarefa de enorme esforço vocal para Anette que contorna as notas mais elevadas com a sua própria tonalidade vocal. As ligeiras desafinações neste tema são suplantadas pelo poder da música que leva ao rubro a plateia.


Chega finalmente o ansiado encore que se faz de três músicas absolutamente bombásticas. A abrir com 7 Days to The Wolves, tema forte do novo álbum. Público já mais que rendido grita o refrão nas vozes de Anette e Marco. Em palco múltiplas interacções entre o baixista e guitarrista, ambos brilhantes durante toda a actuação.


A inevitável Wishmaster faz-se ouvir então, primeiro subtilmente com acordes de piano e depois explodindo no conhecidíssimo refrão, provocando arrepios pela espinha acima. A multidão é levada à loucura por este clássico dos Nightwish.


Por fim, a última música, outro clássico absolutamente incontornável e a multidão é levada para além da loucura. Wish I Had an Angel surge sem se fazer anunciar e os membros dos Pain voltam a aparecer em palco, com o vocalista a tomar lugar na bateria de Jukka e as guitarras a duplicarem-se. Momento inesquecível… mais palavras para quê?



Está mais que provado que os Nightwish têm um lugar muito próprio e demarcado na cena do metal, um lugar onde tocam música por paixão e onde se afirmaram já há muito tempo. Anette Olzon acabou de chegar a esse lugar e foi recebida nele, tendo agora de batalhar para nele encontrar também o seu cantinho. Se a escolha do vestuário que usou em palco levou muitos a torcer o nariz, não penso que o mesmo se possa dizer da energia que demonstrou. Anette soube conquistar o público com intensa simpatia e à vontade, interagindo com os membros da banda e cantando com emoção e presença. Princípios do caminho de uma nova Senhora do Metal.




SETLIST:
1- Intro + Bye Bye Beautiful
2- Dark Chest Of Wonders
3- Who ever brings the night
4- The Siren
5- Amaranth
6- The Islander
7- The Poet And The Pendulum
8- Dead to the world
9- While Your Lips Are Still Red
10- Sahara
11- Nemo
ENCORE
12- 7 days to wolves
13- Wishmaster
14- Wish I Had An Angel





Fotografia - créditos e agradecimentos a: A. Martins e S. Almeida.

Inês Martins - Lua Minguante

terça-feira, 20 de maio de 2008

LIV KRISTINE Entrevista I



Em entrevista, Liv Kristine fala do álbum Vinland Saga, dos Leaves Eyes.

FLOOR JANSEN prepara side project

Floor Jansen (AFTER FOREVER) está trabalhar com Jorn Viggo Lofstad (PAGAN’S MIND) num projecto paralelo. Durante o mês de Maio, a dupla vai enviar demos a várias editoras potencialmente interessadas.

Em Janeiro os AFTER FOREVER anunciaram que fariam uma pausa durante um ano, devido ao estado de saúde de Sander Gommans. No entanto, garantiram que não se afastarão da música, aproveitando a inactividade da banda para se dedicarem aos seus projectos individuais.

sábado, 17 de maio de 2008

Os EPICA não acturão no Lagoa Burning Live

O site oficial do festival informa que os EPICA não estarão presentes no evento por razões exteriores à organização. As bandas ANGRA, FINNTROLL, MAGIC KINDGOM, DARK MOOR, ANCIENT RITES, SOILWORK, W.A.S.P. também cancelaram os seus concertos.


Para mais informações sobre o festival consultar o site oficial.



sexta-feira, 16 de maio de 2008

Simone Simons regressa aos palcos

Ainda nao totalmente recuperada da infecção que sofreu, a vocalista dos Epica, Simone Simons, volta às performances em palco esta 5ª e 6ª feira em dois concertos: Bibelot - Dordrecht e Tivoli - Utrecht, marcando este último o quinto aniversário da estreia do primeiro album da banda, The Phantom Agony. Assim e, especialmente, este albúm será tocado na íntegra pela última vez, hoje, num concerto muito especial que tem como convidados os Delain.

Liv Kristine - Senhora do Metal Maio / Junho

Liv Kristine Espenæs Krull teve em 2003 o ano mais atribulado da sua vida. Após dez anos com os Theatre of Tragedy (ToT) de 500 mil discos vendidos, a banda decide expulsar a vocalista sem lhe darem uma explicação detalhada sobre o motivo de o fazerem. O que parecia ser, então, o final anunciado de uma carreira, tornou-se num Deus ex machina pessoal (pessoa ou evento que aparece repentinamente e resolve uma dificuldade aparentemente insolúvel). Juntamente com os seus amigos da banda Atrocity, Liv forma uma nova banda, de metal sinfónico, onde a experiência adquirida por todos os membros resulta numa sonoridade única sob o nome Leaves' Eyes (LE).

A cantora de origem norueguesa, lançou, então, em 2004, o álbum de estreia da banda, intitulado Lovelorn. Neste retorno, Liv demonstra o amadurecimento da sua voz, assim como o talento para escrever letras de canções.

Ao longo da sua carreira, a vocalista de 32 anos, conta já com diversas participações em diferentes bandas, como os Cradle of Filth, os Delain ou ainda na banda dos seus colegas e companheiros de banda, os Atrocity.



Formada em letras e casada com Alexander Krull (Artocity), Liv Kristine elege como artistas preferidos os Black Sabbath, Madonna, Tori Amos, Cocteau Twins e Dead Can Dance. Gosta de salientar que um dos melhores momentos da sua vida nada teve a ver com música, mas sim com o nascimento do seu filho, Leon Alexander.

Embora fosse esperada que a sua carreira a solo apresentasse sonoridades pesadas e góticas, a soprano aventurou-se com algo um pouco mais distante do metal a que nos tinha habituado, mas, ainda assim não deixou de encantar os fãs com sua voz melódica e doce. Deus ex Machina foi a sua estreia e data de 1998, sendo Enter My Religion o último título a solo até à data.

Descrevendo-se como uma pessoa feliz, relaxada e harmoniosa, Liv Kristine adora acordar cedo, praticar desporto, passar tempo com a família, e passear pelos bosques, facto que se revelou aquando o baptismo da sua actual banda. Para além de ser uma referência a seu primeiro nome, "Leaves" está conectado com a natureza.

Aqui fica o vídeo dos LE: New Found Land






Discografia:

Theatre of Tragedy

  • Theatre of Tragedy - Demo (1994)
  • Theatre of Tragedy (1995)
  • Velvet Darkness They Fear (1996)
  • A Rose for the Dead - EP (1997)
  • Aégis (1998)
  • Musique (2000)
  • Closure: Live (2001)
  • Inperspective - EP (2001)
  • Assembly (2002)
  • Two Originals - Coletânea (2003)

Singles

  • "Der Tanz der Schatten" (1996)
  • "Cassandra" (1998)
  • "Image" (2000)
  • "Machine" (2001)
  • "Let You Down" (2002)
  • "Envision" (2002)

Leaves' Eyes

  • "Into Your Light" (Single, 2004)
  • Lovelorn (2004)
  • "Elegy" (Single, 2005)
  • Vinland Saga (2005)
  • Legend Land - EP (2006)

Solo

  • "3am" (Single, 1998)
  • Deus ex Machina (1998)
  • "Take Good Care" (Single, 1998)
  • 3am - Fanedition (1999)
  • "One Love" (Single, 1999)
  • Fake a Smile (EP, 2006)
  • Enter My Religion (2006)


Milene Emídio

Senhora do Metal - Maio / Junho

De 15 de Maio a 15 de Junho focaremos com especial atenção uma Senhora do Metal, escolhida pela redacção. Liv Kristine Espenaes é a primeira Senhora do Metal.

É hoje vocalista dos Leaves' Eyes, mas já passou por outra banda, os Theatre of Tragedy. Construindo a pulso uma carreira sólida, lutando por um lugar no mundo do metal, Liv Kristine é hoje uma referência entre as Senhoras do Metal.

Há 14 anos a afirmar-se no estilo do metal gótico sinfónico e folk e por ter sido uma das primeiras figuras femininas deste estilo é ela a nossa primeira Senhora do Metal, a quem dedicamos rúbricas especiais periódicas até dia 14 de Junho.

Assim, apresentamo-vos a Senhora do Metal, Liv Kristine.

Inês Martins

domingo, 4 de maio de 2008

Editorial

Há dois anos, mais precisamente no dia 8 de Julho de 2006 perdeu-se uma bela voz do metal. Sabine Dünser, vocalista dos Elis, deixou este mundo. Morrera uma jovem mulher, um jovem talento, uma Senhora do Metal. A notícia chocou-me e perturbou-me. Ali estava uma banda que eu ainda mal conhecia, ali estava uma voz que eu ainda mal começara a absorver e que, mal eu sabia, estava condenada a vir a amar, mais tarde. A tristeza caiu em mim e desapareceu com o poder do tempo, no decorrer dos dias. Os Elis tinham entrado definitivamente na minha vida e Sabine, uma Senhora do Metal, também. Chegara à minha vida (oh ironia!), precisamente agora, que dela tinha partido.

Tempos mais tarde, uma ideia começou a tomar forma dentro de mim (coisa interessante, o subconsciente…). A ideia nascia da minha profunda afeição ao metal com voz feminina e da minha profunda admiração pelo percurso das mulheres nesta facção da música. Comecei a reflectir… A minha admiração e apreciação pelas Senhoras do Metal não parecia, no entanto, ter alguma espécie de equivalência em qualquer dos meios de comunicação dedicados ao assunto. Muito pelo contrário, parecia (e parece) imperar uma certa tendência para a "diminuição" da presença destas mulheres… Para os puristas do estilo, metal que seja digno desse nome pertence ainda à estilizada classe dos gadelhudos, vestidos com cabedal preto, algumas tatuagens e com vozes possantes e de preferência com muitos "grunts" pelo meio. Na minha opinião, são, mas não são apenas esses que fazem o metal, porque o metal é muito mais vasto e muito mais rico.

A indignação era mais que muita. Indignação pela maneira como as mulheres continuavam (e continuam) a ser vistas na música mais extrema. Indignação pelo preconceito que levava a olhar primeiro para o corpo destas mulheres e só depois, só depois, sublinho, para o seu talento (este muitas vezes, aparentemente, parece depender da avaliação do primeiro). A indignação trouxe a reacção e a ideia construiu-se por si própria. Era necessário um meio de comunicação que desse às Senhoras do Metal a credibilidade que lhes é devida, nem mais nem menos, sem as julgar.

Guardado no meu subconsciente estava a memória de Sabine, uma voz e um talento que já partiram e que muitos, se calhar, nem chegaram a conhecer e reconhecer. E estas memórias, este projecto do meu subconsciente foi marinando... marinando...

A figura feminina trouxe grandes qualidades e benefícios à cena do metal – revolucionando-a de certa forma. Trilhando o seu caminho num mundo cheio, por vezes, de um extremo machismo. As mulheres chegaram ao metal e vieram para ficar e fazer crescer e estender os horizontes com os seus talentos que, até aí estavam muito desprezados. É importante reconhecer o seu contributo para a música, o estilo do metal e para a própria indústria. Muitas vezes ainda desprezadas, votadas pelo preconceito, reduzidas à expressão de "carinha laroca" ou vendo, muitas vezes, a sua música avaliada em função de serem gordas ou magras, as mulheres no mundo do metal ainda têm um longo caminho a percorrer até serem aceites como músicas profissionais, ao contrário de um pedaço de cara e corpo para atrair fãs masculinos.

A pergunta que faço a mim mesma é: porque é que o facto de haver uma mulher na banda (principalmente se esta for vocalista) é logo condição para o crítico musical ficar de "pé atrás" e o chamado "metaleiro" franzir o sobrolho? Não tenho resposta. Apesar destas pequenas falhas (na minha opinião ainda existentes) considero que o futuro é optimista e que, como em todas as outras áreas da vida social e política, as mulheres estão cada vez mais a ganhar terreno e cada vez menos a serem reduzidas a coisas irrelevantes.

O futuro é optimista. Tal como em todas as outras áreas da vida. também na música - e no metal em particular - as mullheres estão a ganhar terreno e a serem reconhecidas pelo seu talento e não apenas pelas suas "caras bonitas". No entanto, ainda há muito a fazer para mudar as mentalidades, e essa foi uma das razões pela qual que decidimos criar este blog.
Somos quatro jovens mulheres, com muito e nada em comum. No entanto, partilhamos o mesmo amor pela música e a mesma admiração por estas mulheres.

É partir deste ponto que a ideia deixa de ser só sustentada pelo pensamento e encara outro caminho. Adoptando as fases da Lua como símbolo para nos darmos a conhecer ao público como quatro pessoas (mulheres), todas nós com gostos, experiências e interesses profissionais diferentes (pelo menos parte deles..lol) mas com o mesmo amor pela música dedicamo-nos a este novo projecto, tentando contornar as nossas diferenças e tentando que o que nos uniu seja mais forte do que o pouco tempo de conhecimento que temos umas das outras.

Foi num desses fóruns de discussão espalhados pela web que nos encontrámos e tomámos conhecimento das nossas afinidades. Algum tempo depois voltámos a encontrar-nos, mas desta vez no plano real, num grande concerto. E eis que as ideias fluíram, os laços estreitaram-se e juntámo-nos virtual e pessoalmente para dar forma a este projecto há muito pensado.

Neste espaço, procuraremos discutir tudo o que possa ser relevante (ou não:)) referente às mulheres do mundo do metal - quer se tratem de líderes ou vocalistas, quer tenham qualquer outro papel, assegurando algum instrumento. Trata-se de conferir, de alguma forma, legitimidade ao seu trabalho, ao seu lugar, à sua presença num mundo conhecido por pertencer aos homens (especialmente aos "feios, porcos e maus").

Aqui é o lugar para falar das nossas Senhoras do Metal (estrangeiro e português) – os seus estilos, as suas qualidades próprias, a sua voz (se for caso disso), os seus projectos, biografias, carreiras, performances, notícias, CDS, DVDS, publicações, sites relacionados com o tema e outros links, fotos, entrevistas, as suas contribuições para a música e o mundo do metal, a razão porque são diferentes umas das outras e o que as faz ser tão especiais.

Em memória de Sabine e em nome de todas as mulheres que continuam a fazer metal.

Metal no Feminino Sempre!

Inês Martins
e Cláudia Rocha, Ana Teixeira e Milene Emídio

Senhoras do Metal