domingo, 6 de julho de 2008

REVIEW Erben der Schöpfung – Twilight [2001]

Tracklist:
1. Elis
2. Sleep and Death
3. By my Side
4. Eine Rose für den Abschied
5. Niemand kennt den Tod
6. My Star
7. Ade
8. Alone
9. Doch sie wartet vergebens...


Os Erben der Schöpfung começaram por ser o projecto de um só homem, o teclista Oliver Falk que, inicialmente, procurava um vocalista masculino. O convite foi endereçado a Thomas Rainer dos L’Ame Imortelle, mas tendo este declinado, Oliver encontrou a voz perfeita na jovem Sabine Dünser. Mais tarde, Pete Streit foi convidado para tocar as guitarras do álbum Twilight, acabando por se tornar num membro a tempo inteiro.

Devido a desentendimentos no seio da banda, Pete e Sabine abandonaram os Erben der Schöpfung e fundaram os Elis. Oliver perdeu os direitos de Twilight – por esta razão, este é considerado o primeiro álbum dos Elis – mas manteve o nome Erben der Schöpfung e, em 2005, a banda voltou ao activo, com uma nova line-up. Em breve, a banda presentear-nos-á com um novo trabalho.

Há uma diferença notória entre este álbum e os posteriores trabalhos dos Elis. Para começar, Twilight é um híbrido, cuja paisagem musical se encontra algures entre o Gothic Metal, passando pelo Industrial, com alguns laivos de EBM e Electro Goth. As batidas electrónicas e os sintetizadores são uma presença constante, e as guitarras são simples e até um pouco repetitivas. Os mais puristas do Metal podem não apreciar este álbum, mas quem gosta de bandas como os L’Ame Imortelle, ou até da fase electrónica dos Theatre of Tragedy, pode encontrar aqui alguns pontos de interesse.

Um dos destaques de são os teclados de Oliver Falk que, sem dúvida, são os condutores de todo o álbum, sendo quase omnipresentes, mas sem se tornarem cheesy ou repetitivos. O outro destaque vai para a bela voz de Sabine. Embora este tenha sido o seu primeiro trabalho discográfico, brinda-nos com uma prestação quase sem mácula. Entre o peso das guitarras e os sons electrónicos, a sua voz limpa e clara que, em alguns momentos, faz lembrar a de Liv Kristine, espalha um pouco de luz na escuridão que permeia este Twilight.

Apesar dos ritmos dançáveis de uma boa parte das faixas, este é um álbum dark, que não cairia nada mal numa festa gótica. Uma vez mais, se comparamos com os Elis, os Erben der Schöpfung viajam por caminhos bem mais sinuosos e obscuros.

Este poderia ter sido um álbum brilhante dentro do seu género se – com a devida excepção de algumas faixas – conseguisse captar a atenção do ouvinte. Sim, este é um daqueles cds que, após as duas ou três primeiras faixas, se transforma rapidamente em música de fundo. A culpa deve-se, em grande parte, ao ritmo cadenciado e aos riffs simples que se repetem ad nauseum.

Ainda assim, e justiça seja feita, algumas faixas são muito interessantes, como é o caso do tema de abertura do álbum, Elis, completamente cantado em alemão, o que favorece a voz de Sabine (pessoalmente, sempre preferi escutá-la em alemão). Outra excelente faixa é a dançável Niemand kennt den Tod, que conta com a participação de uma voz masculina, e onde Sabine apenas faz os backing vocals. Ade e Alone são as minhas favoritas, com refrões eficazes, belos teclados, sobre as quais paira uma aura sinistra que me agrada muito – e claro, as lindíssimas vocalizações de Sabine.

Twilight é uma proposta interessante para quem gosta daquele Gothic Metal que pisca o olho à música electrónica. É também interessante para perceber o percurso dos Elis e para os admiradores de Sabine Dünser. É - e será sempre - um prazer escutá-la.

Destaques: Elis, Niemand kennt den Tod, Ade, Alone


14 valores

Cláudia Rocha, Quarto Crescente


Line-up: Sabine Dünser (voz), Oliver Falk (sintetizadores), Pete Streit (guitarra/baixo)

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