sexta-feira, 15 de agosto de 2008

REVIEW Arch Enemy - Doomsday Machine [2005]

1. Enter the Machine
2. Taking Back My Soul
3. Nemesis
4. My Apocalypse
5. Carry the Cross
6. I am Legend/ Out for Blood
7. Skeleton Dance
8. Hybrids of Steel
9. Mechanic God Creation
10. Machtkampf
11. Slaves of Yesterday

Datado de 2005, Doomsday Machine é o terceiro álbum que conta com a participação de Angela Gossow nos vocais. E em relação aos trabalhos anteriores da banda – pré e pós-Angela – apresenta algumas novidades que não foram do agrado de alguns fãs.

É verdade que neste jogo de melodia vs brutalidade a que os Arch Enemy nos têm habituado ao longo da sua já respeitável carreira, há aqui um ênfase claro na melodia. A produção é polida – segundo alguns, demasiado mainstream -, os refrães são bastante catchy assim como muitos dos riffs, e não houve qualquer pudor em utilizar efeitos sobre a voz da Angela que, na minha opinião, são completamente desnecessários.
No entanto, embora este seja, sem dúvida, um álbum relativamente mais acessível, os Arch Enemy não desiludem naquilo que são as suas trademarks: um excelente trabalho de guitarras (cortesia dos manos Amott) e, claro, a voz de Angela.

Após uma intro não muito interessante, passamos abruptamente para a primeira faixa a sério, Taking Back My Soul, que reúne as características que dão o mote para este Doomsday Machine: alguma brutalidade, mudanças de ritmo, um refrão catchy e solos de guitarras espectaculares. Segue-se uma das grandes malhas do cd, e talvez uma das mais marcantes dos Arch Enemy. Nemesis é já um clássico, uma daquelas músicas que são obrigatoriamente tocadas em todos os concertos, talvez porque incorpora tão bem o espírito da banda. O refrão é perfeitamente pegajoso, recusando-se a sair do ouvido. E temos um dos típicos interlúdios melódicos que desembocam num refrão final cheio de fúria.
Em My Apocalypse, há uma piscadela de olho ao Industrial, com uns pequenos apontamentos electrónicos no refrão, um pormenor que se encaixa bem. Uma novidade são os grunts profundos e graves de Angela, que se estendem à faixa seguinte: Carry The Cross – outra favorita. Será que posso afirmar que, nos parâmetros dos Arch Enemy, isto é quase uma balada? Angela soa muito melódica, recorrendo por vezes a um tom quase falado, surpreendendo no refrão com mais grunts cavernosos, quase irreconhecíveis. Mais um refrão catchy e um solo fabuloso. Bem, será preciso mesmo fazer referência a todos os solos espectaculares deste álbum?

I Am Legend/Out For Blood é a faixa mais pesada de Doomsday Machine. Dividida em duas partes – como é evidenciado pelo título – a primeira delas, I Am Legend, é um instrumental que dá lugar à Out For Blood, onde podemos escutar uma Angela muito feroz. A forma como ela grita “I am out for blood, out for your bloooooood”, conseguiu pregar-me à cadeira. Para além da sua agressividade, ela tem um veneno na voz que – desculpem-me os meninos – é muito feminino. Sem qualquer dúvida, a sua melhor prestação neste álbum. E será que posso fazer referência ao solo de guitarra? Claro que posso, já que é o melhor do cd, sobretudo graças ao momento estratégico onde foi inserido.
Infelizmente, após uma primeira metade bastante poderosa, há uma notável perda de força. Não que Skeleton Dance, Mechanic God Creation e Machtkampf não sejam boas faixas, mas falta-lhes… um pouco de variedade, mais diferenciação. No entanto, há uma recuperação em Slaves of Yesterday, que fecha com chave de ouro.

Doomsday Machine tem a qualidade a que os Arch Enemy nos habituaram ao longo dos anos. No entanto, a fasquia é muito elevada e, quando isso acontece, tendo a ser mais severa e rigorosa na minha avalição, precisamente porque sei que a banda em questão é capaz de muito melhor.

É o que acontece aqui. Considero muito positivo correr riscos e experimentar, e este é o álbum mais experimental deste colectivo. Porém, e repito, não me agradaram os efeitos constantes sobre a voz da Angela. Quem já a viu ao vivo sabe que tais artifícios não são necessários. Ela poderia ter brilhado muito mais se tivessem permitido que a sua voz natural fluísse. Por outro lado, aprecio o lado melódico dos Arch Enemy, mas este só é eficaz quando contrabalançado com peso, o que nem sempre acontece.
No entanto, e apesar destes aspectos menos positivos, Doomsday Machine é um excelente trabalho que não mancha a discografia dos Arch Enemy.

Destaques: Nemesis, Carry the Cross, I am Legend/Out for Blood, Slaves of Yesterday

16,8 Valores


Cláudia Rocha, Lua Crescente

Line-up: Angela Gossow (voz), Michael Amott (guitarra), Christopher Amott (guitarra), Sharlee D'Angelo (baixo), Daniel Erlandsson (bateria)
Myspace



6 comentários:

Anónimo disse...

Eu sei que muita gente me vai crucificar por isto, mas eu adoro este album x]... Gosto particularmente de uma faixa que não foi referida nesta review, a Hybrids of Steel. É uma faixa inteiramente instrumental e, como tal, não do agrado de muitos metaleiros (principalmente os mais trVes), mas não posso deixar de ficar indiferente a uma música como esta. Um instrumental fabulosamente bem feito, com riffs fabulosos, solos por todo o lado e que me faz lembrar muito uma outra banda que eu adoro... Dream Theater

Anónimo disse...

Só um pormenor - eu adoro a intro (Enter The Machine)!

Senhora do Metal disse...

Sérgio: Crucificar-te? Ora, eu gosto deste álbum. Muito até. O problema para mim são os efeitos na voz da Angela - é um exagero. Esse foi um dos pontos que me fez baixar a nota... que não é tão baixa assim ;)

Rui: Pois... eu não a acho grande espiga :P

Um abraço para os dois e obrigada por lerem e comentarem ^^

Cláudia, Quarto Crescente

Anónimo disse...

Também gosto muito da Enter the Machine e acho que liga muito bem com a Taking Back My Soul xD.
Mas sim, os efeitos na voz da Angela são um bocado exagero, mas como eu no meio de tanto riff e de tanto solo às vezes me "esqueço" de ouvir a voz, passa xD LOL... É o que dá tocar guitarra e ser um grande fã dos irmãos Amott lol. Acontece o seguinte: "Eia que granda riff, brutal, eia granda solo... olha, também têm aqui uma senhora a cantar, que giro..." lool

Senhora do Metal disse...

Que injustiça Sérgio, só que pronto, se tocas guitarra és um ouvinte especial :p
Mas é verdade, isso acontece um pouco neste álbum. A voz da Angela perde-se ali um bocado. Mas não senti o mesmo no Rise of the Tyrant, onde ela está muito mais presente.
E dos manos Amott nem se fala: vénias \o/

Abraços!

Cláudia, Lua Crescente

Anónimo disse...

Não é uma questão de injustiça... Simplesmente dou mais atenção a outras coisas xD lol