1. Usvainen Rhûn
2. Storm of the Blades
3. Ghân of the Woods
4. Gwaith-i-Mírdain
5. Trollshaws
6. Elves of Lúva
7. Valier – Queens of the Valar
8. Thousand Caves
9. Cloaked in Her Unlight
10. Of Orcs and Elves
11. Touch of Green and Gold
12. Pallando – Forgotten Wizards I
13. Gollum’s Cry
2. Storm of the Blades
3. Ghân of the Woods
4. Gwaith-i-Mírdain
5. Trollshaws
6. Elves of Lúva
7. Valier – Queens of the Valar
8. Thousand Caves
9. Cloaked in Her Unlight
10. Of Orcs and Elves
11. Touch of Green and Gold
12. Pallando – Forgotten Wizards I
13. Gollum’s Cry
A obra de J.R.R. Tolkien é uma fonte inesgotável de inspiração para artistas das mais diversas áreas, desde a literatura à ilustração, passando sobretudo pela música. Mas foi o metal de contornos mais épicos que abraçou o mundo fantástico de Tolkien e o incorporou tanto no conteúdo lírico, como na própria estética das bandas.
O power metal e o folk metal têm sido os subgéneros mais dedicados a este imaginário, que não raramente é encarnado por homens e mulheres adultos vestidos como se fossem actores de uma versão B do filme “O Senhor dos Anéis”. No entanto, goste-se ou não, as espadas e orelhas pontiagudas fazem parte deste nicho musical e ajudam a criar um certo ambiente e, apesar do aparato, alguns membros destas bandas são estudiosos da obra de Tolkien, o que é evidente nas letras que escrevem para os temas.
É o caso dos Battlelore. Em palco e nas fotografias encarnam elfos e orcs; porém, as temáticas que abordam nas suas letras concentram-se especialmente no “Silmarillion” e nos “Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média” o que prova que, tal como eu, são verdadeiros apreciadores de Tolkien.
No entanto, ao contrário da maioria destas bandas, os Battlelore não caminham pelo reinos do power metal. A sonoridade deste colectivo está mais próxima do gothic metal com alguns elementos folk. E embora seja possível encontrar alguns momentos épicos, este Third Age of the Sun, o seu terceiro longa duração, não é um álbum bombástico.
O que estes finlandeses vestidos de elfos e de orcs nos propõem é uma sonoridade descontraída e alegre, sem grandes experimentalismos, refrões catchy, teclados elegantes e alguns riffs interessantes. Contudo, embora não primem pela originalidade, os Battlelore encontraram o seu nicho e desenvolveram uma sonoridade própria que é quase impossível de confundir com uma qualquer outra banda.
Um dos elementos que melhor define a música dos Battlelore é a voz da Kaisa Jouhki. Esta senhora élfica não tem uma voz poderosa, mas o seu timbre doce e melancólico cria um contraste com o instrumental alegre e, sobretudo, com os guturais de Tomi, que se estreou neste álbum. E é Kaisa quem realmente tem a oportunidade de brilhar, visto que as responsabilidades vocais recaíram sobretudo sobre ela. O outro destaque vai para os teclados de Maria. É de esperar que uma sonoridade que procura evocar cenários fantásticos use e abuse dos teclados, porém a maioria das bandas não sabe utilizá-los de forma equilibrada: ou estão inaudíveis ou obliteram os restantes instrumentos na sua tentativa infrutífera de sintetizar uma orquestra de forma convincente. No caso dos Battlelore, não obstante a omnipresença dos teclados, estes nunca soam ridículos ou lamechas, mas perfeitamente adequados ao tipo de ambiência com a qual a banda pretende envolver o ouvinte. As flautas esporádicas acrescentam um toque especial às melodias, mas, infelizmente, as guitarras e o baixo limitam-se a criar uma muralha de som coesa que suporta os restantes elementos, o que é feito com muita competência, mas sente-se aqui a falta de momentos de brilho individual. A bateria é também algo monótona.
Ainda assim, The Third Age of the Sun é, sobretudo, um registo equilibrado. As faixas encontram-se mais ou menos ao mesmo nível, sem que nenhuma seja espectacular, mas criando um todo muito agradável. É o tipo de sonoridade descomprometida que escutamos de manhã, a caminho do trabalho; o tipo de álbum que nos ajuda a iniciar o dia com boa-disposição. Ainda assim, alguns temas merecem destaque.
Usvainen Rhûn é uma excelente intro, com uma voz feminina a recitar um poema em quenya, que dá lugar à explosão de Storm of the Blades, a malha mais épica do álbum, com um dos melhores refrões e um dos poucos momentos em que os guturais de Tomi se impõem. Uma curiosidade: os vocais rasgados que se escutam na ponte são de Kaisa, que soa completamente irreconhecível. Ghan of the Woods e Gwaith-i-Mírdain têm uma toada mais folk, repletas de flautas e teclados, enquanto a sinistra Trollshaws conta com um excelente duelo vocal entre Kaisa e Tomi.
É neste álbum que encontramos a primeira, e até agora única, balada da história dos Battlelore. Elves of Lúva é inteiramente cantado por Kaisa e é, sem dúvida, um dos momentos altos do álbum. No entanto, a minha favorita é a extremamente catchy Valier – Queen of the Valar, na qual os finlandeses mostram do que são feitos: teclados maravilhosos, um refrão que não sai da cabeça, uma excelente prestação vocal de Kaisa e uma letra que denota o amor que a banda dedica à obra de Tolkien.
A partir daqui, o álbum perde um pouco da sua força inicial e falha em manter a atenção do ouvinte, embora não encontremos uma única má faixa. Bem... mais ou menos. Teria sido preferível que tivessem excluído aquela tentativa falhada de imitar a personagem Gollum de Tolkien, o que fazem em “Gollum’s Cry”. Não compreendo muito bem o que estavam a tentar alcançar, mas seja o que for não resultou.
No entanto, os Battlelore são uma banda talentosa que, em 2005, apresentou um bom álbum. Não se trata de um trabalho marcante ou original, mas tem todo o mérito naquilo a que se propôs. Recostem-se no banco do autocarro, ignorem o trânsito, esqueçam o chefe e deixem-se transportar para a Terra Média com este The Third Age of The Sun.
O power metal e o folk metal têm sido os subgéneros mais dedicados a este imaginário, que não raramente é encarnado por homens e mulheres adultos vestidos como se fossem actores de uma versão B do filme “O Senhor dos Anéis”. No entanto, goste-se ou não, as espadas e orelhas pontiagudas fazem parte deste nicho musical e ajudam a criar um certo ambiente e, apesar do aparato, alguns membros destas bandas são estudiosos da obra de Tolkien, o que é evidente nas letras que escrevem para os temas.
É o caso dos Battlelore. Em palco e nas fotografias encarnam elfos e orcs; porém, as temáticas que abordam nas suas letras concentram-se especialmente no “Silmarillion” e nos “Contos Inacabados de Númenor e da Terra Média” o que prova que, tal como eu, são verdadeiros apreciadores de Tolkien.
No entanto, ao contrário da maioria destas bandas, os Battlelore não caminham pelo reinos do power metal. A sonoridade deste colectivo está mais próxima do gothic metal com alguns elementos folk. E embora seja possível encontrar alguns momentos épicos, este Third Age of the Sun, o seu terceiro longa duração, não é um álbum bombástico.
O que estes finlandeses vestidos de elfos e de orcs nos propõem é uma sonoridade descontraída e alegre, sem grandes experimentalismos, refrões catchy, teclados elegantes e alguns riffs interessantes. Contudo, embora não primem pela originalidade, os Battlelore encontraram o seu nicho e desenvolveram uma sonoridade própria que é quase impossível de confundir com uma qualquer outra banda.
Um dos elementos que melhor define a música dos Battlelore é a voz da Kaisa Jouhki. Esta senhora élfica não tem uma voz poderosa, mas o seu timbre doce e melancólico cria um contraste com o instrumental alegre e, sobretudo, com os guturais de Tomi, que se estreou neste álbum. E é Kaisa quem realmente tem a oportunidade de brilhar, visto que as responsabilidades vocais recaíram sobretudo sobre ela. O outro destaque vai para os teclados de Maria. É de esperar que uma sonoridade que procura evocar cenários fantásticos use e abuse dos teclados, porém a maioria das bandas não sabe utilizá-los de forma equilibrada: ou estão inaudíveis ou obliteram os restantes instrumentos na sua tentativa infrutífera de sintetizar uma orquestra de forma convincente. No caso dos Battlelore, não obstante a omnipresença dos teclados, estes nunca soam ridículos ou lamechas, mas perfeitamente adequados ao tipo de ambiência com a qual a banda pretende envolver o ouvinte. As flautas esporádicas acrescentam um toque especial às melodias, mas, infelizmente, as guitarras e o baixo limitam-se a criar uma muralha de som coesa que suporta os restantes elementos, o que é feito com muita competência, mas sente-se aqui a falta de momentos de brilho individual. A bateria é também algo monótona.
Ainda assim, The Third Age of the Sun é, sobretudo, um registo equilibrado. As faixas encontram-se mais ou menos ao mesmo nível, sem que nenhuma seja espectacular, mas criando um todo muito agradável. É o tipo de sonoridade descomprometida que escutamos de manhã, a caminho do trabalho; o tipo de álbum que nos ajuda a iniciar o dia com boa-disposição. Ainda assim, alguns temas merecem destaque.
Usvainen Rhûn é uma excelente intro, com uma voz feminina a recitar um poema em quenya, que dá lugar à explosão de Storm of the Blades, a malha mais épica do álbum, com um dos melhores refrões e um dos poucos momentos em que os guturais de Tomi se impõem. Uma curiosidade: os vocais rasgados que se escutam na ponte são de Kaisa, que soa completamente irreconhecível. Ghan of the Woods e Gwaith-i-Mírdain têm uma toada mais folk, repletas de flautas e teclados, enquanto a sinistra Trollshaws conta com um excelente duelo vocal entre Kaisa e Tomi.
É neste álbum que encontramos a primeira, e até agora única, balada da história dos Battlelore. Elves of Lúva é inteiramente cantado por Kaisa e é, sem dúvida, um dos momentos altos do álbum. No entanto, a minha favorita é a extremamente catchy Valier – Queen of the Valar, na qual os finlandeses mostram do que são feitos: teclados maravilhosos, um refrão que não sai da cabeça, uma excelente prestação vocal de Kaisa e uma letra que denota o amor que a banda dedica à obra de Tolkien.
A partir daqui, o álbum perde um pouco da sua força inicial e falha em manter a atenção do ouvinte, embora não encontremos uma única má faixa. Bem... mais ou menos. Teria sido preferível que tivessem excluído aquela tentativa falhada de imitar a personagem Gollum de Tolkien, o que fazem em “Gollum’s Cry”. Não compreendo muito bem o que estavam a tentar alcançar, mas seja o que for não resultou.
No entanto, os Battlelore são uma banda talentosa que, em 2005, apresentou um bom álbum. Não se trata de um trabalho marcante ou original, mas tem todo o mérito naquilo a que se propôs. Recostem-se no banco do autocarro, ignorem o trânsito, esqueçam o chefe e deixem-se transportar para a Terra Média com este The Third Age of The Sun.
15 valores em 20
Cláudia Rocha, Lua Crescente
Line-up: Kaisa Jouhki (voz), Maria (teclados e flauta), Henri Vahvanen (bateria), Jussi Rautio (guitarra), Jyri Vahvanen (guitarra), Timo Honkanen (baixo), Tomi Mykkänen (voz)
Site Oficial
Myspace
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