quinta-feira, 31 de julho de 2008
HAGGARD - Novo álbum a 29 de Agosto
quarta-feira, 30 de julho de 2008
A LOUD! não vai morrer!
REVIEW - Midnattsol - Where Twilight Dwells e Nordlys
Colectivo germânico-norueguês composto por seis elementos, os Midnattsol nasceram em 2002, pelas mãos e mentes criativas de Carmen Elise Espenaes e do guitarrista Chris Hector. A estes juntaram-se um segundo guitarrista Daniel Droste, o baterista Chris Murzinsky, o teclista Daniel Fischer e a segunda Senhora do Metal desta banda, a baixista Birgit Öllbruner. Em 2003 a banda grava uma demo auto-intitulada, obtendo rápida atenção dos apreciadores do estilo e da imprensa especializada, o que resultou no acordo com a proeminente Napalm Records. É assim que em 2005 sai o registo de estreia Where Twilight Dwells, primeira afirmação da sonoridade dos Midnattsol. Quatro anos depois sai o sucessor deste trabalho, Nordlys.
Mais conhecida como a banda liderada por duas beldades nórdicas ou ainda mais pelo facto de uma delas ter apelido Espenaes, há mais nos Midnattsol do que estas etiquetas que tentam colar-lhes. O facto de ter, não apenas uma, mas duas Senhoras do Metal na sua formação é só mais uma originalidade do colectivo, entre muitas outras. É notável a sonoridade folk metal que estabeleceram à sua maneira e mais notável ainda é a voz que lidera o colectivo, uma voz versátil, em mutação. Para muitos, o apelido de Carmen não deixa dúvidas e não será necessária uma pesquisa intensa para ficar a saber que se trata da irmã mais nova de Liv Kristine Espenaes (ex-THEATRE OF TRAGEDY, LEAVES' EYES). As semelhanças entre ambas poderiam ir até ao tom de pele e cabelos, mas não mais longe, já que as duas têm hoje o seu lugar próprio na cena metal de influências nórdicas. Aqui ficam algumas razões pelas quais estas etiquetas vão deixar rapidamente de se aplicar. As outras podem descobri-las ao ouvir as duas obras musicais que apresentamos em seguida.
Where Twilight Dwells - 2005
Tracklist:
1. Another Return
2. Lament
3. Unpayable Silence
4. The Haunted
5. Desolation
6. Enlightenment
7. Tårefall
8. Infinite Fairytale
9. Pa Leting
10. Dancing With The Midnight Sun
O som dos Midnattsol estabelece-se com este disco de estreia, como um corpo heterogéneo, que ora é metal pesado e forte, com as guitarras imbricando-se com uma bateria previamente gravada e que, por isso mesmo, imprime um ritmo quase alucinante às composições, ora os Midnattsol se revelam calmos, românticos, com as guitarras acústicas a deleitarem os nossos ouvidos e a voz de Carmen a tornar-se um rio suave que escorre montanha gelada abaixo, revelando toda a força da componente folk. WTD é esta paisagem metal folk, em que o peso e a melodia se duelam numa estranha harmonia e a voz de Carmen parece sobrevoar as composições como se se tratasse de uma criatura do Outro Mundo. Este duelo metal folk não poderia ser mais adequado para expressar as letras cantadas e escritas por Carmen que se baseiam nas tradições e lendas nórdicas e respectiva mitologia, temática que continuará a ser explorada, de forma ainda mais intensa, no posterior Nordlys.
Destaques: Another Return, Tårefall, Pa Leting, Dancing With The Midnight Sun
1. Open your eyes
2. Skogens lengsel
3. Northern light
4. Konkylie
5. Wintertime
6. Race of time
7. New horizon
8. River of virgin soil
9. En natt i nord
10. Octobre (Edição Limitada)
O peso dos Midnattsol pode ser uma experiência avassaladora, se pensarmos que esse peso era já assim no WTD e a naturalidade da voz de Carmen procurava aí sobreviver e suportar a música no seu tom característico. A combinação da sua naturalidade com o peso é, inicialmente, muito estranha de se ouvir (ainda mais estranho é o facto de essa mesma estranheza ser viciante) e a sua voz podia por vezes perder-se entre o peso dos instrumentos. Em Nordlys, isso definitivamente não acontece e a voz de Carmen lidera acima de qualquer peso, ela própria mais pesada do que todas as guitarras e o ritmo forte da bateria. Torna-se evidente o caminho que o colectivo escolheu percorrer, com o reforço majestoso da componente metal - o peso está lá e ainda por cima reforçado pelo timbre de Carmen, a raiar o grave e rasgando-se em tons quase líricos. Por isso, logo numa primeira audição, uma coisa sabemos certa - o segundo registo dos Midnattsol é definitivamente mais pesado, coeso e homogéneo que o disco de estreia e a essa mudança não é alheia a evolução sublime que se deu na voz de Carmen. A esta mudança também não são alheios outros importantes factores, que vão desde o processo de composição (desta vez, podemos escutar uma verdadeira bateria e foram utilizadas guitarras e baixo analógicos), terminando na própria concepção do disco, gravado em quatro estúdios e com diferentes produtores (Markus Stock, nos estúdios E, Alexander Krull nos estúdios Mastersound, Tue Madsen nos estúdios Antfarm e Mika Jussila nos estúdios Finnvox), uma verdadeira maratona em busca de uma sonoridade mais pesada. Nordlys representa um enorme salto qualitativo na sonoridade dos Midnattsol em todos os sentidos.
No meio desta onda de grandes definições na sonoridade da banda, a inspiração dos Midnattsol continua a localizar-se em paragens nórdicas, referência mais do que explicita logo no título do álbum – Nordlys, que significa Luz do Norte – tema recorrente na mitologia e lendas nórdicas. Música, letras e até mesmo o belo design gráfico deste registo submetem-se a este tema. Nas palavras da própria Carmen, Nordlys é o «fenómeno energético que se dá pelo confronto entre dois pólos opostos, o sol e a terra e que é simbolizado por mim e pela Birgit, cada uma de nós representando um desses pólos». A vocalista aponta ainda o valor metafórico do termo, considerando esta “Luz do Norte” como «a verdadeira beleza do mundo, longe de bens materiais desnecessários que nos afastam cada vez mais do real significado da vida».
Interpretações à parte, a música fala por si.
Open Your Eyes é, como já referi, o tema bombástico de abertura e será porventura o refrão mais catchy composto pelos Midnattsol. Uma audição basta para ficarmos com ele na cabeça. Com ele e com a força da voz de Carmen, que se ergue, irreconhecível, forte e dominadora.
O peso dos Midnattsol é entrecortado por lindíssimos momentos acústicos, com a presença fundamental da guitarra, que se constituiu, para mim, como uma marca da sua sonoridade folk nórdica. É em Northern Light que voltamos a enredar-nos em ambiências mais folk, mas o peso jamais nos abandona. Nem a melancolia. Este tema alterna entre uma rapidez moderada e o caminho de fantasia expresso pela melodia dos teclados. Destaque mais do que merecido para o trabalho dos guitarristas nos solos trabalhados que podemos aqui ouvir.
Konkylie arranca com as guitarras tecendo uma história de peso e melodia com mais de 8 minutos de duração. Novamente, os instrumentos de cordas são o grande destaque do tema, muito presentes e versáteis, criando complexas melodias e riffs sobre riffs, contribuindo para o tornar um dos temas mais pesados de todo o registo.
A sonoridade acústica regressa, naquela que é para mim a composição mais bela do registo. Wintertime. Equilíbrio mais que perfeito entre melodia e peso, entre velocidade e solenidade. Carmen sussurra insistentemente aos nossos ouvidos, mas não se trata aqui dos suaves murmúrios encantatórios de WTD, mas de uma voz insistente e perturbadora que nos quer levar a perder num local escuro e longe de tudo. Os murmúrios terminam num grito e somos lançados para o meio do peso das guitarras, que partem numa cavalgada comandados por uma senhora bateria e suportados pelo trabalho de Birgit no baixo. Este contribui em grande parte para a sensação de coesão das músicas, funcionando como fio condutor, elemento que suporta o peso imenso sobre ele.
Race of Times, arranca apropriadamente em corrida e os ritmos alternam-se diversas vezes ao longo da música, mas a velocidade nunca parece diminuir. Assinalável a prestação da bateria e de toda a secção rítmica, já para não falar das conversas entre as duas guitarras, espraiando-se ao longo de todo o tema.
É-nos permitido descansar em New Horizon, uma pequena composição folk que nos fala de um mundo destruído, entregue à secção acústica e à voz de Carmen, que aflora por momentos o tom de WTD.
River of Virgen Soil começa suavemente como se de um rio se tratasse efectivamente, despertando na fonte e começando a escorrer montanha abaixo. As guitarras entram momentos depois, agitando as águas do rio e fazendo com que estas corram mais velozes. A alternância entre os dois timbres de Carmen, que ora nos fala gravemente num, ora salta para o outro, subindo e entranhando-se na própria música é algo de absolutamente espantoso. Sem dúvida, o meu tema preferido em todo o registo.
Chegamos ao fim com En Natt I Nord. Por entre sons da natureza, ouvimos a voz de Carmen crescer em melodia. O peso entra pelos nossos ouvidos adentro, contendo tudo aquilo a que os Midnattsol nos souberam habituar neste Nordlys. Guitarras lideram na linha da frente, a bateria é veloz, o baixo constrói uma linha coesa e a voz de Carmen sai à cabeça desta canção que parece de saída de uma qualquer batalha deste mundo.
A faixa bónus Octobre arranca em velocidade e trás com ela uma surpresa - uma voz masculina grave toma conta de toda a composição, a voz do guitarrista Daniel Droste, que nos faz sonhar com futuros duetos que combinem o seu tom bastante invulgar com o de Carmen.
Nordlys é um registo coeso, espesso, não facilmente absorvível, que exige muitas horas da nossa vida, para ser escutado, absorvido, entendido e sentido. Mas quando o conseguimos fazer, é sem dúvida memorável. A voz de Carmen atingiu um nível quase impensável no anterior registo, demarcando-se claramente de quase todas as prestações vocais entre as Senhoras do Metal e apesar de o meu gosto pessoal me inclinar mais para WTD, Nordlys é, de longe, um registo mais sólido e que revela o crescimento qualitativo da banda. Premissas estabelecidas em WTD, primeira tese defendida com sucesso em Nordlys, quem sabe onde os Midnattsol poderão ir agora. Mas isso não importa, desde que nos levem… Eu só tenho um desejo: que Carmen combine de forma majestosa os dois tons maravilhosos da sua voz.
sexta-feira, 25 de julho de 2008
Breves
Lyriel
Amanda Somerville está de volta como convidada especial dos Epica nos seus concertos na Roménia e Itália. Amanda é a vocal coach de Simone Simons (vocalista) e substituiu-a na tour norte americana em Abril/Maio. Podemos escutar a sua voz em diversos projectos musicais, sendo o mais recente o último álbum dos Avantasia, The Scarecrow.
Site Oficial Epica: http://www.epica.nl/
Octavia Sperati
quarta-feira, 23 de julho de 2008
WITHIN TEMPTATION - Trailer Oficial do BLACK SYMPHONY
Promete!
domingo, 20 de julho de 2008
Biografia - Angela Gossow pelas suas próprias palavras
quinta-feira, 17 de julho de 2008
Senhora do Metal do Mês Julho/Agosto
Aliando o seu gosto às fenomenais capacidades vocais, esta Senhora do Metal contribuiu para tornar o som dos Arch Enemy ainda mais pesado e forte, sem abandonar, porém, a melodia. Aqui, no nosso cantinho à beira mar plantado, vamos poder vê-la e ouvi-la ao vivo no Alliance Fest que decorre entre 8 e 9 de Agosto, em Carcavelos. Por todas estas razões e muitas mais, ela é a nossa Senhora do Metal do mês de Julho/Agosto. Apresentamos Angela Gossow, dos Arch Enemy!
Site oficial Angela Gossow - http://www.angelagossow.com/
EDITORIAL Julho/Agosto (3ª edição)
A tradição manda que cada nova edição das Senhoras do Metal tenha início no dia 15 de cada mês. No entanto, no mês de Julho/Agosto decidimos ser rebeldes e atrasar a edição um dia. Não, caros leitores, ainda não entrámos na silly season. A verdade, é que as Senhoras do Metal trabalham e estudam e, por vezes, seguir um plano à risca está para além das nossas forças. Mesmo esta Senhora do Metal que vos escreve está a esforçar-se ao máximo por manter os olhos abertos.
Teremos também a primeira review de um álbum de uma banda portuguesa. E muito, muito mais!
e
Ana Teixeira, Inês Martins e Milene Emídio
Elis - Der Letze Tag
segunda-feira, 14 de julho de 2008
Review Elis - Griefshire
1. Tales From Heaven or Hell
2. Die Stadt (The Village)
3. Show Me The Way
4. Brothers
5. Salvation (MCD - Show me the way)
6. Seit dem Anbeginn der Zeit (Since The Beginning of Time)
8. Phoenix From Ashes
9. How Long
10. Innocent Hearts
11. Forgotten Love
12. The Burning
13. New Decade
Produzido por Alexander Krull e lançado pela Napalm Records, este album apresenta-nos assim, a história de dois irmãos (religiosamente fanáticos), a procura da salvação e o desejo da verdade e do amor num conjunto variado de estilos.
À medida que escutamos o album as várias personagens vão sendo apresentadas e por vezes quer queiramos quer não, somos forçosamente transportados para o cenário de dor, perda e dúvida onde os sons melodiosos e por vezes agressivos tornam tão fácil a visualização dos mesmos.
Sendo assim, passemos apresentação dos seis elementos que se juntam a nós nesta busca durante as 13 faixas deste projecto:
Mãe do narrador - uma sábia e bondosa mulher, que assume o papel de uma bruxa, onde dedicou toda a sua vida na ajuda de quem mais necessitava e na partilha dos seus conhecimentos pelos restantes sábios.
Narrador - o mais novo dos irmãos, apesar de inválido desde o seu nascimento, é um homem extremamente inteligente, que durante a sua jornada é constantemente confrontado com as suas dúvidas.
Irmão do narrador - este apresenta-nos uma personalidade fascinante, tem o dom natural de liderança, que no entanto corrompe todos aqueles que se atrevem a segui-lo.
Ao longo da história observamos como esta sua capacidade o transforma no líder da seita da própria aldeia.
Mulher do irmão - a paixão e o amor secreto do nosso narrador. Uma mulher inteligente que apesar de saber a verdade sobre o seu marido recusa-se abandona-lo.
Filha do Narrador - possui os poderes e a sabedoria da sua avô, foi criada pelo seu pai que sempre a ensinou a usar os seus poderes para o bem.
A seita - é composta por todos os aldeões corrompidos que se juntam ao Irmão. Acreditando que este lhes pode mostrar o caminho para a salvação…nunca desconfiam que tal é impossível.
Apresentações feitas e cenário montado. Está na altura de prosseguirmos viagem e entrarmos um pouco mais fundo na imaginação de cada um. Preparados?
Tales From Heaven and Hell é a nossa primeira paragem, a música começa com uns leves sons de chuva, trovoada, e um ligeiro barulho do vento que quase podemos sentir. Acompanhando estes eventos da natureza existe uma pequena melodia de uma caixinha de música. Devo dizer que não podia haver melhor intro para tal. No entanto não se deixem enganar pela suavidade com que somos confrontados.
A música desenvolve-se com um misto de guitarras, bateria, até à entrada da voz de Sabine, onde nos conta as dúvidas e nos mostra a dor da filha do narrador ao descobrir o diário do pai numa caixinha de música. Se de principio somos presenteados com suavidade o mesmo já não se pode dizer quando a música chega a mais de metade. É notável o trabalho do Pete e do Chris assim como o coro que entretanto se junta. Aliás, estes são os elementos chave que tornam este álbum diferente e rico.
É-nos dito que se escutarmos bem conseguimos ouvir no sopro do vento as memórias perdidas e o rastio de esperança…é aqui que a inclusão do piano quebra um pouco esse ritmo e começa a fazer parte da história.
Somos presenteados com a história da mãe do narrador, de como os seus poderes eram importantes e de como isso teve efeito na vida dele:
"Mind body and soul
Life love and healing
Connect be connected
Nine words to change your whole life"
Tal como a música anterior esta sofre da mesma constante repetição, é facil de memorizar e de cantarolar se tivermos a fim de…no entanto ao contrário da outra, a repetição desta não cansa e não aborrece (bem…a menos que a oiçam repetidamente e percam a conta de tal). Um elemento que achei crucial nesta faixa, foi mais uma vez o piano e como acompanha a voz da Sabine. A sonoridade deste vem mais uma vez quebrar um pouco a agressividade dos instrumentos e do todo em si.
Sinceramente não sei como hei-de explicar o efeito desta faixa. Ao princípio quando ouvimos a voz da Sabine podemos achar a dita sem força, talvez até um pouco fora do contexto instrumental da mesma…No entanto se ouvirmos com atenção e realmente entrarmos no espírito da história, pode ser vista como o simbolismo da fragilidade dos laços ou da promessa que nos é descrita.
O mesmo já não acontece quando somos invadidos pelos guturais de Tom que nos mostra esta mesma dualidade tão distinta.
A música seguinte, Salvation, apesar de ser uma continuidade desta história, só aparece no Maxi Single: Show me the way.
De todas as músicas, esta é uma das que nos remete mais facilmente para um espaço cénico quase teatral…um musical onde conseguimos ver exactamente o que se passa. Temos de um lado as vozes penetrantes dos habitantes, a angústia e a quase obsessão pelo perdão e pela salvação das suas almas. Novamente os sons guturais de Tom que se impõe tal e qual como um líder, ordenando respeito e medo.
É este mesmo medo que continua em Seit dem Anbeginn der Zeit. Chegamos então a um momento de paragem. É a primeira música do álbum em que desaceleramos o compasso. Não sendo a mais lenta, é certo, esta é como se fosse um respirar fundo e uma interiorização dos acontecimentos. Melhor parte? A forma suave como a Sabine nos conta e o contraste entre a própria melodia, que apesar de não ser tão pesada como as restantes também não é tão suave como se julga.
Promessas…é o que a nossa próxima música nos fala…quantas vezes as fizemos e quantas vezes as falhámos e as esquecemos?
O relembrar da infância e da promessa feita é o tema central destas duas faixa seguintes. Somos novamente confrontados com as três partes intervenientes na música Salvation. Basicamente entre a Remember The Promise e a Phoenix From Ashes assistimos à discussão entre os dois irmãos. Entre a ténue linha que divide o bem e o mal e qual destas o irmão do narrador pretende perseguir. Ambas as músicas conseguem montar um panorama dos sentimentos, da revolta e do resto que os separa.
Sendo assim e mudando radicalmente de cenário, How Long é a primeira balada do álbum, apresenta-nos pela primeira vez o ponto de vista da mulher do irmão e o eterno amor do narrador.
São contadas memórias e a descoberta da verdade, onde mais uma vez as dúvidas e angústia estão presentes assim como a tomada de uma decisão com o poder de mudar muita coisa.
A instrumentalização nesta faixa é divinal e a voz suave e doce da Sabine conseguem provocar um arrepio de satisfação, acaba por fazer parte de nós, não só pela própria letra como também a maneira com que consegue mexer com os nossos sentimentos.
A decisão é tomada com a Innocent Hearts e é aqui que voamos novamente para o ponto de vista do irmão do narrador. A chantagem emocional as ameaças perante a sua mulher são patentes e no entanto, estranhamente, quase podemos ainda ver o amor e a necessidade que ambos sentem em ficar juntos.
Quanto à música em si, penso que o ponto alto desta é mesmo a vocalização da Sabine e os papeis que assume ao longo da faixa, mas no entanto não encontro nada de novo para além disso.
Outra paragem…desta vez viajamos 1 ano no tempo e encontramo-nos novamente numa balada. A segunda deste album para ser mais exacta: Forgotten Love
Enquanto na primeira achei que a voz da Sabine tinha um papel principal, nesta o toque melancólico do violino rouba toda atenção, como se fosse um lamento da vida que o nosso narrador decidiu levar, das memórias e como se separou assim da aldeia e de todos.
Depois de andarmos um pouco aos saltos pelos sentimentos libertados pela faixa anterior, a seguinte de serenidade não tem nada. Talvez como a faixa mais marcante do álbum, The Burning é o ponto culminante de tudo.
A própria violência da música demonstra a acção e num jeito quase teatral a voz de sabine encara vários tons ao longo da música.
É aqui também que observamos o desenrolar o ‘quase’ fecho da história. É onde a verdade vem ao de cima, onde os habitantes da aldeia percebem finalmente que afinal quem seguiam não os pode levar a salvação quando ele próprio precisa dela.
Quanto ao resto do que se passa nesta música…não seria justo fazer um spoiler nesta parte.. ;)
New Decade…tem origem 10 anos depois, encontram-nos com a filha do narrador após ter lido o diário o pai.
Infelizmente como fecho da história a música é aborrecida, não como estava à espera, pelo menos a nível de ritmo e de instrumentalização assim como a participação de Sabine, que só melhora no refrão onde deixa de lado aquele sotaque esquisito, não natural e que por vezes tornar-se um pouco irritante…
O que este álbum tem de diferente? Ao ouvir o álbum completo sem paragens é notável a diversidade de melodias, a forma como o álbum não segue uma linha recta mas sim com vários desvios. A forma como este conceito consegue montar um palco e fazer de nós espectadores prontos a rumar viagem.
Nota-se uma grande evolução da própria banda, uma banda mais matura e mais ordenada que promete sempre mais alguma coisa e nos deixa na expectativa.
Devo dizer mais uma vez, que neste álbum, é marcante o trabalho do Pete e do Chris como guitarristas (sem tirar o mérito aos restantes!), os instrumentais são divinais e a forma como despertam adrenalina é gratificante. Mesmo nas partes mais repetitivas de algumas faixas há sempre um elemento que tenta modificar. Por vezes bem sucedido outras vezes não tão bem.
Por último, é obrigatório dizer que todo o conceito assim como as letras das músicas foram escritas pela Sabine, foi em memória desta que os restantes membros decidiram lançar o album…como um acto de amizade, de coragem…e que nos mostra que o tempo e a morte é um poço de saudade.
Line up:
Sabine Dünser - Vocais
Pete Streit - Guitarra
Chris Gruber - Guitarra
Tom Saxer - Baixo, Guturais
Max Naescher - Bateria
Judit Biedermann (Nevertheless) - Violino na faixa "Forgotten Love"
sábado, 12 de julho de 2008
REVIEW - Within Temptation - Optimus Oeiras Alive 11.07.08
No dia 11 de Julho, a espera demonstrou ser interminável para os fãs da banda holandesa Within Temptation (WT), naquele que foi o segundo dia do Festival Optimus Oeiras Alive 2008, dia praticamente dominado pelas sonoridades do reggae e por uma miscelânea tão grande de estilos e respectivos públicos e que, pela sua excessiva variedade, carecia claramente da coerência necessária a um bom festival e impedia alguns de fazer render os 45 euros do bilhete. Incoerências da organização à parte, os WT não desiludiram, apesar dos meros 60 minutos que a organização do festival havia reservado para a sua actuação e que originaram uma setlist de 11 temas, curta e composta maioritariamente de singles e temas do último álbum The Heart Of Everything (2007) e do anterior The Silent Force (2004). Apesar da necessária escassez, a banda liderada pelo guitarrista Robert Westerholt e a Senhora do Metal, Sharon den Adel deu um dos melhores concertos da noite em termos cénicos e de interacção com o público, com a energia contagiante que já é imagem de marca da banda. Os fãs foram elemento central para fazer deste um concerto inesquecível (apesar da sua duração mínima), incansáveis na sua espera, alguns desde as 10h da manhã, outros desde a abertura das portas, às 16h. As longas horas foram suportadas na linha da frente, segurando faixas de apoio à banda, até às 23.40h, hora em que o palco começou a ser montado para a actuação. Os WT distinguiram-se de imediato pela produção cénica que levaram ao palco, contrastando fortemente com os palcos despojados dos outros concertos do dia. Uma tela com gárgulas foi colocada ao fundo, quatro tochas ladeavam o palco, assim como dois anjos de negra beleza e dois grifos, um de cada lado. Às 23.55h, a espera terminara finalmente.
Os coros magistrais da Intro do álbum The Silent Force ecoaram na noite e os fãs responderam entusiasticamente. O teclista Martijn Spierenburg ocupava o seu lugar, Stephen van Haestregt sentava-se atrás da bateria, Jeroen van Veen entrava com o seu baixo. Os dois guitarristas Ruud Jolie e Robert Westerholt arrancaram os primeiros acordes de Jillian (I’d Give My Heart). Sharon den Adel entra em palco, sorridente e lindíssima num corpete branco e saia justa comprida e bordada no mesmo tom. É recebida em delírio por um público que canta cada palavra. A voz de Sharon esteve, como habitualmente, irrepreensível, alternando entre o seu tom angelical e os tons mais graves e rockeiros utilizados no álbum The Heart of Everything, sem incorrer em erros de afinação, apesar de se enganar aqui e ali nas letras. Após o segundo tema, a poderosa The Howling, havia uma surpresa para a Senhora do Metal dos WT que faz anos precisamente hoje, dia 12. Já passava da meia-noite e os fãs cantaram os parabéns para uma Sharon maravilhada e surpreendida.
A partir daí, a entrega foi ainda maior. A banda lançou-se no single What Have You Done, com o público a cantar a plenos pulmões as partes de Keith Caputo, que partilha as vocalizações com Sharon neste tema. Seguiu-se outro single, desta vez do álbum The Silent Force, Stand My Ground, com quase todos os membros da banda em forte interacção com o público. Robert demonstra ser infatigável nessa interacção e até o, habitualmente mais quieto, teclista Martijn, largou momentaneamente as teclas para bater palmas com o público. Chega a negra The Heart of Everything, que a vocalista parece sempre dedicar aos seus fãs. A voz de Sharon percorre diferentes tonalidades, indo desde o seu tom mais negro e grave aos tons mais elevados, sem a mais pequena desafinação.
Um dos momentos altos aproximava-se e a tela ao fundo mostrava imagens reais de um mundo em guerra. Our Solemn Hour limitou-se a ser aquilo que só por si é, uma música magistral e épica, um tema absolutamente incontornável com um refrão retumbante. Seguiu-se outro single de The Silent Force, Angels, tema em que brilha o tom angelical de Sharon den Adel que aponta para os seus fãs enquanto canta “I see the angels”.
Hand of Sorrow trás o momento alto da actuação, com banda e público aos saltos, seguindo o ritmo bombástico daquele que considero um dos melhores temas que os WT nos trouxeram com o seu álbum de 2007. O refrão viciante leva toda a gente atrás, sendo impossível fugir às palavras e à melodia das guitarras. A voz de Sharon atinge, com este tema, patamares de incrível beleza, e a sua presença em palco vem evidenciar claramente todas as razões pelas quais esta é uma das melhores Senhoras do Metal da actualidade.
Apesar da fraca originalidade da setlist, esta foi uma hora que provou o carisma, energia e qualidade de uma banda com 12 anos de carreira, que tocou num festival destinado maioritariamente a públicos de sonoridades reggae e que ainda assim soube dar um grande espectáculo e corresponder às expectativas de quem tudo suportou para os ver. A Senhora do Metal, Sharon den Adel, parecia não ser capaz de deixar de sorrir e a sua simpatia voltou, claro, a conquistar quem quer que ainda não se tivesse rendido anteriormente. Elogiou a noite, a beleza de Lisboa (redimindo-se, talvez, da gaffe geográfica do Super Bock Super Rock de 2006), e estendeu esses elogios ao seu incansável público, agradecendo comovida as flores, a prenda, as faixas de apoio e principalmente, os cânticos de parabéns, que considerou um momento muito especial que não esquecerá.
Resta esperar um regresso em grande e para breve, para um concerto com o dobro da duração e que percorra saudosos temas dos tempos Mother Earth (2003) e quem sabe dos ainda mais saudosos Enter (1997) e The Dance (1997). Será, certamente, mais um excelente espectáculo, como os WT nos têm habituado.
Intro + Jillian
Créditos fotos - Blitz
quinta-feira, 10 de julho de 2008
BATTLELORE lança novo álbum
Tracklist:
1. Third Immortal
2. Exile the Daystar
3. The Great Gathering
4. Guardians
5. The Voice of the Fallen
6. Daughter of the Sun
7. Green Dragon
8. Awakening
9. Epic Dreams
10. Moontower
11. The Star of High Hope
Tracklist do DVD bónus (Live at Metal Female Voices Festival 2007)
1. Ghân of the Woods
2. Ocean's Elysium
3. Into the New World
4. Buccaneer's Inn
5. We Are the Legions
6. House of Heroes
7. Beneath the Waves
8. Sons of Riddermark
Datas de lançamento:
24 de Setembro – Finlândia
26 de Setembro – Alemanha, Áustria, Suíça, Suécia, Benelux, Itália, França
29 de Setembro – Resto da Europa
7 de Outubro – EUA e Canadá
The Gathering - Downfall
2. Her Last Flight
3. On A Wave
4. The Illusionist
5. Passage To Desire
6. Of Pavilions And Fountains
7. In Sickness And Health
8. Gaya's Dream
9. Always...
10. Second Sunrise
11. Six Dead, Three to Go
12. Downfall
13. Another Day
14. Share The Wisdom
1. Dethroned Emperor [Celtic Frost cover]
2. Subzero
3. Anthology in Black
4. Second Sunrise
5. Downfall
6. In Sickness and Health
7. Anthology In Black
8. Downfall
9. Subzero
10. Second Sunrise
11. Gaya's Dream
12. Stonegarden
13. Heartbeat Amplifier
Site Oficial: The Gathering
quarta-feira, 9 de julho de 2008
Elis - Show Me The Way Live (Live)
Elis - Show Me The Way Live (Live)
REVIEW Elis - God's Silence, Devil's Temptation [2003]
1.For Such a Long Time
2.Where You Belong
3.Sie Erfasst Mein Herz
4.Do You Believe
5.Engel der Nacht
6.God's Silence
7.Devil's Temptation
8.Come to Me
9.My Only Love
10.Child
11.Abendlied
Such a Long Time é a faixa de abertura. Melodias de timbre electrónico (reminiscências da fase Erben der Schöpfung) misturam-se com as guitarras rock e o som do piano. A voz de Sabine alterna entre o seu timbre mais rockeiro e o tom de soprano que se evidencia no refrão. Destaque para a presença das guitarras, em múltiplos solos trabalhados, que vão definir desde já a típica sonoridade Elis.
Where you Belong arranca com os grunts do baixista Tom Saxer, tão característicos da sonoridade gótica, logo depois interrompidos pela beleza melódica da voz de Sabine, na faixa mais emblemática do disco, com um refrão que se recusa a abandonar a nossa consciência – “It’s where you belong/don’t you see/when memories are gone/sent to be free”. Tão catchy e viciante como uma qualquer canção pop.
Sie Erfasst Mein Herz é o primeiro tema do registo integralmente cantado em alemão, no tom suave e triste de Sabine que se ergue numa apoteose melódica, trabalhada sobre os teclados e o peso de guitarras que surgem no refrão. A delicadeza suave da voz de Sabine nas vocalizações em alemão torna-as a minha especial preferência. Um momento alto do disco.
Piano abre o tema seguinte, Do You Believe, onde os Elis mostram todo o seu potencial musical, com um arranque misterioso e cadenciado, dando lugar a uma entrada de guitarras bem rock. Velocidade é impressa na sonoridade dos Elis, mas nunca em demasia, dando-se lugar ao preferível ritmo cadenciado que culmina com novo refrão viciante, sempre realçado por um piano discreto, mas indubitavelmente muito presente. Alterna-se aqui, entre a velocidade e o peso, a melodia e momentos de calma.
Engel der Nacht traz a excelência da voz de Sabine erguendo-se em todo o seu esplendor nas vocalizações na sua língua materna. Delicadeza coroa o peso, originando um apogeu da sonoridade gótica dos Elis, com a melancolia plenamente expressa na voz de Sabine e no, sempre presente, piano.
Chegamos a meio do álbum para ir de encontro ao duo de temas centrais, escolhidos para intitular o mesmo. God’s Silence e Devil’s Temptation são os ex-líbris do álbum. A primeira mais leve que a segunda, mas não menos perturbadora. Liricamente, o conceito toma, nestes dois temas, um peso e uma força maior e quase sinistra. A temática Beauty & The Beast é aqui jogada nas vozes de Tom Saxer e Sabine, em doses equilibradas. God’s Silence apresenta agradáveis pequenos solos de piano que se intercalam com as vocalizações de Sabine, encontrando-se estas a determinada altura com o tom negro de Saxer, para culminar num refrão melancólico. Sabine envereda por vocalizações sinuosas e inquietantes, com as guitarras a realçar a ambiência rock. Devil’s Temptation evoca ambientes do interior de uma catedral abandonada. A voz de Tom Saxer tem aqui uma maior predominância, conferindo o peso, que contrasta com as vocalizações mais líricas de Sabine em todo o álbum, que se desdobram em coros sobrepostos, conjugadas com um tom desesperado e mais frio. As guitarras também têm aqui o seu momento, já quase no final, desenrolando-se em solos interessantes.
Chega a primeira (e podemos considerar, única) balada – Come to Me. Como seria de esperar, o piano domina aqui a secção melódica, com evidente destaque para a prestação vocal de Sabine que dá mostras mais do que confirmadas da beleza da sua voz, desdobrando-se em múltiplas sobreposições.
A veia rock gótico dos Elis volta em força com My Only Love, um tema em que a harmonia e as guitarras se combinam com a voz de Sabine para criar aquilo que nunca falta num álbum do género, algo entre uma possível balada e uma canção rock. Destaque aqui para o timbre que a vocalista adopta na maior parte da composição – um tom directo e rockeiro.
Child é, para mim, a pérola deste registo - um tema lento e compassado, em que a voz de Sabine atinge a excelência nos tons elevados, absolutamente soberba e etérea. Child representa, para mim, aquilo que de melhor os Elis faziam em 2003 e é, ainda hoje, uma das músicas de que mais gosto. O piano apresenta uma composição envolvente, coordenada de forma perfeita com o peso dos restantes instrumentos, dando predominância ao tom inesquecível de Sabine.
Abendlied é o tema final, uma composição integral em piano, perfeita para escutar com toda a atenção a voz melancólica e doce de Sabine.
God’s Silence, Devil’s Temptation é um álbum para os apreciadores do rock/metal gótico interessante e de qualidade e uma peça mais do que indispensável para os apreciadores das vozes femininas do metal, as Senhoras do Metal. Em 2003, foi o começo promissor da carreira dos Elis.
Sabine Dünser (RIP) – voz
Pete Streit – guitarra
Jürgen Broger – guitarra
Tom Saxer – baixo e voz
Franky Koller - bateria
terça-feira, 8 de julho de 2008
Being you, Sabine,
Caring, loving, a true friend
and a heart so warm
To your friends and family
Hearing your voice, Sabine,
opened our hearts
A million stars will always shine for you
at night.